domingo, 31 de janeiro de 2010

11 milhões de empregos é bom, mas queremos mais!

(artigo originalmente publicado no Jornal Impacto - autor: Carlos Orpham)

Nesses 7 anos de Governo Lula foram gerados 11.752.763 novos postos de trabalho, conforme dados da Relação Anual de Informações Sociais - RAIS e do CAGED - Cadastro Geral de Empregados e Desempregados, do Ministério do Trabalho.

O número de trabalhadores com carteira assinada no Brasil nesses sete anos teve uma elevação de 32%, passando de 24,9 milhões para 32,9 milhões de pessoas.

Em 2009, foram gerados no Brasil 995.110 novos empregos formais. Somos o país do G-20 que mais gerou empregos no ano passado apesar da crise sistêmica mundial, enquanto os Estados Unidos e vários países europeus estão apresentando saldos negativos.

A previsão para 2010 é de mais 2 milhões de novos postos de trabalho com peso maior na Indústria de Transformação e no setor de Serviços.

Os números apresentados são bastante expressivos e positivos para o país e principalmente para a classe trabalhadora que luta ao longo de toda a sua história por sua emancipação. Como já escrevi em outras oportunidades a redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais e a redução da taxa de juros são dois fatores preponderantes para o incremento desse processo de crescimento do emprego.

Se com uma jornada de trabalho ainda alta e uma das taxas de juros mais caras do mundo estamos criando mais empregos do que os países mais ricos, imaginem se efetivarmos essas medidas urgentes e necessárias.

Quanto à taxa básica de juros (Selic) tudo indica que teremos uma boa redução em 2010. Já as 40 horas semanais, essas são mais difíceis. Tão difíceis quanto urgentes. O grande problema é que esse projeto enfrenta interesses poderosos no Congresso Nacional, onde ainda os representantes dos trabalhadores são pequena minoria. Mas, apesar disso, estamos avançando.

O ano será de muita luta para conquistar mais qualidade de vida, mais emprego e mais salário. É em momento de crescimento, quando as coisas começam a andar bem é que é necessário assimilar que ainda podemos mais. Vamos à luta!

sábado, 16 de janeiro de 2010

Serviço público com educação é melhor

(artigo originalmente publicado no Jornal Impacto - autor: Carlos Orpham)

Dia desses precisei de um serviço prestado somente pela rede pública municipal. Não direi qual para evitar polêmicas. Fomos, então, eu e minha esposa para a repartição do órgão prestador do serviço e apresentamos a nossa demanda. A atendente da recepção nos atendeu bem. O único senão foi o fato de ela não dizer o que eu deveria fazer com a ficha que me daria em seguida. “Por favor, vocês podem entrar aqui nesse corredor, sentarem-se, que logo a pessoa encarregada virá atendê-los”, disse-nos. Foi o que fizemos, entramos e sentamos, com a ficha na mão.

Não havia mais ninguém esperando, exceto um casal que já estava sendo atendido, quando a pessoa encarregada de nos atender passou por mim, nem me perguntou o que desejava, nem que ficha era aquela que estava em minha mão e sequer disse bom dia. Simplesmente passou por nós, e como o corredor era estreito, passou bem pertinho, e sequer nos cumprimentou, nem com um aceno de cabeça. Foi, voltou e sentou.

E nós lá, esperando. Como o casal já tinha saído e os únicos a esperar éramos eu e minha esposa, já comecei a ficar um pouco impaciente, porém, continuamos esperando. Eu já tinha achado o comportamento da encarregada pouco polido, porém o prior estava por vir. Um rapaz, sem uniforme e nenhuma identificação, de cara amarrada, levou sua mão em direção à minha para pegar a tal ficha que estava comigo, sem sequer pedir licença, dizendo: “Se você ficar com essa ficha na mão ninguém vai te atender...”

Dizem que mau humor e falta de educação são contagiosos. Infelizmente, me contaminei rapidamente e minha educação também foi para as “cucuias”. Além de não deixar que o rapaz retirasse o papel de minhas mãos daquela maneira tão abrupta, levantei-me, fui até a porta e perguntei para a encarregada o que é que eu deveria fazer com a ficha para ser atendido. Ela me respondeu alguma coisa que eu nem me lembro, sem levantar-se da cadeira. Fui em direção a mesa que estava ao seu lado, estiquei o braço e deixei cair sobre o móvel a bendita ficha. Ainda nem tinha completado a volta para retornar ao corredor onde aguardávamos, quando uma outra funcionária mandou: “O que é isso moço, porque é que você jogou a ficha ma mesa? Eu estou aqui trabalhando desde cedo e não admito isso”!

A conclusão foi inevitável: ela não admite um comportamento menos apurado por parte do usuário, porém não se dá ao cuidado de verificar como seus colegas andam atendendo os munícipes, “com casca e tudo”.

Me preocupo muito com essas coisas porque sou um defensor da participação direta do Estado em setores estratégicos, como saúde, educação, em certa medida no setor financeiro, nas telecomunicações e no setor energético. Sou contra as privatizações e todos que me conhecem sabem disso. Mas o gestor público tem que primar-se pela qualificação dos profissionais, além do aspecto técnico, pela forma como eles se relacionam com as pessoas.

Dois dias depois do ocorrido fui devolver uma dessas máquinas de lavar o quintal que havia alugado em uma loja. Chegando lá abri o porta-malas do carro para retirar a máquina e um senhor logo veio ao meu encontro. Como o fio que liga o aparelho à energia elétrica ficou dependurado na porta, ele pegou-o dizendo: “Me dá licença de eu pegar o fio”!

