sábado, 30 de outubro de 2010

Política e religião

(artigo originalmente publicado no Jornal Impacto - autor: Carlos Orpham)

Domingo passado, mais ou menos ao meio dia, recebi um telefonema de uma professora aposentada me dizendo que sua irmã, também professora e aposentada, a procurou indignada depois do que presenciou pela manhã numa reunião religiosa. Contava-me ela que o chefe religioso, abordando o tema eleições, dentre outras coisas, teria dito que há uma candidata que está prometendo erradicar a pobreza e a miséria no país e que isso não seria possível, pois a pobreza e a miséria estariam previstas na lei de Deus. Portanto, seria impossível acabar com esses sofrimentos das pessoas que passam por essas vicissitudes. Assim, concluiu o religioso, a candidata mente.

Discurso ruim, porém mais honesto. Até bem pouco tempo durante a campanha eleitoral o religioso dizia para não votar na candidata que defendia o aborto e a união civil entre pessoas do mesmo sexo. A candidata assinou um termo de compromisso de não apresentar nenhum projeto de lei ao Congresso Nacional que modificasse o texto da lei já existente sobre o tema, depois que três ex-alunas de Mônica Serra, mulher do candidato, disseram que a ex-professora teria feito um abortamento no quarto mês de gestação e denunciaram sua hipocrisia. No mesmo período o candidato assumiu publicamente sua posição também favorável à união civil entre homoafetivos, por uma questão de direito.

Assim, era preciso arrumar outro argumento. Pois bem, então lá vai... a pobreza é coisa de Deus! O argumento é mais honesto, pois se trata de uma opinião política e não de baixarias e boatos, como os argumentos primeiros que caíram por terra a partir de fatos concretos. Obviamente, acho difícil alguém entrar numa dessas, mas é uma questão de opinião. Eu, particularmente, tenho outra visão sobre o assunto. Deus, que é a inteligência suprema do universo, criador do Céu e da Terra, soberanamente justo e bom, não poderia, de maneira alguma, condenar grande parte da população à pobreza e miséria eternas. O próprio Jesus nos ensinou a fazermos aos outros, aquilo que gostaríamos que nos fizessem. É lógico que não quero ser eternamente pobre e miserável, por isso, conforme nos ensina Jesus, tenho que fazer o possível para que meu irmão saia da miséria. E Jesus não nos mandaria fazer algo que não fosse possível. Difícil sim, impossível não.

Parece-me que a argumentação do religioso, dita de uma outra forma seria a seguinte: acabar com a pobreza não é possível, antão vote em Serra. É... loucura, não?

Tenho um amigo religioso que certa feita me disse assim: “tem chefes religiosos que ficam banqueteando nas faustas mesas dos ricos e se esquecem da opção pelos pobres”. Parece-me muito mais lógico e cristão que se comparasse quem fez mais pelos pobres, criou mais empregos, incluiu mais pessoas nas classes médias vindas da C e D, fez o país se desenvolver ao mesmo tempo em que distribuiu melhor a renda, etc.. Se usassem a comparação como método, certamente não escolheriam o candidato dos ricos e poderosos. Parafraseando o grande Chico Buarque de Holanda, escolheriam o projeto político que não fala fino com os Estados Unidos e nem grosso com Bolívia e Paraguai.

sábado, 23 de outubro de 2010

O mal-estar dos jornalistas da TV Globo

Enviado por luisnassif, sex, 22/10/2010 - 18:36
Do Escrevinhador

O dia em que até a Globo vaiou Ali Kamel

Passava das 9 da noite dessa quinta-feira e, como acontece quando o “Jornal Nacional” traz matérias importantes sobre temas políticos, a redação da Globo em São Paulo parou para acompanhar nos monitores a “reportagem” sobre o episódio das “bolinhas” na cabeça de Serra.

A imensa maioria dos jornalistas da Globo-SP (como costuma acontecer em episódios assim) não tinha a menor idéia sobre o teor da reportagem, que tinha sido editada no Rio, com um único objetivo: mostrar que Serra fora, sim, agredido de forma violenta por um grupo de “petistas furiosos” no bairro carioca de Campo Grande.

