quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Segundo Dieese, só em 1984 o salário mínimo valeu R$ 510

Segundo cálculos do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), o salário mínimo de R$510,00 representa o maior valor real desde 1984. Em valores de novembro, o salário atingiu, naquele ano, R$520,09. Já o menor valor foi registrado em 1995, no governo FHC, ainda segundo os estudos do Dieese.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou na última quarta-feira (23) a Medida Provisória (MP) que aumenta o salário mínimo de R$ 465 para R$ 510 a partir de 1º de janeiro.O reajuste equivale à variação da inflação de 2009, mais o índice do PIB (Produto Interno Bruto) de 2008.
A mesma MP prevê que a fórmula de reajuste (inflação + PIB) valha também para 2011, dando prosseguimento à política de valorização do mínimo iniciada ainda no primeiro mandato do presidente Lula.Ainda de acordo com o Dieese, 46,1 milhões de pessoas têm seus rendimentos atrelados ao valor do salário mínimo. Com isso, o aumento de R$45 no valor do mínimo deve injetar R$26,6 bilhões na economia. Já a arrecadação de tributos sobre o consumo deve crescer em R$7,7 bilhões.
A MP estabelece ainda que, até 31 de março de 2010, o governo enviará ao Congresso Nacional um projeto de lei com três propostas de reajuste para o salário mínimo. As sugestões se referem aos períodos de 2012 a 2015, de 2016 a 2019 e, por fim, de 2020 a 2023.

quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

Investir em educação para crescer

(artigo originalmente publicado no Novo Jornal - autor: Carlos Orpham)

Todo mundo sabe que para um país ir para frente precisa investir pesado em educação e cultura. Os dados do estudo feito pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) denominado Presença do Estado no Brasil: Federação, Suas Unidades e Municipalidades, demonstram nossa fragilidade nessas áreas. A pesquisa, inédita, mostra a estrutura física do Estado brasileiro e a incidência de seus serviços.
Para o economista Márcio Pochmann, presidente do Instituto autor do estudo, se o Brasil quiser passar da nona para a quinta posição no ranking mundial das maiores economias do mundo, terá de vencer alguns “gargalos” nos investimentos públicos nas três esferas de governo - municipal, estadual e federal - principalmente nas áreas de educação e cultura.
Cursos universitários públicos, por exemplo, só estão disponíveis em 157 dos 5.562 municípios brasileiros, o equivalente a 2,8% do total de cidades. A maior parte (46%) concentra-se na Região Sudeste.
O ensino médio ainda não está universalizado. A pesquisa constatou que 46 cidades não têm estabelecimento público de ensino médio, em oito estados, sendo os cinco com maior número de municípios sem esse serviço Minas Gerais (16), Rio Grande do Sul (12), Alagoas (10), Tocantins (2) e Pernambuco (2).
Quanto aos investimentos culturais, a pesquisa mostra que em 2.953 municípios não há estabelecimentos públicos nesse segmento, quer sejam museus, casas de cultura ou de espetáculos. Desse total, 37% estão no Nordeste.Apenas 905 cidades têm museus ou salas de espetáculo, o que significa 16,3% do total. O levantamento indica ainda que 44,7% dos brasileiros, em metade do território, não têm nenhum acesso a equipamentos de cultura. Também foi detectada uma baixa oferta de bibliotecas. Na média, existe uma biblioteca a cada 26,7 mil brasileiros.
A elite brasileira nunca se preocupou com a educação do povo, pelo contrário, tratou de deixá-lo distante dela. Num governo popular, como é o do Presidente Lula, esses indicadores precisam melhorar, apesar dos avanços recentemente conquistados, como o Piso Nacional do Professor e o aumento dos investimentos orçamentários nessas áreas, por exemplo.
A área do conhecimento é imprescindível para as metas de crescimento econômico do Brasil, pois o não aprimoramento do ensino pode comprometer a oferta futura de mão de obra qualificada. É claro que os municípios e os estados tem que fazer a sua parte, mas, sem dúvida, esse é um dos grandes desafios para os governos pós-Lula.

Balanço de final de ano

(Artigo originalmente publicado no Jornal Impacto - autor: Carlos Orpham)

Final de ano é tempo de refletir sobre o que realizamos e o que faltou realizar. É tempo de balanço. E é importante que seja assim. Segundo Eduardo Galeano, “nós somos o que fazemos, principalmente o que fazemos para mudar o que somos”. Assim, fazer um balanço daquilo que fizemos é conhecer um pouco mais a nós mesmos.

Obviamente, minhas reflexões se restringem ao papel que tentei cumprir aqui nesse espaço democrático do Jornal Impacto, onde semanalmente escrevi meus textos. Se fosse estender a análise à minha vida talvez precisasse de um espaço maior, além disso, tenho dúvidas se isso seria de interesse dos leitores.

Primeiramente quero registrar que para mim foi uma alegria e uma honra poder me encontrar semanalmente com você leitor de meus textos e agradecer a generosa direção desse periódico pela confiança depositada em mim, que nunca tinha escrito antes para jornal algum, a não ser esporadicamente.

Ao longo desse ano aqui escrevi sobre política, meio ambiente, previdência, economia e até sobre questões pessoais e familiares como a homenagem que fiz à minha avó que completava 100 anos de idade no mês de setembro.

Durante esse período tive alguns retornos de leitores que me fizeram alguns comentários sobre um artigo ou outro. E isso me trouxe bastante satisfação. É claro que houve críticas também, porém todas me ensinaram algo, mesmo aquelas que não tinham essa pretensão.

O texto que mais gostei foi sobre a perda de minha carteira e da sua entrega em minha casa por um casal simples e simpático, que se deu ao cuidado de caminhar com algumas sacolas de supermercado nos braços até minha casa, num sábado a noite, para me prestar um favor.

Isso demonstra que qualquer balanço que formos fazer nesse final de ano, o que mais importa são nossas ações referentes nossas relações com as pessoas. Por que no fundo é isso que conta. Logicamente que a taxa de juros é importante, que a geração de emprego é importante e que combater o aquecimento global também o é. Porém, aquilo que muda a gente pra melhor é o que fazemos para melhorar a vida do nosso semelhante.

Não sei se com os meus textos contribui para isso. Talvez esteja aí uma dica para responder a segunda pergunta desse balanço: o que faltou fazer? Talvez os leitores possam me ajudar nisso, enviando-me algumas sugestões para o próximo ano.

Que todos tenham um feliz Natal e um 2010 cheio de paz e saúde, para enfrentar os próximos desafios que certamente virão. Grande abraço a todos.

sábado, 19 de dezembro de 2009

Taxar emissões de carbono pode gerar emprego

(Artigo originalmente publicado no Jornal Impacto - autor: Carlos Orpham)

O mundo aguarda com certa ansiedade os resultados da 15ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, que termina no dia 18 de dezembro em Copenhague, na Dinamarca. No encontro, 192 países tentarão chegar a um consenso sobre o novo acordo climático para complementar o Protocolo de Quioto após 2012.

Alternativas criativas e inteligentes não faltam para melhorar a vida em sociedade e mitigar o aquecimento do planeta. E essas propostas estarão em discussão na Dinamarca. Segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT), a criação de uma taxa para onerar as emissões de gases de efeito estufa pode aumentar o nível de empregos no mundo, conforme relatório divulgado pela entidade em 7 de dezembro.

Os cálculos da OIT consideram o repasse da arrecadação com a taxação do carbono para criação de subsídios que diminuam a carga trabalhista das empresas e, assim, estimular a abertura de novos postos de trabalho.

Até 2014, a medida poderia aumentar em 0,5% o nível de emprego, com mais de 14,3 milhões de novas vagas. De acordo com a OIT, a expansão depende da aplicação de políticas “verdes” combinadas com práticas de trabalho decente. É claro que esses empregos não seriam gerados automaticamente. Seria necessária a implantação de programas que promovessem a transição nos mercados de trabalho e as competências profissionais necessárias para que esses novos empregos se tornassem realidade.

Atualmente, segundo a própria OIT, cerca de 40% dos empregos do mundo estão em setores de altas emissões de carbono. É claro que o foco não deve ser taxar e sim combater de forma eficaz a emissão de carbono, porém, enquanto isso não acontece a taxação geradora de empregos pode ajudar.

Como sempre acontece, deve ocorrer uma enorme chiadeira dos grandes grupos empresariais e seus fieis defensores da grande mídia, mas o mundo parece mesmo estar mudando. Tudo indica que teremos bons resultados do encontro de Copenhague.

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Bancários poderão ter sua faculdade

Depois de se tornarem referência na luta dos trabalhadores, os bancários acabam de dar mais um passo com vistas a um país com justiça e igualdade social. A Diretoria Estadual da FETEC/CUT-SP (Federação dos Bancários) aprovou nesta terça-feira (15), em reunião ampliada com representantes dos sindicatos filiados, a participação da federação na Fundação 28 de Agosto, projeto de educação e de comunicação, a ser implementado por entidades sindicais cutistas do setor bancário do Estado de SP.
A participação da FETEC SP no mencionado projeto já havia sido autorizada pelo 8º Congresso da entidade, realizado no último mês de novembro, no interior paulista, juntamente com a aprovação do plano de lutas e eleição da nova direção da federação para o triênio 2009-2012.
De iniciativa do Sindicato dos Bancários de São Paulo, a criação da Fundação 28 de Agosto fora aprovada em assembleia de base no último dia 08 de dezembro, dando assim a largada para a instituição da Faculdade dos Bancários. Mas a ideia já vem de longa data, com o objetivo de aperfeiçoar o projeto social da classe trabalhadora voltado para a Nação brasileira e de disputa dos meios de comunicação.
Inicialmente, a Fundação 28 de Agosto deverá ser voltada para as necessidades dos bancários, por meio de cursos de graduação e especialização e, num futuro próximo, pós-graduação. A faculdade será instalada no primeiro andar da sede do Seeb/SP (no tradicional Edifício Martinelli).
A secretária-geral do Seeb/SP, Juvandia Moreira será a presidente da fundação que tem o seu projeto em fase de conclusão para envio ao Ministério da Educação.

