sábado, 27 de junho de 2009

Os neo-capitães do mato

(artigo originalmente publicado no Jornal Impacto - autor: Carlos Orpham)

Todos já ouviram falar nos tais capitães do mato! Claro que já! Eram aqueles negros cooptados pelo senhor de escravos que, com muita eficiência, capturavam os “fujões” dentro da mata, que conheciam tão bem. E eles falavam e agiam com a mesma arrogância e violência de seus senhores mandantes. Vestiam-se diferentemente dos escravos, tinham armas, cavalos e algumas regalias.

Essa lógica de cooptação de escravos para transformá-los em “capitães do mato” ainda é muito recorrente entre nós. Logicamente, com um viés mais refinado e disfarçado, mas é. Assim como a escravidão também tem um aspecto mais refinado. E é aí que reside toda a sua eficiência, ela é sem parecer ser. Ilude, engana, e assim coopta com mais facilidade e não enfrenta resistências.

O natural é a juventude ser rebelde, crítica, contestadora, revolucionária. Depois, com o passar dos anos, alguns se enquadram à ordem. José Serra, FHC, César Maia e tantos outros eram de esquerda quando jovens. Depois mudaram de idéia. Renderam-se à ordem. A bola da vez era o neoliberalismo, então, capitularam diante dele e de seu deus mercado. Via de regra é assim, o jovem é revolucionário, mesmo que se torne conservador depois de colher algumas primaveras a mais. Felizmente, existem também aqueles “não razoáveis” de quem nos fala Bernard Show, aqueles que continuam sempre querendo mudar o mundo. Ainda bem!


É alentador perceber que muitos jovens resistem a esse processo de cooptação, que tenta romper com a sua natural e saudável rebeldia. O que não é uma coisa fácil, pois a avalanche contrária é muito intensa. Conta com a ajuda dos poderosos meios de comunicação de massa e com o poder econômico.

Dia desses presenciei uma conversa onde estudantes de 20, 21 anos de idade contestavam as nefastas privatizações do governo FHC; abominavam a truculência policial contra estudantes e professores da USP em greve; defendiam a organização livre e soberana dos trabalhadores em sindicatos; defendiam os migrantes nordestinos de ataques de neo-nazistas, deixando claras suas posições humanistas, que tratam de priorizar o homem ao capital.

Mas, nem tudo são flores, os neo-capitães do mato também estão por aí. E suas semelhanças com os velhos conhecidos históricos são tantas, que normalmente são oriundos de famílias pobres. Mas esses, como os antigos, não são muitos, nem muito inteligentes, por isso não devem prosperar. A sociedade dos sonhos, justa, fraterna, solidária e democrática continuará sendo construída, com o trabalho dos primeiros, apesar dos segundos.

e-mail: carlos.orpham@yahoo.com.br

sexta-feira, 26 de junho de 2009

Orpham toma posse na Comissão que negocia com o Banco do Brasil

Carlos Orpham, que é funcionário do Banco Nossa Caixa e diretor do Sindicato dos Bancários, foi indicado pela Federação dos Bancários (Fetec-CUT/SP) para a Comissão Executiva dos funcionários, que trata de todas as negociações com o banco incorporador, o Banco do Brasil. O dirigente teve sua primeira participação na Executiva, na quinta-feira, 25, em São Paulo, onde se deu mais uma rodada de negociações, na qual o Banco do Brasil se comprometeu em, dentro de 60 dias, apresentar uma proposta global de plano de saúde aos funcionários.
A próxima reunião foi agendada para 15 de julho.

Sindicato dos Bancários lança Campanha Contra o Abuso e a Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes

Na manhã desta sexta-feira, 26, no salão de eventos do “Tancredão”, o Sindicato dos Bancários, durante atividade conjunta com o Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, Conselho Tutelar, Departamento de Educação, Rede Criança, Centro de Referência em Saúde do Trabalhador - CEREST - e Instituto Cerbel, lançou publicamente na cidade de Bebedouro a campanha contra o abuso e a exploração sexual de crianças e adolescentes.
Coordenada pela Federação dos Bancários (Fetec-CUT/SP), a Campanha já havia sido lançada, pelo sindicato, no mês de maio, no seio da categoria bancária, porém desta vez o objetivo foi o de atingir toda a população.

