terça-feira, 8 de dezembro de 2009

BB insiste em reduzir salários e retirar direitos

Enquanto os funcionários abraçam simbolicamente o banco extinto, o BB abre saco de maldades

O dia 30 de novembro de 2009 ficará na memória dos bancários da Nossa Caixa. A data crava o fim do último banco público do estado de São Paulo e o início de uma nova era com a incorporação pelo Banco do Brasil. O momento histórico foi marcado por um abraço dos bancários ao prédio da matriz em São Paulo na Rua VX de Novembro. A emoção contagiou a todos. Os funcionários deixaram o trabalho por alguns minutos para participar e demonstrar o espírito de luta com que vão encarar os novos desafios.

Enquanto isso o Banco do Brasil demonstra, através de seus negociadores, total descaso com essa história. Numa postura arrogante, tem deixado claro que promoverá diminuição de salários e de direitos no processo de migração. Além do fim do Adicional por Tempo de Serviço (anuênio) e da Gratificação Variável o BB quer descomissionar quem não fizer a opção, numa flagrante ilegalidade, pois a súmula 372 garante a incorporação para quem recebe comissão de função a mais de 10 anos, e ainda por cima quer reduzir o comissionamento de aproximadamente duas mil pessoas, entre assistentes, gerentes de segmento e gerentes gerais.

Para Carlos Orpham, diretor do Sindicato e membro do Comando, o fim da Nossa Caixa encerra de vez um projeto falido de Estado implantado pelo PSDB, que vendeu seu último banco público estadual, “sabemos que foi positivo o fato de a Nossa Caixa não acabar nas mãos da iniciativa privada, como queriam os tucanos, sabemos que foi muito melhor sermos comprados pelo Banco do Brasil, porém queremos entrar no BB sendo respeitados”, avisa.

Para o presidente do Sindicato, Marco Antônio Pereira, “enquanto houver um trabalhador da Nossa Caixa, essa história não será extinta, vamos continuar lutando ao lado dos funcionários da Nossa Caixa pelo respeito ao que conquistamos juntos esses anos todos”, observa.

Ainda segundo Orpham, é necessário que os funcionários mantenham a organização e disposição de luta para garantir que ninguém saia perdendo salário e que anuênio e Gratificação Variável sejam pelo menos indenizados com um valor justo.

Sindicato promoveu reuniões nas agências e duas Plenárias sobre a incorporação

O Sindicato dos Bancários de Barretos e Região realizou reuniões em todas as agências do Banco Nossa Caixa da base para levar aos bancários informações sobre o processo de incorporação pelo BB. Na sede da entidade, em Barretos, foram duas plenárias. No dia 19 de novembro ocorreu a última até o momento, cujo objetivo principal foi apresentar aos trabalhadores o andamento das negociações e orientar que nenhum funcionário faça a opção pelo regulamento do BB, pelo menos até o dia 30 de dezembro. De acordo com Carlos Orphan, diretor do sindicato e membro da comissão executiva do comando, “isso é importante por que nos dá mais poder de negociação com o BB”, explica e completa: “precisamos resolver também o nosso plano de saúde, tantos dos ativos quanto dos aposentados, queremos que todos tenham um plano bom e que seja perene, não um inseguro como é o PANC hoje, que é bancado com recursos do FEAS, que é finito”, conclui.

BB muda datas de reuniões temáticas e não avisa os membros do Comando

A representação cutista dos trabalhadores da Nossa Caixa foi surpreendida, na manhã desta segunda-feira (7), com o cancelamento da mesa temática que discutiria o FEAS, em São Paulo, sem aviso prévio. A reunião seria com a comissão de quatro pessoas anteriormente criada para avançar nas discussões sobre o plano de saúde. O Banco do Brasil mudou unilateralmente o dia e local da reunião, transferindo-a para terça-feira (8), às 14h, em Brasília. A outra reunião de negociação que daria continuidade às discussões sobre a incorporação, anteriormente marcada para o dia 8 em SP, também foi unilateralmente transferida para quarta-feira (9), também em Brasília.

“Foi um desrespeito a mudança das datas, horários e local das duas reuniões, pois eu já havia viajado para SP para participar e só lá é que ficamos sabendo da alteração”, lamenta Carlos Orpham, que completa: “Isso parece provocação, eles não estão gostando de nossa postura de defender de maneira intransigente o direito dos funcionários. Se querem encontrar facilidades com a representação, não será conosco”, desabafa.

Não faça a adesão ao regulamento pessoal do BB até que tenhamos concluído o processo negocial sobre o tema.

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