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Aposentados recebem novo mínimo a partir de janeiro

O ministro da Previdência, José Pimentel, informou nesta quarta-feira (9) que o novo mínimo será pago nas aposentadorias no dia 25 de janeiro, com ganho real de 5,08%.
Segundo ele, a data foi definida em acordo feito com as centrais sindicais em 2006, quando ficou acertado que a cada ano se anteciparia um mês para o reajuste. Como neste ano será em janeiro, o governo já prepara a medida provisória agora em dezembro. Ele lembrou que a despesa está prevista na peça orçamentária enviada em agosto ao Congresso.
Para os que recebem acima do mínimo, 8,2 milhões de aposentados, está previsto reajuste com base na inflação integral de 2009 mais 50% do Produto Interno Bruto (PIB - a soma de tudo o que a economia produz) de 2008, o que representa ganho real de 2,5%, despesa incluída na proposta orçamentária depois de discussão com as centrais sindicais. O impacto dessa medida será de R$ 3 bilhões.
“É natural que que as pessoas queiram remuneração cada vez maior. Só que tem um limitador orçamentário que são os tributos que nós arrecadamos. O papel de governa é ter clareza das demandas e ver o que pode ser atendido”, disse o ministro.

Lula sanciona lei criando Fundo Brasileiro de Mudanças Climáticas

O presidente Lula sancionou nesta quarta-feira (9) a Lei que cria o Fundo Brasileiro de Mudanças Climáticas, que começará a ser irrigado já a partir de 2010 com recursos do lucro da exploração do petróleo no País. Esse dinheiro - cerca de R$ 800 milhões, ou 10% do lucro do petróleo no Brasil - será usado para financiar projetos que contribuam para a redução nas emissões brasileiras de gases do efeito estufa. A lei será publicada ainda nesta semana no Diário Oficial da União, segundo informou o ministro Carlos Minc (Meio Ambiente), após se reunir com o presidente em Brasília.
Os projetos a serem financiados pelo Fundo Brasileiro de Mudanças Climáticas serão avaliados tecnicamente pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que ficará responsável pela aprovação e fiscalização. Os recursos do fundo, que poderá financiar projetos em todo o País, poderão chegar a mais de R$ 10 bilhões ao longo da próxima década, afirmou Minc.
Segundo o ministro do Meio Ambiente, o Fundo Brasileiro de Mudanças Climáticas fortalece ainda mais o Brasil na reunião da ONU sobre mudanças climáticas que está sendo realizada este mês em Copenhague (Dinamarca), porque revela a seriedade da posição brasileira em defesa do clima do planeta.
O Brasil vai levar para Copenhague boas metas de redução de gases do efeito estufa, uma forte redução no desmatamento da Amazônia, o Fundo Amazônia, que já está operando, e agora o Fundo de Mudanças Climáticas. É um exemplo e tanto para outros países que ainda se mostram relutantes em assumir compromissos em defesa do clima.

CUT critica falta de contrapartidas sociais nas medidas do Governo

As contrapartidas sociais, segundo a CUT, são a exigência de manutenção e criação de empregos com carteira assinada e, portanto com todos os direitos trabalhistas, e de combate à alta rotatividade, pois é sabido que amplos setores do empresariado substituem trabalhadores por outros que ganharão salários menores do que seus antecessores.
"Não basta dizer que as medidas de incentivo à economia, por si só, vão gerar empregos. É preciso definir claramente que tipo de emprego é, e dificultar ao máximo as demissões sem justa causa nos setores e projetos beneficiados, com o objetivo de incorporar de fato novos trabalhadores e trabalhadores ao mercado formal e fazer subir o rendimento real dos assalariados em toda a cadeia produtiva, seja nos empregos diretos ou indiretos", explica o presidente da CUT, Artur Henrique. Artur, integrante do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES), também fez a cobrança durante a reunião em que o ministro da Economia, Guido Mantega, anunciou as medidas.
Artur também lembrou aos presentes, entre eles o presidente Lula, que as medidas foram elaboradas sem a participação de representantes dos trabalhadores. "Se tivéssemos participado da elaboração dos projetos, certamente o governo poderia ter avançado mais na abrangência das medidas", disse.
Para conhecer em linhas gerais o pacote anunciado hoje, veja texto publicado pela Agência Brasil e escrito por Kelly Oliveira e Daniel Lima:
Brasília - O ministro da Fazenda, Guido Mantega, anunciou hoje (9) uma série de medidas para incentivar a economia. Entre elas, o reforço de recursos de R$ 80 bilhões para que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) possa financiar investimentos e o desenvolvimento produtivo, em 2010 e 2011.
As atividades prioritárias dessa medida são a infraestrutura econômica e social, a compra de bens de capital (máquinas e equipamentos para a indústria), as exportações, ciência, tecnologia e inovação. Será cobrada a Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP).
Foi prorrogado o Programa de Sustentação do Investimento até junho de 2010. O prazo terminaria em dezembro deste ano. Esse programa prevê financiamentos oferecidos pelo BNDES para a compra de bens de capital, exportação e inovação tecnológica. O valor máximo de financiamento é de R$ 44 bilhões.
Outra medida, que ainda será regulada pelo Conselho Monetário Nacional, é a criação de uma letra financeira, instrumento que vai permitir aos bancos captar recursos de longo prazo para emprestar.
Também foi prorrogada a desoneração de Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) de bens de capital, até junho de 2010. Segundo Mantega, os bens de capital têm IPI próximo de zero. A estimativa de desoneração em 2010 é de R$ 369 milhões. Os principais itens desonerados são válvulas industriais, árvores de transmissão e microscópios eletrônicos.
O ministro anunciou novo empréstimo da União para o Fundo da Marinha Mercante no valor de R$ 15 bilhões. A medida atende a demanda por financiamento a produção de embarcações.
Também foi anunciada a suspensão de cobrança de IPI, PIS/Cofins e Imposto de Importação de bens e serviços relacionados a investimentos em refino de petróleo e indústria petroquímica no Norte, Nordeste e Centro Oeste. A estimativa de renúncia fiscal é de R$ 1 bilhão em 2010.
Os aerogeradores usados na produção de energia eólica (dos ventos) ficaram isentos de IPI permanentemente. De acordo com Mantega, o resultado esperado pelo governo é de crescimento da produção desses equipamentos no Brasil. Com a medida o governo deixa de recolher aos cofres (renúncia fiscal) R$ 89 milhões em 2010.Para o desenvolvimento das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, o governo vai adotar a suspensão de cobrança do IPI, PIS/Cofins e Imposto de Importação sobre bens e serviços relacionados a investimentos em refino de petroleio e na indústria petroquímica. A estimativa de renuncia é de R$ 1, bilhão no próximo ano.
O presidente do BNDES, Luciano Coutinho, anunciou a ampliação do limite do cartão do banco de R$ 500 mil para R$ 1 milhão. Segundo Coutinho, hoje existem 250 mil cartões ativos, beneficiando 95 mil empresas. Os juros do cartão BNDES são de 9% ano ano.
De acordo com Coutinho outra medida permitirá que o Finame empreste recursos no exterior, a partir de credenciamento de bancos nos países interessados, principalmente da América Latina e da África. O objetivo da medida é permitir que os exportadores brasileiros ofereçam os equipamentos e o financiamento aos compradores estrangeiros. Segundo Coutinho, na Argentina os entendimentos estão praticamente concluídos com o Banco Iatú.
Outra medida é a liberação de recursos para capitalizar em até 30% o setor de autopeças , beneficiando pessoas físicas e empresas. O objetivo é incluir novos empresários no setor de bens de capital."

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

BB insiste em reduzir salários e retirar direitos

Enquanto os funcionários abraçam simbolicamente o banco extinto, o BB abre saco de maldades

O dia 30 de novembro de 2009 ficará na memória dos bancários da Nossa Caixa. A data crava o fim do último banco público do estado de São Paulo e o início de uma nova era com a incorporação pelo Banco do Brasil. O momento histórico foi marcado por um abraço dos bancários ao prédio da matriz em São Paulo na Rua VX de Novembro. A emoção contagiou a todos. Os funcionários deixaram o trabalho por alguns minutos para participar e demonstrar o espírito de luta com que vão encarar os novos desafios.

Enquanto isso o Banco do Brasil demonstra, através de seus negociadores, total descaso com essa história. Numa postura arrogante, tem deixado claro que promoverá diminuição de salários e de direitos no processo de migração. Além do fim do Adicional por Tempo de Serviço (anuênio) e da Gratificação Variável o BB quer descomissionar quem não fizer a opção, numa flagrante ilegalidade, pois a súmula 372 garante a incorporação para quem recebe comissão de função a mais de 10 anos, e ainda por cima quer reduzir o comissionamento de aproximadamente duas mil pessoas, entre assistentes, gerentes de segmento e gerentes gerais.

Para Carlos Orpham, diretor do Sindicato e membro do Comando, o fim da Nossa Caixa encerra de vez um projeto falido de Estado implantado pelo PSDB, que vendeu seu último banco público estadual, “sabemos que foi positivo o fato de a Nossa Caixa não acabar nas mãos da iniciativa privada, como queriam os tucanos, sabemos que foi muito melhor sermos comprados pelo Banco do Brasil, porém queremos entrar no BB sendo respeitados”, avisa.

Para o presidente do Sindicato, Marco Antônio Pereira, “enquanto houver um trabalhador da Nossa Caixa, essa história não será extinta, vamos continuar lutando ao lado dos funcionários da Nossa Caixa pelo respeito ao que conquistamos juntos esses anos todos”, observa.

Ainda segundo Orpham, é necessário que os funcionários mantenham a organização e disposição de luta para garantir que ninguém saia perdendo salário e que anuênio e Gratificação Variável sejam pelo menos indenizados com um valor justo.

Sindicato promoveu reuniões nas agências e duas Plenárias sobre a incorporação

O Sindicato dos Bancários de Barretos e Região realizou reuniões em todas as agências do Banco Nossa Caixa da base para levar aos bancários informações sobre o processo de incorporação pelo BB. Na sede da entidade, em Barretos, foram duas plenárias. No dia 19 de novembro ocorreu a última até o momento, cujo objetivo principal foi apresentar aos trabalhadores o andamento das negociações e orientar que nenhum funcionário faça a opção pelo regulamento do BB, pelo menos até o dia 30 de dezembro. De acordo com Carlos Orphan, diretor do sindicato e membro da comissão executiva do comando, “isso é importante por que nos dá mais poder de negociação com o BB”, explica e completa: “precisamos resolver também o nosso plano de saúde, tantos dos ativos quanto dos aposentados, queremos que todos tenham um plano bom e que seja perene, não um inseguro como é o PANC hoje, que é bancado com recursos do FEAS, que é finito”, conclui.