A atividade contou com uma palestra proferida pela Diretora de Políticas Sociais da Fetec-CUT/SP, Maria Izabel da Silva, que explicou o teor e motivos da campanha, além de apresentar os materiais de apoio como cartaz, cartilha, jornal e adesivos confeccionados especialmente para esse trabalho. Para Carlos Orpham, diretor do Sindicato dos Bancários, “esse foi mais um momento importante de participação da entidade num tema que deve ser discutido por todos, em busca de uma sociedade melhor”, registra.

Adesões - Aqueles que se interessarem pelos materiais podem solicitá-los na sub-sede dos bancários, Rua Antônio Alves de Toledo, 271-A, em Bebedouro.

sábado, 20 de junho de 2009

Selic a 9,25%: a queda ainda é pequena

(Artigo originalmente publicado no Jornal Impacto - autor: Carlos Orpham)

Certa vez, há mais de dez anos atrás, uma pessoa da imprensa local, que fazia uma entrevista comigo para depois elaborar sua matéria sobre a campanha salarial dos bancários daquele ano, me fez a seguinte pergunta: _ Orpham, por que é que vocês falam em reduzir a taxa de juros como proposta de geração de empregos? O que é que uma coisa tem a ver com a outra?
Estávamos em pleno Governo Fernando Henrique Cardoso e a taxa selic estava em torno de 40% a.a., a mais alta desde sua criação. Para vocês verem como esse debate é antigo entre nós do movimento sindical.

Logicamente, respondi com minha visão de dirigente sindical bancário: “_ Uma taxa básica de juros mais baixa significaria mais dinheiro para o setor produtivo, mais crescimento e mais empregos, por dois motivos básicos: primeiro porque estimularia quem tem muito dinheiro aplicado nos bancos, a resgatá-lo e aplicá-lo na ampliação do seu negócio ou até mesmo em um novo empreendimento. Segundo, porque, com taxa mais atrativa, o empresário descapitalizado poderia tomar empréstimos bancários com mais tranqüilidade para abrir um novo negócio”.

Nesses seis anos e meio de Governo Lula a taxa básica de juros, a selic, vem caindo gradativamente. A última reunião do Copom aprovou sua redução para 9,25% a.a., a menor de sua história. Porém, ainda é pouco! Se nos fixarmos na taxa real (descontada a inflação) ainda temos uma das mais altas do mundo. É por isso que temos insistido com o Governo Federal sobre a necessidade de uma redução mais drástica.

Nesse trabalho de pressão sobre o governo percebemos o peso que tem as condições políticas para as grandes tomadas de decisão. Para tornar possível uma redução mais forte dos juros seria necessária uma redução na remuneração da caderneta de poupança. O que foi proposto pelo Governo Federal. Porém, setores da oposição, provavelmente movidos por interesses de especuladores, que querem os juros nas alturas, iniciaram uma campanha, chamada de “mau caráter” pelo ministro Paulo Bernardo, dizendo que o governo “mexeria” na poupança, induzindo as pessoas a pensarem que o governo faria o que fez o ex-presidente Collor de Mello quando bloqueou as contas.

No Brasil, os efeitos da crise não foram tão grandes, principalmente se comparado com alguns países europeus que tiveram perdas consideráveis em seus PIBs. Mas, segundo a OIT – Organização Internacional do Trabalho – poderá ser majorado em 30 milhões o número de desempregados em todo o mundo. Todos os países precisam, portanto, pensar alternativas para resolver esse problema. Lá fora eu não sei, mas aqui, a uma forte redução na taxa de juros se faz urgente.

e-mail: carlos.orpham@yahoo.com.br

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Alunos e professores protestam contra truculência de Serra na universidade