Na quarta-feira, Globo e Serra tinham sido lançados ao ridículo, porque falaram numa agressão séria – enquanto Record e SBT mostraram que o tucano fora atingido por uma singela bolinha de papel. Aqui, no blog do Azenha. você compara as reportagens das três emissora na quarta-feira. No twitter, Serra virou “Rojas”. Além de Record e SBT, Globo e Serra tiveram o incômodo de ver o presidente Lula dizer que Serra agira feito o Rojas (goleiro chileno que simulou ferimento durante um jogo no Maracanã).

Ali Kamel não podia levar esse desaforo pra casa. Por isso, na quinta-feira, preparou um “VT especial” – um exemplar típico do jornalismo kameliano. Sete minutos no ar, para “provar” que a bolinha de papel era só parte da história. Teria havido outra “agressão”. Faltou só localizar o Lee Osvald de Campo Grande. O “JN” contorceu-se, estrebuchou para provar a tese de Kamel e Serra. Os editores fizeram todo o possível para cumprir a demanda kameliana. mas o telespectador seguiu sem ver claramente o “outro objeto” que teria atingido o tucano. Serra pode até ter sido atingido 2, 3, 4, 50 vezes. Só que a imagem da Globo de Kamel não permite tirar essa conclusão.

Aliás, vários internautas (como Marcelo Zelic, em ótimo vídeo postado aqui no Escrevinhador) mostraram que a seqüência de imagens – quadro a quadro – não evidencia a trajetória do “objeto” rumo à careca lustrosa de Serra.

Mas Ali Kamel precisava comprovar sua tese. E foi buscar um velho conhecido (dele), o perito Ricardo Molina.

Quando o perito apresentou sua “tese” no ar, a imensa redação da Globo de São Paulo – que acompanhava a “reportagem” em silêncio – desmanchou-se num enorme uhhhhhhhhhhh! Mistura de vaia e suspiro coletivo de incredulidade.

Boas fontes – que mantenho na Globo – contam-me que o constrangimento foi tão grande que um dos chefes de redação da sucursal paulista preferiu fechar a persiana do “aquário” (aquelas salas envidraçadas típicas de grandes corporações) de onde acompanhou a reação dos jornalistas. O chefe preferiu não ver.

A vaia dos jornalistas, contam-me, não vinha só de eleitores da Dilma. Há muita gente que vota em Serra na Globo, mas que sentiu vergonha diante do contorcionismo do “JN”, a serviço de Serra e de Kamel.

Terminado o telejornal, os editores do “JN” em São Paulo recolheram suas coisas, e abandonaram a redação em silêncio – cabisbaixos alguns deles.

Sexta pela manhã, a operação kameliana ainda causava estragos na Globo de São Paulo. Uma jornalista com muitos anos na casa dizia aos colegas: “sinto vergonha de ser jornalista, sinto vergonha de trabalhar aqui”.

Serra e Kamel não sentiram vergonha.

A Matéria está neste link: http://www.advivo.com.br/blog/luisnassif/o-mal-estar-dos-jornalistas-da-tv-globo

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Repasses do MEC ao ensino básico cresceram 180% em 5 anos

Valor Econômico - 19/10/2010

A evolução da qualidade da educação brasileira, principalmente nas pequenas cidades, depende cada vez mais do dinheiro do Ministério da Educação (MEC). Em cinco anos, os repasses dos três principais programas de apoio ao ensino básico aumentaram mais de 180% em termos nominais.
Neste ano, os recursos do Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE), que injeta verbas na conta corrente da unidade escolar para melhorias de infraestrutura e gestão, do Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae) e do Programa Nacional de Apoio ao Transporte Escolar (Pnate) somam R$ 5 bilhões. Em 2005, Estados e municípios receberam cerca de R$ 1,8 bilhão.

Considerando outros seis programas importantes, entre os mais de 20 gerenciados pelo MEC, os recursos federais repassados a governos estaduais e prefeituras em 2010 superam a marca de R$ 15 bilhões.

"Não se trata de uma relação de dependência, é o nosso papel. Está na Constituição: a União tem obrigação de complementar e colaborar técnica e financeiramente com Estados e municípios", afirma a secretária de educação básica do MEC, Maria do Pilar Lacerda.

O secretário de Educação de Teresina, José Ribamar Torres, disse ao Valor que os recursos federais respondem por quase 80% do orçamento total da pasta, que chegou a cerca de R$ 240 milhões neste ano. "É dinheiro para pagamento de salários, reformas, merenda. A capital do Piauí tem arrecadação baixa, logo os recursos federais são decisivos para fazer qualquer política de educação."