BB muda datas de reuniões temáticas e não avisa os membros do Comando

A representação cutista dos trabalhadores da Nossa Caixa foi surpreendida, na manhã desta segunda-feira (7), com o cancelamento da mesa temática que discutiria o FEAS, em São Paulo, sem aviso prévio. A reunião seria com a comissão de quatro pessoas anteriormente criada para avançar nas discussões sobre o plano de saúde. O Banco do Brasil mudou unilateralmente o dia e local da reunião, transferindo-a para terça-feira (8), às 14h, em Brasília. A outra reunião de negociação que daria continuidade às discussões sobre a incorporação, anteriormente marcada para o dia 8 em SP, também foi unilateralmente transferida para quarta-feira (9), também em Brasília.

“Foi um desrespeito a mudança das datas, horários e local das duas reuniões, pois eu já havia viajado para SP para participar e só lá é que ficamos sabendo da alteração”, lamenta Carlos Orpham, que completa: “Isso parece provocação, eles não estão gostando de nossa postura de defender de maneira intransigente o direito dos funcionários. Se querem encontrar facilidades com a representação, não será conosco”, desabafa.

Não faça a adesão ao regulamento pessoal do BB até que tenhamos concluído o processo negocial sobre o tema.

sábado, 5 de dezembro de 2009

Até que enfim, medidas contra o acidente de trabalho!

(artigo publicado originalmente no Jornal Impacto - autor: Carlos Orpham)

Acidente de trabalho no Brasil é um problema sério. Durante o ano de 2008 foram registrados nada menos do que 14.828 casos de morte ou invalidez por acidentes de trabalho no país. Ou “41 tragédias por dia”, para usar a mesma expressão de Helmut Schwarzer, secretário de políticas de Previdência Social do Ministério da Previdência Social. É para combater essa realidade que o Fator Acidentário de Prevenção (FAP) será implantado no país a partir de janeiro de 2010.

O FAP é um índice pelo qual será multiplicada a alíquota que as empresas pagam ao Seguro de Acidente de Trabalho (SAT). O fator varia de 0,5 a 2, dependendo do comprometimento da empresa com a prevenção de acidentes e boas condições de trabalho. Aquelas que promoverem a saúde no ambiente de trabalho poderão pagar até a metade do previsto como SAT. Já as que virarem as costas para a saúde do trabalhador poderão ver sua taxação dobrar. No Brasil, são três as faixas de alíquotas para o SAT, que incidem na folha de pagamento: 1%, 2% e 3%. As que oferecem alto risco pagam mais e os bancos estão nesta faixa.

O objetivo da Previdência Social é incentivar a prevenção de acidentes pelos empregadores. Trata-se de um princípio já aplicado na política ambiental, onde o poluidor paga. Quem não cria um ambiente apropriado à saúde e segurança do trabalho, responsabilidade do empregador, deve ter um ônus compatível com as conseqüências. Não é justo repassar a grave conta dos acidentes de trabalho à sociedade.

Como sempre as grandes empresas choram, especialmente a Confederação Nacional das Indústrias (CNI) e a Federação Brasileira dos Bancos (Febraban). E vejam que o FAP foi discutido e aprovado, por unanimidade, pelo Conselho Nacional de Previdência Social (CNPS), constituído por representantes de trabalhadores e empresários.

O argumento desses poderosos grupos econômicos é o suposto aumento do custo Brasil. O que nos leva a uma pergunta: os acidentes de trabalho, causados por negligência e exposição dos trabalhadores a riscos à saúde, não serão o verdadeiro ‘custo Brasil’? Somente em 2009, os acidentes de trabalho custarão mais de R$ 12 bilhões à Previdência, o que equivale a quase 2% do PIB brasileiro. Considerando que quem paga a conta da Previdência Social é a sociedade, é mais justo que pague essa conta quem não tem política de prevenção em suas empresas. Sem dizer que a vida humana não tem preço.

Importante destacar que mais de 92% das empresas brasileiras serão beneficiadas com o FAP, ou seja, pagarão menos de SAT. O restante ou ficará na mesma ou pagará mais. As 3,3 milhões de micro e pequenas empresas, optantes do Simples Nacional, continuarão isentas da taxa.

Parabéns ao Conselho Nacional de Previdência Social, pois já passou da hora de atribuir mais responsabilidade às empresas em relação à prevenção de acidentes de trabalho, que tem vitimado milhares de trabalhadores todos os anos.

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Panetones de Arruda e relações com Serra são alvos de blogueiros

Escândalos de corrupção no Distrito Federal concentram atenções na internet. A alegação do governador de que recursos seriam para comprar panetone para crianças carentes é ridicularizada

O escândalo de corrupção no governo do Distrito Federal é o tema do dia para blogues de política partidários do governo Lula. Um dos alvos mais frequentes é a alegação do governador José Roberto Arruda (DEM) de que os valores sobre os quais aparece em gravações e vídeos negociando seriam para comprar panetones a crianças carentes.
Outro ponto é a proximidade entre o acusado e o governador José Serra (PSDB), já que Arruda chegou a ser cotado como candidato a vice-presidência em uma chapa de tucanos e democratas.
Descoberto pela Operação Caixa de Pandora, deflagrada na sexta-feira (27), o esquema de corrupção distribuía verbas a parlamentares e secretários do DF, segundo a Polícia Federal (PF). Os recursos seriam captados irregularmente junto a empreiteiras e empresas de informática.
Rodrigo Vianna lembra uma reportagem de 2008 da Folha On line em que se discute o significado eleitoral de uma parceria técnica entre Distrito Federal e São Paulo. Arruda declarava, à época, estar "copiando" projetos bem sucedidos de Serra. "Que projeto seria esse? A compra de panetones com dinheiro cedido por empresas que prestam serviços ao Estado?", escreveu.
"Agora, Serra ficou também sem vice", prosseguiu. Se o tucano tem problemas para compor a chapa, Vianna faz uma ressalva: "Nesse quesito, Dilma não vai melhor: Michel Temer como vice é de lascar", lamentou.
Paulo Henrique Amorim, em seu Conversa Afiada, lembrou que Arruda era líder do governo Fernando Henrique Cardoso quando foi acusado de envolvimento na violação do painel do Senado. Ele teve de renunciar para escapar da cassação do mandato.
No mesmo blogue, Vianna lembrou de entrevista concedida por Arruda à revista Veja, sob o título "Ele deu a volta por cima", em referência ao escândalo da violação do painel do Senado em 2001. Na ocasião, o governador afirmou que o limite do fisiologismo que ele tolerava em sua gestão era "o limite ético", quer dizer "não dar mesada, não permitir corrupção endêmica, institucionalizada".
A entrevista à publicação da editora Abril, aliás, havia sido alvo de suspeita ainda em julho, quando foi divulgada. A jornalista Paola Lima apresentou, à época, nota de empenho de R$ 442 mil para a editora para aquisição de revistas. Embora não houvesse ilegalidade, a ação foi cancelada após revelada a operação.
Carlinhos Medeiros, do Bodega Cultural, ironiza a versão de que os recursos serviriam para comprar panetones a crianças carentes. "Arruda, não esquece o meu!", postou. Ele ainda criticou a cobertura e a análise da imprensa que mantém cautela ao analisar o escândalo, sempre mantendo condicionais para descrever o caso.
Castelo de areia
O jornalista Carlos Motta qualifica de debandada a saída do PPS e do PSDB da base de apoio de Arruda. "Arruda já era", escreveu. "Agora vamos ver no que vai dar o caso dos tucanos paulistas, acusados de receberem dinheiro da construtora Camargo Corrêa", relaciona.
A referência é a denúncia publicada no sábado pelo jornal O Estado de S.Paulo que aponta indícios de repasses da empreiteira Camargo Corrêa ao Palácio dos Bandeirantes. Em outra operação da PF, a Castelo de Areia, documentos apreendidos trazem valores em dólar que seriam repassados à sede do governo paulista desde 1996.
"Bem que o TSE avisou o DEM é o partido mais corrupto do Brasil", ironizou Jussara Seixas, do Blog da Dilma. Ela cita levantamento do Tribunal Superior Eleitoral que apresenta a legenda é a que mais teve prefeitos, vereadores e deputados cassados por corrupção.
"O DEM ex-PFL foi minguando nas eleições de 2006, 2008, tornou-se um partido nanico", descreveu. "Rabo do PSDB, está em fase terminal, está sendo palco de corrupção explicita, nunca vista antes neste país", arrematou.

segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Freitas é reeleito presidente do Diretório Municipal do PT

No dia 22 de novembro ocorreu o PED (Processo de Eleições Diretas) no PT em todo o território nacional com a finalidade de renovar toda a direção partidária. Para presidir o Partido em nível nacional foi eleito o ex-deputado e ex-presidente da Petrobras, José Eduardo Dutra. Como presidente do Diretório Estadual de São Paulo continua o ex-prefeito de Araraquara, Edinho Silva. E em Bebedouro, o ex-vereador Luis Carlos de Freitas foi reconduzido ao cargo de presidente pelos próximos dois anos.
Para Carlos Orpham, que continua membro da Comissão Executiva Municipal, "o grande desafio da nova direção será fazer uma boa campanha em 2010 para a companheira Dilma, pois é fundamental que Bebedouro dê a sua contribuição no processo de continuidade do projeto político que está melhorando sensivelmente o Brasil com o presidente Lula", diz o ex-vereador petista.

terça-feira, 24 de novembro de 2009

TV Argentina entrevista Lula

A TV Pública Argentina fez uma entrevista/documentário com o Presidente Lula.

A partir do video abaixo, que faz parte de uma sequência de 8 videos, você terá acesso aos demais.

sábado, 21 de novembro de 2009

Domingo, 22, tem eleições diretas no PT

O Partido dos Trabalhadores realiza amanhã 22, em nível nacional, o PED - Processo de Eleições Diretas, que renovará toda a direção partidária, da municipal à nacional.
Em Bebedouro concorre apenas uma chapa ao diretório e aos conselhos fiscal e de ética. O ex-vereador Luis Carlos de Freitas é candidato (único) à reeleição para a presidência. A convenção será na Câmara Municipal, das 9 às 17 horas.
Todo filiado a mais de um ano que tem seu nome registrado no Cadastro Nacional de filiados do Diretório Nacional pode votar. Em Bebedouro são 165 pessoas com direito a voto.

A consciência negra e o sindicato

(artigo originalmente publicado no Jornal Impacto - autor: Carlos Orpham)

O Dia da Consciência Negra rememora a morte do líder Zumbi dos Palmares e é feriado em centenas de cidades brasileiras. É celebrado desde 1971, quando os movimentos sociais do Brasil iniciaram uma onda de manifestações de rua para enterrar o dia 13 de Maio, data da abolição da escravatura, comemoração rejeitada pelo movimento negro por passar a idéia de uma falsa generosidade da princesa Isabel em detrimento da realidade histórica mundial, onde a escravidão já se esgotava pela luta do próprio negro.