Estudantes, professores e funcionários das universidades públicas estaduais de São Paulo fizeram nesta quinta-feira (18) um grande ato de protesto contra a truculência do governador tucano José Serra nos episódios envolvendo a invasão da USP, na semana passada, pela Tropa de Choque da Polícia Militar.
Os manifestantes partiram do vão do Masp (Museu de Arte de São Paulo) por volta de 13h40. Professores da USP levaram 3.000 flores para a avenida Paulista, em protesto que pede a democratização da universidade. As gérberas amarelas, laranjas e vermelhas foram distribuídas para os manifestantes, que saíram em passeata até o Largo de São Francisco, no Centro da cidade.
"Elas representam a rejeição da violência do campus. Representam a paz. Queremos diálogo e não a violência", explica a docente do curso de Letras Roberta Barni e integrante da Adusp (Associação dos Docentes da USP).
Os organizadores do evento do Fórum das Seis, entidade que congrega professores e funcionários da USP, da Unesp (Universidade Estadual Paulista) e da Unicamp (Unicamp Estadual de Campinas), estimam que mais de 3 mil manifestantes compareceram ao protesto.

sábado, 13 de junho de 2009

Entidades coletam assinaturas contra a CIP - Contribuição de Iluminação Pública

Entidades da cidade se mobilizam e coletam assinaturas em um abaixo-assinado contra a CIP – Contribuição de Iluminação Pública, proposta pelo poder executivo municipal. O projeto, assinado pelo prefeito Italiano, deverá ser votado na Câmara nas próximas semanas. Enquanto isso o Sindicato dos Trabalhadores nos Correios, o Sindicato dos Bancários, o núcleo do PCB de Bebedouro e o Diretório Municipal do PT, trabalham para coletar o máximo de assinaturas visando à rejeição do projeto de lei. Pela proposta do prefeito a nova contribuição seria de R$ 4,90 por residência.
Quem quiser aderir ao abaixo-assinado é só entrar em contato com uma das entidades organizadoras.

Acabar com imposto para fortalecer os sindicatos

(artigo originalmente publicado no Jornal Impacto - autor: Carlos Orpham)

Desde que comecei a participar e estudar a história, as concepções e as práticas do movimento sindical brasileiro, tenho defendido, junto com tantos outros companheiros o fim do Imposto e da Unicidade Sindicais. Criados pela legislação fascista de Getúlio Vargas, inspirado na, há muito revogada, Carta del Lavoro, de Mussolini, esses dispositivos, ao contrário do que parece, distorcem e enfraquecem a representação sindical.

O imposto, chamado formalmente de contribuição sindical, é descontado no salário de todo trabalhador independentemente de sua opção pela filiação ao sindicato que lhe representa perante seu patrão. Isso, somado à impossibilidade de se organizar mais de uma entidade numa mesma base territorial, que não pode ser menor que um município, nutre o sindicato de fachada, os chamados pelegos. Infelizmente, essa realidade se alastra país a fora.

Há muitos entraves para as mudanças nessa área, pois manter o status quo favorece amplos setores sindicais, de trabalhadores e patronais. Vale dizer que os sindicatos patronais também recebem esse tipo de imposto e com ele mantém uma poderosa estrutura e poder.

O Sindicato dos Bancários de São Paulo não recebe essa “contribuição” há quase uma década, porém para conseguir deixar de recebê-la teve que travar uma longa batalha judicial e enquanto demandava, devolvia o valor aos bancários.
Isso quer dizer, então, que pensamos que os trabalhadores não devem contribuir com seus sindicatos? Não, não é isso! Entendemos que as entidades sindicais devem ser mantidas pelos próprios trabalhadores, porém de forma espontânea, só isso pode acabar com as representações de fachada. Pois elas teriam que apresentar trabalho e ter legitimidade para continuar existindo e recebendo contribuições dos trabalhadores que representa. Caso contrário, sendo opcional ou podendo optar por associar-se a outra entidade, esses trabalhadores deixariam de contribuir com aquela que não tem trabalho.

É claro que existem sindicatos com realidades diferentes. Entidades menores, que não têm a estrutura dos bancários de SP, têm dificuldade para fazerem o mesmo, embora tenham seu trabalho reconhecido por seus representados, como é o caso dos bancários de Barretos. Por isso, nossa proposta apresentada no Fórum Nacional do Trabalho é do fim do imposto sindical de maneira gradual e a introdução de uma contribuição única e espontânea dos trabalhadores filiados, aprovada em assembléia.