Ele sugere que a política salarial da educação municipal seja federalizada. "O maior problema que enfrentamos é a rotatividade de professores. Muitos se licenciam, fazem outros concursos para ganhar mais e não temos autonomia para pagar bons salários e abrir contratações sempre que precisamos", afirmou Torres.

Em Cuiabá, no Mato Grosso, o secretário da Educação, Permínio Pinto Filho, diz que os repasses federais do MEC estão perto de R$ 90 milhões. "É uma parcela importante, entre 40% e 45% de tudo que investimos na capital." Sueli Maia, secretária da Educação de Santos, cobra mais recursos federais para o setor. "O antigo Plano Nacional de Educação não conseguiu atingir suas metas por falta de investimento, não adianta traçar metas se não falar em maiores e novas fontes de investimentos. A União tem papel importante nisso, principalmente com a perspectiva das receitas que virão do pré-sal - 50% devem ser destinadas à educação."

Ela destaca o aumento do orçamento do MEC nos últimos anos. Os recursos administrados pela pasta triplicaram em termos correntes entre 2003 e 2010: de R$ 19 bilhões para R$ 60 bilhões.
Segundo Sueli, a ampliação dos investimentos federais já surte efeito na qualidade. Criado em 2007 para unidades educacionais com baixo desempenho no Ideb, o Plano de Desenvolvimento da Escola (PDE-Escola) teve seus recursos incrementados de R$ 49,5 milhões para R$ 370,1 milhões em três anos. A secretária diz que "60,9% das escolas priorizadas pelo programa apresentaram resultados melhores no Ideb 2009 em relação à nota de 2007. Dessas, 40% apresentaram resultado igual ou maior à média nacional."

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Para PT, apreensão de panfletos anti-Dilma mostra 'submundo' da campanha

Encomenda de panfletos contra candidata petista era de 20 milhões. PT pede apuração de campanha de telemarketing, DVDs e impressões difamatórios
Por: Suzana Vier e Virgínia Toledo, Rede Brasil Atual
São Paulo - Os panfletos com conteúdo difamatório à candidata do PT, Dilma Rousseff, apreendidos em São Paulo, no sábado (16), confirmam, na visão de José Eduardo Cardozo, secretário-geral da legenda, que uma central de boatos operaria no submundo da campanha eleitoral. A avaliação do deputado federal foi apresentada a jornalistas em uma entrevista coletiva concedida nesta segunda-feira (18). O PT afirma que, embora 1 milhão de folhetos tenham sido apreendidos, a encomenda original era de 20 milhões de exemplares, mas a quantidade não poderia ser produzida pela empresa.
No domingo, (17), a Polícia Federal apreendeu, a pedido do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), exemplares de um panfleto com título "Apelo a todos os brasileiros e brasileiras", assinado pela Comissão em Defesa da Vida do Regional Sul 1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). A gráfica Pana, localizada no bairro do Cambuci, em São Paulo, foi a contratada para rodar o material. A CNBB negou, nesta segunda-feira à Agência Estado, que tivesse demandado uma reimpressão.
Para Cardozo, que também coordena a campanha da presidenciável, a apreensão de um milhão de panfletos na capital paulista, assinados por bispos da Regional Sul 1 da Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), são propaganda ilícita. O material apreendido na gráfica Pana incita o voto contra Dilma e contra o PT entre a comunidade católica.
O petista vê "indícios veementes" de que teriam sido foram produzidos pela campanha adversária de Dilma no segundo turno. "Há indiscutivelmente uma relação próxima da dona da gráfica com o candidato José Serra (PSDB)", afirmou Cardozo. Por isso, o PT protocolou no TSE material que comprova, na visão da legenda, a ligação do PSDB com a empresa. Os documentos somam-se ao pedido de abertura de inquérito entregue no fim de semana à Justiça.
Segundo informações de Cardozo, Arlety Satiko Kobayashi, uma das sócias da gráfica no bairro do Cambuci, é filiada ao PSDB e irmã de Sérgio Kobayashi, coordenador de infraestrutura da campanha de Serra. Arlete seria ainda funcionária da Assembleia Legislativa de São Paulo. Cardozo considerou no mínimo estranha a proximidade entre a atuação de Kobayashi na campanha de Serra e o tipo de trabalho realizado pela irmã na gráfica.
Na metade da entrevista, o deputado estadual reeleito, Antonio Mentor, líder do PT na Assembleia Legislativa paulista, juntou-se ao grupo e acrescentou que novas informações indicam que outro sócio da empresa, Alexandre Ogawa, é filho de um funcionário do Ministério da Saúde, nomeado pelo candidato José Serra, então chefe da pasta.
Ao lado do deputado estadual eleito, Edinho Silva, presidente do PT-SP, Cardozo repetiu diversas vezes que a campanha eleitoral atingiu o extremo da falta de ética, em que ações são realizadas no submundo e às escuras. "Eleição é aguerrida, mas há regras. Críticas e acusações devem ser feitas à luz do dia, com a ética necessária", defendeu Cardozo.
O dirigente petista elencou outras ações difamatórias contra a candidata governista. "Estão distribuindo CDs e DVDs na porta de igrejas (contra Dilma), além de panfletos e e-mails", indignou-se Cardozo.
Silva suscitou que é preciso montar uma grande infraestrutura para distribuir cerca de 20 milhões de folhetos, como informou o pai do dono da gráfica onde os panfletos foram apreendidos. "Amadores ou fiéis não têm estrutura para distribuir milhões de panfletos. Queremos chegar aos mentores", denunciou o dirigente do PT paulista.
O PT pediu abertura de inquérito para investigar os autores do panfleto e esta semana também pede apuração de ações de telemarketing, divulgadas pelos jornais Correio Braziliense e Jornal de Minas, que instigam o voto anti-Dilma.
CNBB
Silva afirmou que no próprio sábado, entrou em contato com D. Pedro Luiz Stringuini, da dioscese de Franca, que negou qualquer relação da CNBB com os panfletos. O bispo teria sugerido inclusive que o PT chamasse a polícia para dar conta do caso. O PSDB também já respondeu que não tem relação com os panfletos, lembrou Silva.