A data de 20 de novembro foi escolhida por ser o dia da morte de Zumbi, em 1695, um dos principais representantes da resistência negra à escravidão na época do Brasil Colônia.

Entre os trabalhadores o mês da consciência negra foi oficialmente aberto no dia 6 desse mês, com um evento na sede nacional da CUT, em São Paulo, que contou com a participação de lideranças tanto do movimento sindical quanto racial. Uma das principais definições do encontro foi a agenda de atividades com o objetivo de pressionar o Senado pela aprovação do projeto de lei 6.264, o Estatuto da Igualdade Racial, de autoria do senador Paulo Paim (PT-RS), já aprovado em setembro pela Câmara dos Deputados.
Entre os pontos mais importantes do estatuto estão a questão das cotas, das terras das comunidades remanescentes de quilombos, a definição do direito à liberdade de consciência e crença e de políticas de inclusão do negro no mercado de trabalho.

Em relação a este último ponto, nós dos sindicatos de bancários de todo o país temos insistido há vários anos com os banqueiros, que é preciso garantir o acesso do negro e da negra no mercado de trabalho no setor financeiro. É raro encontrarmos um deles dentro das agências bancárias, por exemplo. Seja do setor público, seja do setor privado.

Todo ano, em nossa pauta de reivindicações por ocasião da renovação do Acordo Coletivo, colocamos em debate nossa visão de que é necessário garantir a participação de trabalhadores negros e trabalhadoras negras no setor bancário, na mesma proporção com que participam da sociedade, por região.

Esse não é um debate fácil, pois enfrenta preconceitos e tabus quase petrificados entre nós. Porém é mais que necessário que o façamos. Não é só nos bancos que não encontramos negros e negras trabalhando, de diversos outros ambientes de trabalho os vemos excluídos. E a pergunta é: por quê? E as respostas, todas elas preconceituosas, não convencem mais ninguém.

Se queremos construir de fato uma sociedade mais justa e fraterna temos que começar a destruir nossos próprios tabus preconceituosos em relação não só a raça, mas também a gênero e orientação sexual. E esse mês de novembro, mês da consciência negra, é bastante propício para isso. Comecemos, então!

sábado, 14 de novembro de 2009

Orpham solicita verba ao Deputado Berzoini


(fotos: Carlos Orpham e Ricardo Berzoini)

Nesta sexta-feira, 13, o ex-vereador Carlos Orpham formalizou pedido de verba ao Deputado Federal e presidente nacional do PT, Ricardo Berzoini, num momento em que as emendas parlamentares ao Orçamento Geral da União para 2010 estão em fase de fechamento.

A solicitação já tinha sido feita de maneira informal ao deputado, cuja assessoria entrou em contato com petista bebedourense para acertar os detalhes da emenda. Tudo indica que serão R$ 100 mil para a recuperação do asfalto da cidade. Segundo Orpham “os recursos não são muitos, mas o que conseguirmos com o Deputado vai ser útil para a cidade de alguma forma”, diz o ex-vereador.
Berzoini já destinou outras emendas para Bebedouro a pedido de Orpham, como a da reforma da Unidade básica de Saúde do Jardim Sanderson e da construção de uma UBS no Residencial Bebedouro.

A 6ª marcha nacional da classe trabalhadora

(artigo originalmente publicado no Jornal Impacto - autor: Carlos Orpham)

Quando escrevia esse artigo ainda não tinha acontecido a Marcha. Espero que quando chegar ao leitor tudo tenha dado certo!

Na expectativa de reunir cerca de 40 mil trabalhadores simpatizantes e militantes da CUT em Brasília na quarta-feira, 11 de Novembro, além de representantes de outras centrais sindicais, a Central Única dos Trabalhadores organizou a 6ª Marcha Nacional da Classe Trabalhadora, que a exemplo dos últimos anos levaria aos membros do Executivo, Legislativo e Judiciário brasileiros uma extensa e importante pauta de reivindicações.

Dentre as bandeiras do movimento, está a aprovação da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 231/95, que reduz a jornada oficial de trabalho no Brasil de 44 horas para 40 horas semanais e aumenta para 75% o acréscimo no valor da hora extra paga aos trabalhadores. Com a combinação da redução da jornada e o encarecimento da hora-extra, a intenção é proporcionar as condições adequadas para a geração de mais de dois milhões de empregos, segundo cálculos do DIEESE.

Também constam como pleitos a aprovação pelo Congresso Nacional da política de valorização do salário mínimo (PL 01/07) – conquistada a partir das marchas anteriores, a votação da PEC 438/01 contra o trabalho escravo, a ratificação das convenções da OIT - Organização Internacional do Trabalho, a 151 que regulamenta a negociação coletiva no serviço público, e a 158 que põe fim à demissão imotivada, além da retirada dos projetos de lei da terceirização (4.302/98 e 4.330/04), que precarizam as relações de trabalho, ou seja, retiram direitos dos trabalhadores.

O objetivo geral da manifestação é cobrar das diversas autoridades em Brasília a criação de uma agenda positiva, que seja capaz de garantir mais emprego e mais qualidade de vida para o conjunto dos trabalhadores brasileiros.

Os sindicatos de bancários filiados à FETEC/CUT-SP, como é o nosso aqui de Bebedouro e Barretos, participam em peso desta 6ª Marcha, por entender que é preciso fazer pressão sobre os Deputados e Senadores pela aprovação de Projetos que beneficiem a sociedade brasileira. Sem pressão do movimento social os avanços são tímidos, pois os interesses envolvidos são diversos e os lobbies vêm de todos os lados, principalmente dos mais poderosos.

Acusada de acomodada diante de um governo popular de um presidente que vem do movimento sindical, a CUT tem demonstrado que isso está longe de ser verdade. A exemplo dos anos anteriores mobiliza milhares de pessoas na 6ª marcha e cobra avanços rumo a construção de uma sociedade melhor para todos.

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Bebedouro já recebeu R$ 21,3 milhões do Governo Federal até setembro/2009

Até setembro desse ano foram exatamente R$ 21.310.540,85 que Bebedouro recebeu do Governo Federal. Confira os números abaixo:

Assistência Social - Programa de Erradicação do Trabalho Infantil R$ 22.000,00

Educação - Apoio à Alimentação Escolar na Educação Básica R$ 474.535,60

Educação - Apoio ao Transporte Escolar na Educação Básica R$ 38.634,19

Encargos Especiais - diferença FPM R$ 9.819,20

Saúde - Procedimentos em Média e Alta Complexidade R$ 4.368.867,44

Encargos Especiais - Auxilio Financeiro aos Entes Exportadores R$ 76.539,42

Assistência Social - PETI R$ 1.825,00

Educação - Dinheiro Direto na Escola Educação Básica R$ 109.968,40

Saúde - Estruturação de Unidades de Atenção Especializada em Saúde R$ 200.000,00

Desporto e Lazer - R$ 5.000,00

Encargos Especiais - FUNDEB R$ 1.022.458,58

Encargos Especiais - FPM R$ 10.130.997,07

Saúde - Prevenção e Qualificação da Atenção em HIV/AIDS e outras DSTs R$ 155.482,39

Saúde - Vigilância em Saúde R$ 159.853,85

Saúde - Vigilância Sanitária R$ 28.121,24

Saúde - Manutenção de Farmácias R$ 90.000,00

Saúde - PAB Fixo R$ 880.164,50

Saúde - Atenção Básica Variável - Saúde da Família R$ 1.057.738,00

Saúde - Farmácia básica R$ 115.104,96

Encargos Especiais - CIDE - combustíveis R$ 58.760,10

Assistência Social - Gestão Descentralizada do Programa Bolsa Família R$ 38.752,63

Assistência Social - CREAS R$ 27.900,00

Assistência Social - PAIF/CRAS R$ 36.000,00

Assistência Social - Criança e Idoso R$ 93.822,30

Assistência Social - PAIF/CREAS R$ 126.662,40

Encargos Especiais - LC n.º 87/96 e 115/2003 R$ 137.966,49

Assistência Social - Bolsa Família R$ 1.695.654,00

Encargos Especiais - ITR R$ 12.893,36

Encargos Especiais - Royalties pela Produção de Petróleo e Gás Natural R$ 129.852,20

Saúde - Vigilância Sanitária R$ 5.167,53

domingo, 8 de novembro de 2009

Melhora as condições do funcionalismo público federal, e o municipal?

(artigo originalmente publicado no Jornal Impacto - autor: Carlos Orpham)

Pesquisa realizada pela Consultoria Mosaico conclui que o reajuste salarial dos servidores públicos federais durante o governo Lula foi maior que os ganhos dos trabalhadores do setor privado. Segundo o estudo, de dezembro de 2002 a fevereiro de 2009, quem trabalha no Poder Executivo Federal teve aumento real de 74,2%, além da correção da inflação do período (43,3%).
Para o responsável pelo estudo, o economista Alexandre Marinis, os ganhos chegam a ser 8 vezes maior que o de um funcionário de empresa privada. O levantamento mostra também que o aumento dos funcionários do Poder Legislativo foi de 28,5% e do Judiciário, 79,3%, no mesmo período.
Ainda segundo os dados da Consultoria Mosaico, em dezembro de 2002 a remuneração média do servidor federal na ativa do Executivo era de R$ 2.680 - 3,6 vezes maior do que o rendimento médio de R$ 740,90 do setor privado. Em fevereiro de 2009, o ganho mensal médio no Executivo pulou para R$ 6.691 - 5,8 vezes maior do que o rendimento médio do setor privado, de R$ 1.154. A pesquisa levou em conta as médias salariais de 12 meses da Pesquisa Mensal de Emprego (PME), para o setor privado, e o mesmo indicador do Boletim Estatístico do Ministério do Planejamento, para os funcionários públicos.
Além da correção salarial do serviço público, o governo Lula implantou ações de ajuste e racionalização da gestão de pessoas. Houve substituição de mão-de-obra terceirizada irregular por servidores concursados, novas carreiras foram criadas, foram executadas iniciativas para profissionalizar a ocupação dos cargos e funções comissionadas, e foi possibilitada a contratação temporária no setor público.
A política de gestão de pessoas avançou também para outros itens. Foi instituída uma política de saúde do servidor com a universalização da oferta do benefício da assistência médica odontológica para todos os servidores federais. O benefício foi transformado em despesa orçamentária obrigatória (evitando contingenciamentos) e estabeleceu as iniciativas para a isonomia no tratamento deste benefício entre todos os entes do Poder Executivo.
Do total de 43.044 vagas de concursos autorizadas no ano passado, 70% foram destinadas à área da educação. Em relação à contratação temporária, foi feita uma modificação na Lei 8.745/93, para acabar com a terceirização e permitir o contrato temporário para auxiliar na implantação de novos órgãos, de novos programas, ou simplesmente para enfrentar situações inesperadas.
Criou-se o Sistema de Negociação Permanente, um espaço inovador de diálogo e de mediação dos conflitos entre o governo e as entidades representativas dos servidores públicos.
Obviamente nem tudo são flores para esses servidores, ainda há muitos problemas a serem enfrentados e resolvidos. Porém, o que salta aos olhos é a diferença existente entre eles e os funcionários municipais de nossa cidade, que, em sua grande maioria, recebem salários em torno de R$ 500,00 e estão vendo seu décimo-terceiro ameaçado. Triste!

domingo, 1 de novembro de 2009

Deputado do PT coloca-se a disposição de Bebedouro

Vicente Cândido visita o prefeito e analisa projetos de infra-estrutura

O Deputado Estadual Vicente Cândido (PT) esteve visitando oficialmente Bebedouro no último sábado, 31/10, pela manhã. Acompanhado do presidente do PT local Luis Carlos de Freitas e dos demais correligionários José Antônio Breviglieri e Carlos Orpham, o deputado foi recebido pelo prefeito Italiano (PV) em seu gabinete no Paço Municipal.