Nosso país tem muito que avançar nessa área, precisa urgentemente ratificar a Convenção 87 da OIT – Organização Internacional do Trabalho, que trata da liberdade e autonomia sindicais. E liberdade e autonomia não combinam com imposto, nem com unicidade.

e-mail: carlos.orpham@yahoo.com.br
Blog: http://carlosorpham.blogspot.com/

sábado, 6 de junho de 2009

As filas e o poder dos banqueiros


(Artigo originalmente publicado no Jornal Impacto - autor: Carlos Orpham)



A lei dos quinze minutos como tempo máximo de permanência de usuários e clientes nas filas dos bancos, não está dando o resultado esperado. Obrigar os banqueiros a contratar mais bancários e proporcionar um melhor atendimento à população são os objetivos principais da lei, que foi aprovada em vários municípios brasileiros. Em Bebedouro, a Câmara Municipal aprovou um projeto de minha autoria, quando vereador, e ela passou a valer também em nosso município.

O grande problema é que os cartolas do sistema financeiro são muito poderosos. Têm gente de sua relação e confiança em todos os cantos e vivem ganhando liminares contra esse tipo de legislação. Recentemente, durante o feriado prolongado de 21 de abril, a Federação Brasileira dos Bancos (Febraban) pagou para um grupo de 42 juízes do trabalho, ministros do Tribunal Superior do Trabalho (TST) e representantes dos Tribunais Regionais do Trabalho (TRTs) passagens, hospedagens e refeições para participarem de um Congresso promovido pela própria entidade em um resort cinco estrelas, na Praia do Forte (BA). Os convidados ainda tiveram direito de levar acompanhantes.

O poder econômico associado a interesses mesquinhos pode provocar situações de grande injustiça, se quiser. E, nesse caso, parece querer. Os bancos brasileiros têm mantido seus altos lucros, apesar da crise mundial e mesmo assim se fazem de morto quando o assunto é atender bem aos usuários do sistema. O Bradesco, por exemplo, registrou lucro líquido de R$ 1,7 bilhão só no primeiro trimestre deste ano.

O dar de ombros dos banqueiros para esse assunto prejudica mais ainda os próprios bancários e a população em geral, pois uns são jogados contra os outros, enquanto os verdadeiros culpados se locomovem de helicóptero, de suas mansões às belas torres onde ficam seus luxuosos escritórios, para ficar longe do trânsito e do povo prejudicado.

Regular o Sistema Financeiro de maneira adequada, visando garantir investimentos no setor produtivo, geração de mais empregos e atendimento digno à população se faz urgente. Governos e sociedade precisam se mobilizar para cobrar isso, sem nos esquecermos que bancários e população são vítimas, o vilão está nas alturas.

e-mail: carlos.orpham@yahoo.com.br

quinta-feira, 4 de junho de 2009

Orpham fala a alunos do ensino médio sobre meio ambiente




Nesta quinta-feira, dia 4, pela manhã, o ex- vereador Carlos Orpham proferiu palestra sobre meio ambiente aos alunos do 3° ano do nível médio da Escola Estadual João Domingos Madeira, no Jardim Claudia. Orpham, que também é professor de Ciências, começou a dedicar-se ao tema quando era vereador e realizou uma Audiência Pública na Câmara para discutir o Aquecimento Global, com o ambientalista argentino Jorge Héctor Rosas. No ano passado e retrasado o ex-vereador falou em várias escolas da cidade e numa de Monte Azul Paulista sobre o assunto.
Para ele "é sempre uma alegria falar para jovens, principalmente sobre meio ambiente". "As mudanças comportamentais em relação a isso tem que partir de todos, poder público e sociedade", alerta.

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Verba do Governo Federal torna realidade mais uma Unidade de Saúde em Bebedouro

Dessa vez foi a ESF do Jardim União

Foi inaugurada no dia 30 de maio a ESF - Estratégia de Saúde da Família "Dr. João Carlos Galhardo", no Jardim União. Para a construção do prédio foram utilizados R$ 170 mil enviados pelo Governo Federal. Segundo Carlos Orpham, a obra, iniciada no ano passado, foi objeto de comentários seus junto aos moradores do União e entorno, durante a campanha eleitoral do ano passado. "Nós dizíamos que os recursos vinham do Governo Federal, por que muitas vezes o Municipal omite isso da população", explicou.