Dilma: 'A diferença é que uns punem e outros acobertam'

Em entrevista no Jornal Nacional, da TV Globo, candidata governista fala sobre questão do aborto e sobre acusações trocadas entre as campanhas
Por: Patrícia Ferreira, especial para a Rede Brasil Atual

Dilma respondeu sobre o apoio de Ciro Gomes a sua candidatura (Foto: Divulgação)
São Paulo - Em entrevista ao vivo, no Jornal Nacional, da TV Globo, nesta segunda-feira (18), a candidata do PT à Presidência da República, Dilma Rousseff, voltou a comentar o caso Paulo Vieira Souza, ex-diretor da Dersa e assessor de José Serra (PSDB). Conhecido como Paulo Preto, ele é acusado de desviar R$ 4 milhões da campanha tucana. A candidata afirmou que, ao contrário do caso Erenice Guerra, que está sendo investigado, nada foi feito em relação ao assessor de Serra.
Muito diferentemente do primeiro turno, desta vez os apresentadores William Bonner e Fátima Bernardes deram um tom menos agressivo à entrevista. Apesar de manter a candidata na defensiva, o teor foi bem menos duro do que em agosto.
"Temos de ser claros com o eleitor. Erros acontecem em todo governo. Nós investigamos e punimos. Não concordo com a contratação de parentes e amigos. Dezesseis pessoas já depuseram no caso Erenice Guerra. A diferença entre o meu adversário e eu é que, até agora não houve investigacão nem processo sobre o Paulo Preto. Existe quem investiga e pune, mas também existe quem acoberta e não pune. No meu governo, serei implacável com o nepotismo, o tráfico de influência, a distribuição de propina e variantes", prometeu Dilma.
A polêmica do aborto voltou à pauta, sob a sugestão de ter sido questão decisiva para que houvesse segundo turno. Dilma, porém, foi enfática ao falar de sua posição. "Um presidente da República não pode fingir que não existem milhões de mulheres que abortam em situações precárias. Você não pode prender essas mulheres, mas cuidar delas. Aborto não é caso de polícia, mas de saúde pública", frizou.
A candidata também foi questionada sobre o surpreendente segundo turno e o apoio do deputado federal Ciro Gomes, que assumiu a coordenação da campanha de Dilma após dizer que Serra era mais bem preparado para a presidência da República. "Sempre tive boa relação com o Ciro Gomes, mas de fato, num primeiro momento, ele não me apoioiu formalmente. Depois, conversamos e conto com o apoio dele nesse momento", esclareceu.