Durante a visita foram apresentados ao Deputado projetos relativos à construção de duas estações de captação de água, uma estação de tratamento de esgoto e a conclusão da avenida marginal à Rodovia Armando de Salles Oliveira na altura do Residencial Bebedouro e Alto da Boa Vista.

Mostrando-se bastante interessado pelo assunto, Vicente Cândido colocou o seu gabinete a disposição da cidade para trabalhar no sentido de conquistar recursos para a execução das obras. “Vou marcar uma visita ao BNDES e aviso vocês para irmos juntos em busca de um financiamento”, disse Cândido ao prefeito e aos companheiros de partido que estavam presentes e completou: “além disso, precisamos buscar uma parte desse dinheiro a fundo perdido, já que a Prefeitura não tem condições de arcar sozinha com todas as despesas”.

Para Carlos Orpham a visita de Vicente Cândido à cidade e ao prefeito demonstra toda a disposição do PT em ajudar o município a resolver seus problemas. “Não podemos garantir que tudo vai dar certo, mas a boa vontade demonstrada pelo deputado foi grande; temos que aproveitar isso e trabalharmos todos por Bebedouro”, disse Orpham.




Deputado petista José Mentor ratifica seu apoio à cidade


Num sábado marcado por conversas políticas, o Diretório Municipal do PT de Bebedouro recebeu a visita do Deputado Federal petista José Mentor, na tarde de 31/10, na sala de reuniões do Sindicato dos Bancários. A convite do próprio deputado, também participaram da reunião o prefeito Italiano (PV) e os vereadores Carlinhos Pica-Pau (PV) e Paulo Bianchini (PTC).

Mentor falou sobre suas emendas ao Orçamento da União/2010 que contemplarão Bebedouro e garantiu empenho desde a aprovação até a destinação final do recurso à cidade. Para Carlos Orpham, a visita de Mentor ao Diretório foi muito proveitosa “porque coloca claramente a disposição do deputado, do PT e do Governo Lula em auxiliar nossa cidade”, explica. “Nossa posição continua a mesma de sempre, ou seja, independentemente de quem seja o prefeito, seja ele do nosso partido ou não, nós ajudaremos naquilo que puder. A cidade está acima de tudo”, conclui Orpham.

Dinheiro tem, tá faltando o que?

(artigo originalmente publicado no Jornal Impacto - autor: Carlos Orpham)
Como diz o velho ditado, o peixe morre pela boca (eu não estou falando do Santos Futebol Clube, que foi derrotado por 4 a 3 pelo glorioso tricolor paulista no final de semana passado). Estou me referindo à administração pública de Bebedouro.

Menos de 60 dias após a administração municipal demitir estagiários e reduzir o horário de atendimento nas repartições públicas, inclusive nas unidades de saúde, sob alegação de queda de 20% na arrecadação do município, o projeto de lei de autoria do Poder Executivo que estima a receita orçamentária para 2010 chega à Câmara com um valor de mais de 130 milhões de reais.

Com 10 milhões de reais a mais do que o desse ano, na prática, o novo orçamento contradiz o prefeito em relação às suas afirmações de que a arrecadação vinha diminuindo, ou, pelo menos, indica que as coisas não andam tão ruins assim.

É comum (e até tolerável) que um prefeito reclame da vida no primeiro ano de sua administração. Mas tudo tem limite. Eu me lembro que na gestão do ex-prefeito Davi Peres, quando me elegi para o meu primeiro mandato de vereador, havia uma reclamação muito grande de que a dívida deixada pelo antecessor Piffer era muito alta e que a receita também estava caindo. Ao estudar os balanços da prefeitura e dialogar com José Giacomo Bacarin, que dava assessoria financeira a várias prefeituras da região, verifiquei que a reclamação não procedia.

Nossa dívida na verdade era de 10% do orçamento público, enquanto que a de Araraquara, por exemplo, naquele ano, era de 100%. E olha que o então prefeito Edinho Silva daquela cidade depois de quatro anos se reelegeu.

O mesmo se deu com relação à propalada queda de arrecadação. Verifiquei que, pelo contrário, a receita estava subindo. Na verdade a pior arrecadação de nossa história recente foi a de 2000, último ano da gestão Piffer. De lá pra cá ela só subiu.

Penso que uma das piores coisas para uma administração pública é a falta de transparência, tanto orçamentária, quanto política. O povo, a meu ver, é atento e generoso. Ele compreende e perdoa quando o governante é dedicado e sincero mesmo que este não consiga realizar uma promessa de campanha. Desde que ele se empenhe e diga a verdade.

Mas ainda dá tempo. Com o orçamento para o ano que vem acrescido de 9%, portanto mais do que a inflação, o prefeito Italiano pode melhorar seu desempenho que está muito ruim até agora. Nosso povo merece. E a torcida de todos deve ser por isso.

sábado, 24 de outubro de 2009

As facilidades da tecnologia e o emprego


(artigo publicado originalmente no Jornal Impacto - autor: Carlos Orpham)


Os bancos já estão fazendo o cadastramento dos clientes (pessoas físicas e jurídicas) interessados em aderir à cobrança eletrônica de suas contas, abolindo os boletos bancários. É o tal Débito Direto Autorizado (DDA), sistema inédito no mundo criado por 70 bancos através da Federação Brasileira de Bancos (Febraban).

Segundo os bancos, o DDA será uma forma prática e segura para pessoas e empresas controlarem suas finanças, evitando uma série de transtornos do dia a dia, com a tramitação dos boletos. Poderão ser cobrados, por esse sistema, mensalidades escolares, planos de saúde, condomínios, financiamento de imóvel e de veículo. As contas de água, luz e telefone não estão incluídas.

Atualmente, no país, são confeccionados 2 bilhões de bloquetos de cobrança por ano, e a expectativa é de que em cinco anos a metade migre para o DDA.
É lógico que os bancos estão promovendo essa mudança toda por causa dos ganhos que terão com isso. Ganhos, aliás, que não devem ser pequenos, pois o setor bancário vai investir R$ 2,5 milhões em propaganda para esclarecer clientes e usuários sobre as conveniências do novo sistema de cobrança. Além do ganho com a diminuição dos custos operacionais é possível que as instituições bancárias cobrem tarifas pelo serviço.

É claro que existem aspectos positivos com a implantação desse novo sistema. Dados divulgados pela própria Febraban indicam que a abolição do uso total dos boletos bancários significaria uma economia de 1 bilhão de litros de água por ano, reduzindo a emissão de milhões de quilogramas de dióxido de carbono na atmosfera, além da economia de energia, papel, etc..

O público, por sua vez, terá sua vida facilitada ficando livre de transtornos para o recebimento de correspondências, manuseio de papéis, e terá a vantagem de não ter que ir até o banco para pagar suas contas.

Tudo isso, porém, nos remete a uma antiga reflexão: o avanço tecnológico tem que vir sempre a serviço do homem, jamais pode trazer-lhe infelicidade. Nesse caso, ele não pode aprofundar o desemprego que já é preocupante no setor bancário e fora dele também.

Por isso é que se torna fundamental a vitória das Centrais Sindicais, sobretudo da CUT, em sua luta por medidas que aumente a oferta de empregos, como a redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais sem redução de salário. Conciliar avanço tecnológico com qualidade de vida e justiça social é um grande desafio. Alguém tem que pensar nisso, e o movimento sindical é um protagonista fundamental nesse processo.

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Orçamento da prefeitura será de R$ 130 milhões em 2010


Dinheiro tem, tá faltando o que?

Menos de 60 dias após a administração municipal demitir estagiários e reduzir o horário de atendimento nas repartições públicas, inclusive nas unidades de saúde, sob alegação de queda de 20% na arrecadação do município, o projeto de lei de autoria do Poder Executivo que estima a receita orçamentária para 2010 chega à Câmara com um valor de mais de 130 milhões de reais.

Com 10 milhões de reais a mais que o desse ano, na prática, o novo orçamento contradiz o prefeito em relação às suas afirmações de que a arrecadação vinha diminuindo, ou, pelo menos, indica que as coisas não andam tão ruins assim. Para Carlos Orpham “com um orçamento que cresceu mais do que a inflação para o ano que vem, o prefeito Italiano tem a obrigação de melhorar sua gestão, que está muito ruim até agora”, afirma o ex-vereador.

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Aniversário da Ana Clara na AABB

Na compania de sua família, das amiguinhas e amiguinhos, a feliz Ana Clara Cruz Orpham comemorou seus oito anos de vida com uma festinha bem divertida no clube de campo da AABB, no sábado, dia 17 de outubro.









terça-feira, 20 de outubro de 2009

ENTREVISTA - A luta continua, companheiro!



Para Carlos Orpham, que não será candidato a deputado, é fundamental eleger Dilma presidenta do Brasil.

Carlos Alberto Corrêa Orpham foi vereador em Bebedouro, pelo Partido dos Trabalhadores – PT, por dois mandatos (2001 a 2008), presidente da Câmara Municipal e candidato a prefeito nas últimas eleições. Nessa conversa com o Blog ele conta como está sua vida sem mandato, fala do PT, do seu futuro político e da administração Italiano.

B-do-O – Você foi vereador durante oito anos, presidente da Câmara Municipal, e hoje está sem mandato. O que é que você está fazendo da vida?

Orpham – Eu sou bancário do Banco Nossa Caixa há quase 25 anos e dirigente sindical, portanto eu estou fazendo o que sempre fiz antes de ser vereador, ou seja, exercendo minhas funções de sindicalista bancário. Sabe, tem uma coisa que é interessante, as pessoas me perguntavam, quando fui indicado pelo PT para ser candidato a prefeito nas últimas eleições, por que é que eu ia arriscar perder uma eleição a prefeito, já que a de vereador me estava garantida. E eu dizia que minha profissão não era a de vereador, era a de bancário, e se eu perdesse voltaria a ser bancário, que é a minha profissão, sem nenhum problema.

B-do-O – O Banco do Brasil comprou a Nossa Caixa. Como você fica nessa história?

Orpham – Como todos os outros quinze mil funcionários, ou seja, todos nós passaremos a ser funcionários do Banco do Brasil. O Banco Nossa Caixa deixa de existir no final do ano. Todas as agências passarão a ser agências do BB e os funcionários também.

B-do-O – Como bancário da Nossa Caixa você já exerceu cargo eletivo de conselheiro deliberativo do Economus, fundo de pensão do funcionalismo. Agora você foi indicado pela Federação Estadual da categoria para compor a Comissão Executiva que negocia toda a transição para o banco incorporador, o BB. Então você sempre teve representação política entre os seus colegas de profissão?

Orpham – A política está no meu sangue. Desde que entrei no banco, em 1985, já comecei a me interessar pelas coisas do sindicato. Depois veio a eleição para o nosso fundo de pensão, o Economus, que, aliás, também administra um plano de saúde para mais de 60 mil pessoas em todo o Estado de SP. Depois fui vereador, presidente da Câmara e candidato a prefeito de Bebedouro.

B-do-O – Em 2002 você também foi candidato a Deputado Estadual...

Orpham – Sim. Exatamente por causa da minha participação política também fora da cidade, no seio dos bancários da Nossa Caixa. Eu, naquela época, era conselheiro do Economus, eleito em todo o estado, com o apoio dos meus companheiros da Federação Estadual dos Bancários, a Fetec-CUT/SP. Nós achávamos que seria possível me eleger deputado estadual, mas depois faltaram várias coisas, dentre elas dinheiro pra fazer campanha em todo o estado. Nossa avaliação naquele ano era a de que com 30 mil votos seria possível eleger um deputado no PT. Depois essa avaliação se mostrou equivocada. Foram necessários 57 mil votos naquela eleição para deputado estadual. No final minha campanha acabou ficando restrita a Bebedouro. Como também tivemos vários candidatos, acabei tendo 11.136 votos. O que foi até bom para quem tinha apenas um ano e meio como vereador. Mas não foi o suficiente para me eleger. Eu diria que a experiência foi positiva.

B-do-O – Sobre a incorporação da Nossa Caixa pelo BB, como está sendo a experiência de compor a Comissão Executiva que negocia tudo isso?

Orpham – Bem, nós estamos negociando tudo aquilo que se refere aos direitos e benefícios dos funcionários. Eu estou fazendo aquilo que gosto, que é defender os interesses dos trabalhadores, no caso, dos meus colegas de profissão. As dificuldades existem, pois a relação capital e trabalho sempre será conflituosa. Mesmo em uma empresa pública, ou de economia mista, como é o Banco do Brasil. Nossas maiores preocupações são a continuidade do plano de saúde, inclusive para os aposentados, e o nosso enquadramento no Plano de Carreira do banco incorporador. Mas as reuniões de negociação estão acontecendo e eu tenho a expectativa de fazermos um bom acordo.

B-do-O – Vamos falar do futuro. Você vai ser candidato a Deputado Estadual em 2010?

Orpham – Não. Não vou. Eu tenho respondido a essa pergunta quase todos os dias. Várias pessoas me perguntam isso. Por que virou coisa normal a pessoa sair candidata apenas para manter o nome em evidência, pensando na próxima eleição municipal. Eu penso que isso não ajuda. Pelo contrário, só atrapalha. É preciso ser honesto com a população de Bebedouro. Se com um candidato só já é difícil de eleger, imagine com vários. Eu avalio que no PT, PSB, PDT e PV serão necessários mais de 60 mil votos e no DEM, PMDB e PSDB, mais de 80 mil. Ou seja, está cada vez mais distante a possibilidade de realização do grande sonho bebedourense: eleger um deputado.


B-do-O – Mas o PT de Bebedouro vem se reunindo...

Orpham – Sim, claro! O diretório municipal do partido vem se reunindo regularmente. Inclusive agora em novembro vamos ter as eleições gerais internas, o que chamamos de PED, processo de eleições diretas. Vamos renovar todas as direções, a nacional, a estadual e a municipal. Além disso temos discutido também a conjuntura local e acompanhado a administração do prefeito Italiano.

B-do-O – E como vocês estão avaliando a administração municipal?

Orpham – O Italiano fez muitas promessas durante a campanha eleitoral, aliás, eu disse isso a ele durante a disputa do ano passado. Ele criou muita expectativa e não está conseguindo dar respostas, não está conseguindo cumprir aquilo que prometeu. E as pessoas estão ficando decepcionadas. Apesar disso, no primeiro ano as coisas são mais difíceis mesmo. Eu espero que ele consiga melhorar sua gestão a partir do ano que vem. Nosso povo merece uma administração melhor do que essa que ele está realizando até agora.

B-do-O – Como é que vocês estão se preparando para a campanha eleitoral do ano que vem?

Orpham
– Para nós, eleger a companheira Dilma presidenta do Brasil em 2010 é fundamental. O presidente Lula colocou o nosso país em outro patamar, tanto do ponto de vista econômico como social. Os indicadores internos de diminuição da pobreza e recuperação da produção são bastante vigorosos. Além disso, a expectativa com o futuro também é muito positiva, especialmente com a descoberta das reservas petrolíferas do pré-sal e a forma socialmente justa e politicamente soberana com que o governo a trata. Por isso nós estamos empenhados em fazer aqui em Bebedouro o mesmo esforço que o PT fará em nível nacional para eleger a companheira Dilma. Para o governo do estado ainda não temos definição de quem será o candidato do PT, mas seja quem for o nosso candidato, vamos trabalhar com a garra de sempre para elegê-lo também.

B-do-O – Sobre a política local. Se você não será candidato a deputado, como é que você está projetando o seu futuro político na cidade?

Orpham – A política, para mim, nunca foi um espaço para projetos pessoais. Eu acredito na política como um instrumento de transformação social com deliberações coletivas. E para mim é o Partido que tem essa função de discutir e tomar decisões sobre o futuro de cada um dos seus quadros na vida política. É claro que eu sei que tenho um peso no PT, mas o meu futuro político quem define é o PT, não eu. Certamente o Partido vai participar das eleições municipais de 2012, porém elas ainda estão muito longe. Se teremos candidato próprio, se serei eu ou não o candidato ainda é muito cedo pra dizer. O PT em seu tempo discutirá e definirá tudo isso.

sábado, 17 de outubro de 2009

O Dia Nacional da Leitura

(artigo publicado originalmente no Jornal Impacto - autor: Carlos Orpham)

O dia 12 de outubro é mesmo uma data especial. Dia das crianças; de Nossa Senhora Aparecida, a padroeira do Brasil; do descobrimento da América por Cristóvão Colombo; da fundação do Banco do Brasil; e agora, o Dia Nacional da Leitura. E como é feriado, dia de descansar e pensar na vida.

Nesse último, segunda-feira passada, o temporal que se formou perto de Bebedouro e atingiu algumas cidades da região me fez refletir ainda mais sobre as mudanças climáticas provocadas pelo aquecimento global e a responsabilidade do homem sobre isso. Mas não é esse o foco desse texto. Quero falar mesmo é sobre o dia da leitura.

Minha filha Ana Clara, de oito anos, certa feita me disse que queria conhecer a biblioteca municipal. Ela queria ir até lá para pegar um livro emprestado, como costuma fazer na de sua escola. Fiquei emocionado e envaidecido, pois não é muito comum uma menina com menos de oito anos (na ocasião ela tinha sete) pedir ao pai que a leve numa biblioteca. Não é verdade?

Bem, a primeira coisa que disse a ela foi que naquele dia não dava porque era final de semana e a biblioteca estava fechada. – “Ah, pai, mas em dia de semana fica difícil; você e a mamãe trabalham e eu tenho que ir à escola”, disse-me ela desapontada.

Quem, sem saber, me ajudou muito nisso foi meu amigo Zé Antônio Breviglieri. Naquele mesmo dia o encontrei no Shopping onde fora, inclusive, para comprar livros para meus filhos (o pequeno, o Gabriel, como sempre, também quis o mesmo que a irmã) e ele me convidou para a abertura de sua exposição de quadros que seria exatamente na biblioteca municipal e num dia de semana, salvo engano numa terça-feira à tarde. Olha aí a oportunidade para levar minha filha. Fiz exatamente isso. Participei da abertura da exposição dos belos trabalhos do amigo Brevi e levei comigo minha filha, que tomou um livro emprestado e ficou muito feliz. Eu também!

Naquela ocasião já havia pensado nisso, mas nesse feriado, dia nacional da leitura, dia 12 de outubro, essas cenas reavivaram-se na minha cabeça e me pus a pensar no assunto. Todos nós queremos incentivar a leitura em nossas crianças, mas não tomamos alguns cuidados que são simples e fundamentais. Dentre eles, evitar o fechamento de uma biblioteca municipal nos finais de semana e feriados. Está aí um grande desafio: mudar nossos paradigmas. Repensar nossas ações no setor privado e as políticas públicas. Quem sabe, com a instituição do Dia Nacional da Leitura, as coisas comecem a mudar. Tomara!

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Porque não sou candidato a deputado

(artigo publicado originalmente no Jornal Impacto - autor: Carlos Orpham)

Muitos têm me perguntado se serei candidato a deputado nas eleições do ano que vem. Alguns até me incentivando a ser. E eu tenho respondido que não. Alguns acreditam, outros acham que estou blefando, já que é muito comum o candidato negar-se como tal durante algum tempo antes da convenção partidária. Mas, decididamente, não sou candidato.