Mulher de Serra teria feito aborto, dizem ex-alunas

São Paulo - O jornal Folha de S. Paulo publicou neste sábado (16) reportagem em que ex-alunas da psicóloga Monica Serra afirmam ter ouvido a esposa do candidato à Presidência pelo PSDB, José Serra, contar sobre aborto realizado durante o exílio com o marido no Chile.
O suposto aborto de Monica já vinha sendo noticiado pelo jornal O Dia durante a semana, com base no depoimento da bailarina Sheila Canevacci Ribeiro, que diz ter sido aluna da mulher de Serra em 1992.
Na publicação deste sábado, a reportagem de Folha cita que localizou mais uma aluna do curso de dança da Unicamp que confirma a história sobre o aborto da então professora universitária Monica Serra.
Sheila disse aos jornais que decidiu postar um comentário sobre Monica em seu perfil na rede social Facebook depois de ouvir a afirmação de Serra durante debate, no último domingo (10), de que é contra o aborto por "valores cristãos". Ela também soube da acusação de Monica Serra, divulgada pela Agência Estado, de que a candidata Dilma Roussef (PT) é a favor de "matar criancinhas".
A ex-aluna de Monica escreveu que Serra não respeitava "tantas mulheres, começando pela sua própria mulher. Sim, Monica Serra já fez um aborto". "Com todo respeito que devo a essa minha professora, gostaria de revelar publicamente que muitas de nossas aulas foram regadas a discussões sobre o seu aborto traumático. Devemos prender Monica Serra, caso seu marido fosse eleito presidente", descreveu Sheila na rede social.
Em entrevista à Folha, Sheila confirmou as informações. A publicação também localizou uma colega de classe de Sheila, professora de dança em Brasília. Com a garantia do anonimato, ela contou que Monica expôs ter feito aborto por causa da ditadura chilena, porque o futuro dela e do marido, José Serra, era muito incerto.
Outro lado
De acordo com a publicação, a reportagem telefonou seis vezes e enviou cinco e-mails à assessoria de Monica, entre quinta (14) e sexta-feira (15), mas não conseguiu falar com a esposa do candidato tucano. Entretanto, recebeu uma mensagem com a afirmação de que "não há como responder".

sábado, 16 de outubro de 2010

Bancos deveriam abrir mais cedo e fechar mais tarde

(artigo publicado originalmente no Jornal Impacto - autor: Carlos Orpham)

Por que é que os bancos começam o atendimento ao público as 10 e encerram às 15 horas? Essa é uma pergunta que as pessoas não se fazem mais, por que parece que já se acostumaram com isso. É ruim para todos, porém ninguém questiona mais.

Em toda Campanha Nacional dos Bancários, que ocorre todos os anos no mês de setembro, voltamos à carga com os cartolas do sistema financeiro nacional representados pela FENABAN – Federação Nacional dos Bancos. Colocamos em nossa minuta a necessidade de se contratar mais bancários, criando dois turnos de trabalho e ampliando o horário de atendimento ao público. Não faz muito tempo, talvez um pouco mais de vinte anos, era assim. Por que mudou?

Com a ampliação do horário de atendimento a clientes e usuários do sistema, passando a ser, por exemplo, das 9 às 17 horas, todos ganhariam, as pessoas seriam mais bem atendidas, com muito menos filas nas agências e os bancários teriam um ambiente mais saudável para trabalhar, com menos tensão e correria. Com a criação de dois turnos de trabalho, o banco contrataria mais trabalhadores, portanto, geraria mais empregos no sistema, ajudando o país e as cidades.

Mas, infelizmente, a avidez por lucro fala mais alto. Não tenho nada contra o lucro, porém tudo tem limite. Os 5 maiores bancos que atuam no Brasil: Itaú, Bradesco Santander, HSBC e Banco do Brasil, juntos, lucraram só no primeiro semestre desse ano R$ 20 bilhões. Não sei se o amigo leitor tem a exata noção do tamanho desse dinheiro. Eu costumo comparar essa dinheirama toda com o orçamento público das cidades. Vamos pegar Bebedouro como parâmetro. O orçamento público de nossa cidade nesse ano é de R$ 120 milhões, que são usados durante o ano inteiro para pagar funcionários, médicos, professores, fazer todos os investimentos em asfalto, construir e conservar escolas, postos de saúde, construir pontes, etc. (pelo menos seria pra fazer, não é?).