Um dos motivos pelos quais não entrarei na disputa por uma cadeira no legislativo estadual é o fato de os bebedourenses sonharem há muito tempo em ter um parlamentar na ALESP, e, nem eu, nem ninguém, tem o direito de brincar com o sonho das pessoas, principalmente quando as pessoas lhe são caras. Digo isso porque eleger um deputado estadual está cada vez mais difícil para uma cidade do porte da nossa. Avalio que no PV, PDT, PSB e PT serão necessários mais de 60 mil votos e no PMDB, DEM e PSDB, mais de 80 mil. Para agravar o quadro já temos pelo menos uns três ou quatro pré-candidatos colocados.

Quando saí candidato, em 2002, a conjuntura era outra. Eu tinha sido eleito vereador dois anos antes e o meu partido, o PT, administrava a cidade. Na ocasião avaliávamos que se eu tivesse 30 mil votos eu poderia me eleger. Na oportunidade, eu também tinha sido eleito por meus colegas em todo o estado de SP, conselheiro administrativo do Economus (Fundo de Pensão dos bancários da Nossa Caixa), que, além do plano de previdência, administrava um Plano de Saúde para 60 mil pessoas. Isso me dava uma base importante para a candidatura. Se conseguíssemos quinze mil votos em Bebedouro, mais cinco mil na região, mais dez mil por todo o estado, tendo como base os bancários da Nossa Caixa, eu poderia me eleger. Essa era a conta que fazíamos na ocasião.

Bem, acabamos tendo quatro candidatos da cidade e obtive 11.136 votos. Isso sem contar que o necessário, no partido, naquele ano, não foi 30 mil como imaginávamos e sim 57 mil votos. Erramos na avaliação.

Na última eleição, em 2006, o atual prefeito Italiano foi o único candidato na cidade e mesmo assim não conseguiu se eleger. O que reforça a tese de que estamos cada vez mais distantes do sonho de termos um deputado de nossa cidade.

De toda forma, mesmo acreditando que uma candidatura se discute a partir do partido, não da cidade, comungo do sonho de termos um bom deputado por Bebedouro. Quanto a uma eventual candidatura minha, ela não acontecerá.

Por outro lado tenho outro papel também da maior importância a realizar que é o de fazer aqui e na região a campanha da minha companheira Dilma para presidenta da república. Ela, que, se eleita, dará continuidade ao projeto de país iniciado pelo presidente Lula, que está colocando o Brasil num outro patamar econômico e social e adquirindo definitivamente o respeito internacional.

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

1º Baile de Casais da Casa do Adolescente

A Casa do Adolescente de Bebedouro está promovendo o seu 1º Baile de Casais com a finalidade de angariar recursos financeiros para a entidade. O evento será no dia 16 de outubro, sexta-feira, na Casa de Retiro Bom Pastor, a partir das 21 horas.
As mesas com quatro lugares estão sendo vendidas por voluntários e diretores da Casa ao preço de R$ 50,00, com direito a uma tábua de frios (bebida a parte). Quem quiser adquirir uma mesa pode ligar para Adriana Orpham 3343-6503 ou 9708-0214.
A Casa trabalha com vários projetos voltados para crianças e adolescentes em situação de risco e vulnerabilidade social. Suas instalações ficam em frente à FECCIB velha.
Participe!
Divirta-se passando uma noite agradável com amigos e ao mesmo tempo ajude-nos a ajudar nossas crianças e adolescentes!

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

R$ 700 mil jogados fora?

O ex-vereador Carlos Orpham (PT) lamentou hoje, em entrevista à Gazeta de Bebedouro, o fato de a obra das galerias da Rua José Francisco Paschoal não terem saído a contento. Os 700 mil reais que vieram de Brasília para a realização da obra, foram resultados do seu trabalho. "Não só do meu é claro! O prefeito da época, o Hélio, também foi até a capital federal, aliás, fomos juntos para as audiências nos Ministérios da Integração Nacional e das Cidades, articuladas pelo Senador Aloísio Mercadante, do PT", explicou Orpham.
Para o ex-vereador e ex-presidente do Legislativo Municipal, houve incompetência, tanto dos responsáveis pelo projeto, quanto da empresa que realizou a obra. Para ele a quantidade de água que desce por ali é muito grande, mas os responsáveis pela obra sabiam disso. "Portanto, os cálculos de engenharia deveriam levar em conta o grande volume de água que a galeria teria de suportar, sem causar erosão no lago e o afundamento do asfalto", desabafa Orpham.
Em fevereiro de 2006, Carlos Orpham, então vereador, conseguiu agendar duas audiências em Brasília através do gabinete do Senador Mercadante, depois que a cidade foi vitimada pela forte chuva do dia 2 daquele mês, que derrubou três pontes e ceifou duas vidas, uma delas na enxurrada da Rua José Francisco Paschoal. A obra que posteriormente lá foi realizada sofreu, na semana passada, sérias avarias, que colocam em dúvida a qualidade técnica da obra. "Espero que os R$ 700 mil que conquistamos para a obra, não tenham sido jogados fora", lamenta o ex-vereador.

sábado, 26 de setembro de 2009

Para os bancos, nem tsunami, nem marolinha, só alegria

(Artigo publicado originalmente no Jornal Impacto - autor: Carlos Orpham)

A crise sistêmica mundial iniciada no ano passado com a implosão do gigante americano, Lehman Brothers, não conseguiu afetar os bancos brasileiros. Nem sequer a marolinha prevista pelo presidente Lula para o Brasil, passou perto das portas de Bradesco e Itaú, que lucraram mais de R$ 4 bilhões cada um, no primeiro semestre desse ano. Lucro esse, aliás, igual ao do Banco do Brasil.

Vejam que esse lucro foi apenas no primeiro semestre, o que nos leva a crer que ao final do ano esse total deverá dobrar. Ou seja, mais de R$ 8 bi cada um para festejar o Natal de 2009. Para que o leitor tenha uma idéia mais clara do quanto significa esse valor, vale a pena fazer aqui um cálculo rápido. O orçamento desse ano da Prefeitura de Bebedouro é de R$ 120 milhões. Portanto, o lucro líquido que cada um desses bancos vai colocar no bolso em apenas um ano corresponde ao total necessário para gerir uma cidade de 80 mil habitantes durante 66 anos. É ou não é muito dinheiro?

Enquanto isso, na campanha nacional dos bancários, cuja data base é setembro, as coisas não andam tão boas quanto nos cofres dos afortunados cartolas do sistema financeiro nacional. A FENABAN – Federação Nacional dos Bancos - oferece aos bancários um índice de reajuste salarial de apenas 4,5%, o que repõe apenas as perdas com a inflação do período, e uma formulação de PLR – Participação nos Lucros e Resultados - bem inferior à que já tivemos nos anos anteriores.

Apesar de a campanha ser dos bancários, esse é um tema que interessa a toda a população, pois também estão em debate: a geração de mais empregos, a diminuição das taxas de juros e um melhor atendimento à população.

Por incrível que pareça, num setor altamente lucrativo como é o financeiro, o número de postos de trabalho vem diminuindo. Segundo o CAGED do Ministério do Trabalho os bancos fecharam 1.340 vagas no primeiro semestre desse ano. Sob a alegação de uma crise que sequer passou perto das agências bancárias.

O argumento utilizado pelos cartolas para as taxas de juros elevadas e o conseqüente maior spread bancário do mundo é o alto índice de inadimplência. Apesar do novo cenário econômico com a Selic e a inadimplência caindo, as taxas praticadas pelos bancos continuam elevadas, o que comprova a falta de vontade de ajudar o país a crescer e gerar empregos.

Uma pergunta que sempre fiz é, porque que os bancos têm que abrir às 10h:00 e fechar as 15h:00? Enquanto os outros estabelecimentos abrem mais cedo e fecham mais tarde!
Por isso, os bancários estão cobrando dos banqueiros, que as agências abram às 09h:00 e fechem às 17h:00 com dois turnos de trabalho. Isso faria com que os bancos contratassem mais trabalhadores e melhoraria muito o atendimento à população, que já não agüenta mais tanta fila.

Carlos.orpham@yahoo.com.br

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Governo Federal já mandou para Bebedouro R$ 16,8 milhões, até julho/2009

O Governo Federal já mandou para Bebedouro exatamente R$ 16.830.282,74, até Julho desse ano. Confira abaixo os valores relativos a cada item:

Assistência Social - Erradicação do Trabalho Infantil - PETI R$ 17.500,00

Educação - Apoio à Alimentação Escolar na Educação Básica R$ 338.954,00

Educação - Apoio ao Transporte Escolar na Educação Básica PNATE R$ 27.595,85

Compensação da Variação Nominal Negativa Acumulada dos Recursos Repassados pelo Fundo de Participação dos Municípios -FPM entre os Exercícios de 2008 e 2009 R$ 9.819,20

Saúde - Atenção à Saúde da População para Procedimentos em Média e Alta
Complexidade R$ 3.318.065,06

Encargos Especiais - Auxilio Financeiro aos Entes Federados Exportadores
R$ 76.539,42

Assistência Social - PETI R$ 1.650,00

Saúde - Estruturação de Unidades de Atenção Especializada em Saúde R$ 200.000,00

Desporto e Lazer - Funcionamento de Núcleos de Esporte Educacional R$ 5.000,00

Encargos Especiais - Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação - FUNDEB R$ 818.960,51

FPM - Fundo de Participação dos Municípios R$ 8.130.304,19

Saúde - Prevenção e Qualificação da Atenção em HIV/AIDS e outras Doenças Sexualmente Transmissíveis R$ 136.351,06

Saúde - Vigilância em Saúde R$ 125.492,27

Saúde - Vigilância Sanitária R$ 21.811,30

Saúde - Manutenção e Funcionamento da Farmácia Popular R$ 70.000,00

Saúde - Piso de Atenção Básica Fixo R$ 660.779,50
Saúde - Piso de Atenção Básica Variável - Saúde da Família - PSF R$ 791.226,00

Saúde - Promoção da Assistência Farmacêutica e Insumos Estratégicos na Atenção Básica em Saúde FARMÁCIA BÁSICA R$ 89.526,08

Encargos Especiais - CIDE-Combustíveis R$ 58.760,10

Assistência Social - Serviço de Apoio à Gestão Descentralizada do Bolsa Família R$ 29.162,33

Assistência Social - Serviços de Proteção Social a Crianças e Adolescentes Vítimas de Violência, Abuso e Exploração Sexual e suas Famílias CREAS R$ 21.700,00

Assistência Social - Serviços de Proteção Social Básica às Famílias PAIF/CRAS R$ 18.000,00

Assistência Social - Serviço de Proteção Social Básica para Criança e Idoso R$ 72.972,90

Assistência Social - Serviços Esp. de Proteção Social Especial PAIF/CREAS R$ 88.165,20

Encargos Especiais - Compensação da Isenção do ICMS aos Estados Exp. R$ 107.307,27

Assistência Social - Bolsa Família R$ 1.484.278,00

Encargos Especiais - ITR - R$ 11.795,64

Encargos Especiais - Royalties pela Produção de Petróleo e Gás Natural R$ 94.419,45

Saúde - Vigilância Sanitária R$ 4.147,41

fonte: portaldatransparencia.gov.br

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Terça 22 é dia de deixar o carro em casa

Preocupadas com a poluição do ar, 35 cidades francesas iniciaram em 1988 um movimento para a redução dos automóveis nas ruas. Para tal, estabeleceram que todo 22 de setembro passaria a ser o Dia Mundial Sem Carro. Neste ano, a data cai numa terça-feira e a intenção é dar prioridade a transportes alternativos para se locomover.
Em São Paulo, de acordo com a agência Envolverde, o objetivo do Dia Sem Carro é debater o uso de meios de transportes alternativos e menos poluentes, em eventos que acontecerão em toda a cidade. Segundo Oded Grajew, um dos idealizadores do Movimento Nossa São Paulo, a programação será extensa e pretende atingir um grande número de pessoas. A entidade organiza a manifestação junto com outras 20 ONGs como o Instituto Akatu, Campanha Tic Tac, Coletivo Ecologia Urbana, SOS Mata Atlântica, Respira São Paulo, Sesc e Transporte Ativo.
Diferentemente de outras cidades, a organização paulistana do evento não pedirá à população que deixe o carro em casa. “Ainda é cedo para pensarmos em uma atitude assim; o que queremos é mostrar à população que é possível ir a vários lugares sem necessidade de um transporte individual”, ressaltou Grajew.
Pesquisa – O foco dos organizadores baseia-se em uma pesquisa divulgada na sexta 18 pelo próprio Movimento Nossa São Paulo. Segundo os dados, o paulistano tem interesse em deixar o veículo em casa e passar a usar o transporte público, apesar de ter adquirido mais carros em 2009.
De um total de 805 entrevistados, 78% afirmam que deixariam o carro em casa para utilizar o transporte público, caso houvesse uma boa alternativa. O levantamento concluiu também que metade dos ouvidos disse ter um ou mais veículos em casa, número 13% maior do que o do ano passado. Desse total, 29% usam os veículos diariamente. Cerca de dois terços dos entrevistados preferem que os investimentos públicos nos próximos anos sejam direcionados para o transporte coletivo.
Para Carlos Orpham, que recentemente publicou um artigo sob o título "Cidade sustentável presupõe transporte coletivo de qualidade", as pessoas começam a perceber que as cidades não suportam mais tantos carros e que o transporte coletivo de qualidade é fundamental. "Não é só para quem não tem carro que temos que pensar o transporte coletivo, ele deve ser para todos, mas para isso é necessário grandes investimentos, tanto públicos, quanto privados", explica.

sábado, 19 de setembro de 2009

Minha avó Amália, 100 anos de dignidade

(artigo publicado originalmente no Jornal Impacto - autor: Carlos Orpham)

Dona Amália, minha avó paterna, completa 100 anos de idade no dia 27 de setembro. É o que ela diz! Porque, pela segunda via de sua certidão de casamento ela teria nascido em 1908, não em 1909. Então ela faria agora 101 anos. Mas ela jura de pé junto que são apenas 100. Obviamente, ninguém ousa duvidar.

Há três anos atrás, no dia do seu aniversário, eu disse a ela: - Nossa, vó! A senhora já tem quase um século! E ela me respondeu: - Que é isso, menino! Tenho apenas 97! Essa é Dona Amália, uma centenária de não mais que um metro e meio de altura, porém de uma estatura moral que fita métrica não consegue medir.

Descendente de portugueses, veio de Campinas para Bebedouro ainda menina. Casou-se, ainda como tal, e teve 15 filhos com meu avô, João, que a deixou viúva muito cedo. Já enterrou 8 filhos, três quando crianças e cinco já depois de adultos. Nunca a ouvi reclamar da vida, nem falar mal de quem quer que seja. Pelo contrário, quando alguém inicia algum comentário maledicente ela logo muda o rumo da conversa. Mulher de fibra inigualável, nunca a tinha visto chorar, até uns 8 anos atrás, quando de lá pra cá ocorreram as mortes de seu neto mais velho e de alguns de seus filhos.

Meu relacionamento com ela não foi muito intenso, nem quando criança, nem depois de adulto, apesar de ter sido minha madrinha de casamento. Sabe aquelas coisas que acontecem com todo mundo? Por vários motivos o relacionamento torna-se mais forte com uma avó do que com a outra. Para mim, a presença maior em minha vida foi da minha avó materna, a Dona Joana, que já faleceu. Isso porque morou na casa de meus pais durante alguns anos, antes de partir para o plano espiritual.

Mesmo assim, mesmo não tendo um relacionamento intenso com Dona Amália, a referência que tenho dela é de uma mulher guerreira, respeitada e querida por todos que a conheceram desde jovem. Há pessoas que residem hoje em outras cidades, que quando vem a Bebedouro, não deixam de visitá-la para lhe dar um abraço e relembrar o passado. Normalmente são septuagenários como meu pai e meus tios, que quando crianças brincavam no grande quintal de sua humilde casa situada na Rua Vicente Paschoal.

Aos leitores quero dizer que esse texto não tem nenhuma outra pretensão senão a de prestar uma homenagem à minha avó, que completa um século de existência. Sei que, talvez, para quem está acostumado a ler meus textos, isso pode não ter grande importância e até mesmo parecer auto elogio. Mesmo assim resolvi correr esse risco. Homenagear alguém que completa cem anos já é justo. Quando esse alguém é Dona Amália Bispo Corrêa, é muito mais! Modéstia a parte! Grande beijo, vó!

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

A marolinha, um ano depois



Ricardo Berzoini (*)


Os adversários se animaram. Pensavam que o governo Lula havia obtido sucesso por não ter enfrentado nenhuma crise internacional.


HÁ UM ano, o mundo era sacudido pelo estouro da bolha imobiliária norte-americana. Uma crise financeira e econômica se espalhou pelo planeta, travando o crédito e o comércio mundial. Depois da quebra do banco Lehman Brothers, US$ 25 trilhões em riquezas viraram pó em todo o mundo. Os governos, com seus trilionários pacotes para evitar a falência do sistema, sepultaram a era do Consenso de Washington. Mesmo assim, milhões de pessoas foram empurradas para a pobreza. Nesse cenário de incertezas, os adversários do governo Lula ficaram animados. Pensavam que o governo havia obtido sucesso até então por não ter enfrentado nenhuma crise internacional, ao contrário de FHC, que sofrera os efeitos de três delas, bem menores. Tripudiaram quando o presidente Lula previu que a crise, para o Brasil, seria uma "marolinha", não um tsunami. Lula assumiu a atitude de líder, pilotando pessoalmente as medidas de enfrentamento da crise e dirigindo-se à nação como quem vai à luta, não se deixando abater pela turbulência. Em dezembro passado, no auge da crise, estimulou os brasileiros a continuarem consumindo, dentro de suas possibilidades. Colocou os bancos públicos para compensar a retranca dos bancos privados. Orientou a Petrobras a ampliar os investimentos, quando muitos diziam que o petróleo a US$ 30 inviabilizaria a exploração do pré-sal. Reduziu IPI, IOF e Imposto de Renda dos assalariados. Lançou, no meio da crise, um poderoso programa de habitação popular, reconhecido pelos empresários e pelos movimentos sociais como a mais importante iniciativa do setor na história do Brasil. Hoje, diante dos dados de recuperação da economia, é fato que o Brasil superou o impacto principal da crise e retoma a trajetória de crescimento interrompida no ano passado. O Brasil deve ser um dos poucos países do mundo a fechar 2009 com PIB positivo. O mercado de trabalho aponta números claros: o Caged, cadastro do Ministério do Trabalho que só registra a movimentação de empregos formais, diz: nos 12 meses até junho de 2009, 390 mil empregos formais foram criados. Saldo positivo em plena crise. Foi com um conjunto de medidas corajosas que conseguimos atravessar a crise em situação melhor do que a de muitos países. Graças ao fortalecimento de instrumentos do Estado, como bancos oficiais e empresas estatais, como a Petrobras, rompendo com a lógica neoliberal que imperou até 2002, o Brasil teve musculatura para enfrentar o furacão gestado no centro do capitalismo. Ao agir prontamente, com todos os instrumentos públicos disponíveis, o governo pode conduzir o país com segurança no mar revolto da crise.A cada medida tomada, uma crítica da oposição. A cada sucesso, mudança de mote. Ante as evidências da recuperação, os mesmos setores que vaticinaram a inevitabilidade do caos tentam mudar o enfoque, falando de deterioração fiscal do governo federal.Querem eclipsar um fato: o governo Lula salvou o país do caos fiscal dos anos 1990 e, justamente pela ação fiscal anticíclica nos últimos 12 meses, nos permitiu fazer frente à crise, gastando bem menos que outros países.Em seis anos, um conjunto de políticas sociais, tributárias, industriais, creditícias e de comércio exterior foi implementado. Nossas estatais foram fortalecidas. O PAC foi estruturado como indutor de investimentos públicos e privados. Entre janeiro de 2003 e janeiro de 2009, o desemprego (Seade-Dieese) foi reduzido de 18,6% para 12,5% (redução de 33%). Foram gerados 7,7 milhões de empregos formais, sem falar nas ocupações da agricultura familiar e da economia familiar urbana e outros tipos de ocupação. Cresceu o emprego formal em relação ao informal. O salário mínimo teve um aumento real de 46% desde 2003, influenciando a pirâmide salarial. Temos seis anos e nove meses de um governo que, gradual e cuidadosamente, fez e faz a transição para um novo modelo. Há que reconhecer que falta muito que fazer, até porque a crise mundial não foi totalmente desfeita. É necessário retomar a velocidade de geração de empregos anterior à crise, acelerar os investimentos. Mas a lição que fica é que o deus mercado foi exorcizado, aqui e no exterior. Foi resgatado o papel do Estado como força reguladora e de estímulo à economia. O neoliberalismo foi soterrado sob os escombros do muro de Wall Street. E o Brasil pode perceber, claramente, as diferenças entre os dois projetos que se sucederam na Presidência da República.

RICARDO BERZOINI, 49, bancário, é deputado federal (PT-SP) e presidente nacional do partido. Foi ministro da Previdência (2003-2004) e do Trabalho (2004-2005).