Pois bem, então vejam, o lucro que esses cinco bancos obtiveram em apenas seis meses daria para gerir uma cidade como Bebedouro por 166 anos. É isso mesmo, mais de um século e meio. Isso é ou não muito dinheiro? E vejam que esse valor as famílias donas desses bancos colocam no bolso a cada seis meses, não é uma vez só, não. Isso é todo ano, a cada seis meses.

No entanto, apesar dos altos lucros e das necessidades que o sistema apresenta, a política que os cartolas banqueiros ditam do alto de suas luxuosas torres é de manter taxas de juros e tarifas de serviços abusivas e de expulsar os usuários e clientes mais pobres das agências, mandando-os para o auto-atendimento, lotéricas e os tais correspondentes bancários. E nesses lugares eles exploram mais ainda os trabalhadores, que não recebem os mesmos salários e benefícios dos bancários e ainda ficam expostos a violência como assaltos, roubos e até correndo risco de vida, funcionários e clientes, por falta de segurança.

Nessa semana os bancários de todo o país encerraram uma greve depois de conquistar 7,5% de reajuste salarial, um aumento no piso de ingresso na carreira e um avanço na PLR – Participação nos Lucros e Resultados. Não deixou de ser uma conquista, mas nosso sistema bancário ainda tem muito que melhorar.

sábado, 9 de outubro de 2010

O fenômeno Tiririca e outras coisas ruíns

(artigo originalmente publicado no Jornal Impacto - autor: Carlos Orpham)

De segunda-feira para cá muito tem se falado sobre a votação estrondosa do palhaço Tiririca para Deputado Federal, mais de 1,3 milhão de votos. E, realmente, é uma pena que as pessoas tratem a política dessa forma, com tamanho descaso. Porém, tem um fenômeno digno de estudo acontecendo junto com esse comportamento de inconformismo das pessoas em relação à votação recorde do palhaço.

A mídia, de fato, cumpre um papel de ditar comportamentos, maneiras de pensar, até o que devemos comer ou vestir, além do celular que devemos comprar é lógico. No dia seguinte à eleição, uma moça abriu um jornal perto de mim, apontou uma foto de um candidato campeão de voto, eleito para o senado, e disse assim “acho que foi nesse que eu votei”. Ela não tinha certeza. Mas eu vi a foto. Era um candidato apoiado, blindado e maquiado pela grande mídia, que muita gente, como aquela moça, não sabe quem é, mas votou.

Tão ruim quanto votar em Tiririca é votar em quem não se conhece, em quem não se sabe daquilo que ele tenha feito de bom ou de ruim para a sociedade. Que posto ou cargo eletivo tenha ocupado ou qual projeto ou realização tenha efetivado. Mas a grande mídia cobra a votação do palhaço, do outro não. Claro, joga no seu time!

Tão ruim quanto votar em Tiririca é votar em tantos outros políticos que só pensam em si e nos seus. Mas como sabê-lo, se a grande mídia brada aos quatro cantos que eles são altruístas, homens de bem? Nenhum comentário sobre o escândalo da Alston, superfaturamento das obras do metrô, relações familiares com Daslu e Verônica Dantas, por exemplo. É mais conveniente falar da tal Erenice. Isso dá segundo turno.

Tão ruim quanto votar em Tiririca é votar em quem tem desprezo pela educação. Aliás, no domingo á noite ouvia um programa na TV onde uma cientista política dizia que se a gente elege quem trata a educação com descaso estamos dando as condições de no futuro termos mais fenômenos Tiririca. Assim, questionava ela, “será que não temos uma parcela de culpa nisso”?

Tão ruim quanto votar em Tiririca é votar em quem faz o jogo rasteiro ao invés de debater projetos, apela para factóides e se faz de vítima. Quando eu começava a escrever esse texto recebi um telefonema de uma mulher. Ela estava abalada com o que tinha ouvido de alguns fiéis de certa igreja. O chefe religioso estava dizendo para seus seguidores que Dilma era “sapatão” e a favor do aborto e que era mentira dela e do Lula que a dívida com o FMI havia sido paga. Dá pra imaginar os donos da grande mídia e seus amigos, políticos de bem, esfregando as mãozinhas ao verem que suas artimanhas planejadas com todo o cuidado dão os resultados ansiosamente esperados.

Dá nojo! O Tiririca, esse, pelo menos me diverte!

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

PSDB vai mudar de nome e manter a sigla

Partido dos
Sujos e
Dissimulados do
Brasil