Pois é, pensei comigo mesmo, quem tem educação, tem!

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Bolsa Família, sem preconceito

(artigo originalmente publiado no Jornal Impacto - autor: Carlos Orpham)

No Brasil o preconceito com as políticas voltadas aos mais pobres é algo antigo e arraigado. A grande mídia, principalmente a rede Globo de televisão, insiste em caracterizar como gasto os investimentos públicos no programa Bolsa Família do Governo Federal. Chamo isso de preconceito porque não há o mesmo tratamento aos investimentos feitos em universidades públicas, por exemplo, nem aos financiamentos do BNDES às grandes empresas com juros subsidiados e prazos dilatados.

Não que eu ache que essas políticas estão erradas, pelo contrário, entendo que estão corretas também. Porém essas são medidas que beneficiam setores mais ricos da sociedade e a mesma grande mídia que critica o Bolsa Família, elogia os demais. Em outras palavras, para os mais ricos tudo é permitido, para os mais pobres não.

Os beneficiários do Bolsa Família receberam R$ 12,4 bilhões do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), entre janeiro e dezembro de 2009.

A importância do programa é inquestionável. Seis anos depois de sua implantação, o Bolsa Família apresenta como resultado um impacto significativo sobre a redução das desigualdades de renda no país e o crescimento das economias locais, principalmente dos pequenos e pobres municípios. Portanto, ao mesmo tempo em que resgata milhões de pessoas da situação de extrema pobreza, ele também promove a inclusão social transformando essas pessoas em consumidores, ajudando a estimular as economias locais e regionais.

Os valores transferidos a 12,3 milhões de famílias, que vão de R$ 22,00 à R$ 200,00, são gastos basicamente em alimentação, material escolar, remédios e vestuário infantil. Mais do que comida na mesa, o programa de transferência de renda estimula a aproximação da população mais pobre a uma rede de políticas públicas, ao exigir a freqüência escolar dos alunos beneficiários e o cumprimento da agenda de saúde.

Outro aspecto bastante positivo do Bolsa Família é que em 2009, o Governo Federal iniciou processo de capacitação profissional dos beneficiários nas áreas de construção civil e turismo com o Programa Próximo Passo, nas capitais e regiões metropolitanas. Cerca de 40 mil pessoas estão em sala de aula ou já terminaram os cursos, e a meta é capacitar cerca de 180 mil pessoas.

Outras iniciativas que contribuem para a emancipação dos beneficiários estão sendo desenvolvidas por órgãos federais, estaduais e municipais. Meio milhão de jovens e adultos beneficiários do programa ou que estão no Cadastro Único foram alfabetizados em 2006 e 2007, pelo Programa Brasil Alfabetizado. O Banco do Nordeste do Brasil (BNB) promove o acesso da população de baixa renda ao crédito, especialmente beneficiários do Bolsa Família que representam mais de 50% de sua carteira de clientes. Entre janeiro e outubro de 2009, a instituição financeira emprestou R$ 562,2 milhões para 287.725 beneficiários desenvolverem atividades produtivas.

Se atribuirmos um outro olhar, despido de preconceitos, para o programa, conseguiremos enxergar sua vital importância para o Brasil. Assim como o mundo já enxergou.

sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

O bem do progresso

(extraído do livro Ações corajosas para se viver em paz, psicografado por Raul Teixeira, ditado pelo espírito Benedita Maria)

Quando podemos enfrentar o calor das nossas regiões terrestres ou a friagem das estações invernosas, com o apoio de condicionadores de ar, ficamos a pensar nos irmãos do caminho evolutivo que transpiram em bagas ou que tiritam sem os recursos do progresso que já acessamos.

Quando conseguimos tratar comidas e bebidas com o auxílio de câmaras frias, que as conservam e preservam, dando-nos ensejo de usá-las durante um largo tempo, temos que pensar naqueles que não as têm e nos que perdem tantos alimentos ou que os utilizam em condições indevidas pela ausência do conforto que ora usufruímos.

Quando nossas comunicações com o mundo podem contar com instrumentos como o telefone e o computador, o fax e a internet, encurtando todas as distâncias e diminuindo todos os prazos, precisamos pensar naqueles a quem esses recursos não passam de sonhos distantes, almejados com ansiedade, isso quando são realmente conhecidos.

O bom do progresso é que ele nos permite melhorar o próprio desempenho perante a vida, e, por outro lado, enseja-nos distender algo de bom e útil na direção de alguém para quem as migalhas ofertadas tornam-se valiosa dádiva recebida com gratidão.

Ao invés de criarmos complicações para a vida, montados em todos os tipos de avanços que nos beneficiam no novo milênio, deveríamos aprender a usar melhor tudo isso e tornar-nos pessoas melhores, mais atenciosas com o semelhante, mais cuidadosas com o nosso amanhã.

O progresso só é bom para nós quando nos torna bons para com os outros.

Não se torne máquina

Nada obstante o seu costume de lidar com o bom e o melhor, que o mundo material lhe permite experimentar, não se faça uma pessoa excessivamente racional e fria nem se deixe mecanizar em seus sentimentos.

Embora as facilidades que lhe enriquecem os dias no planeta, trazendo para o seu derredor muitos interesseiros e bajuladores, não se permita transformar num saco de desconfianças nem emudecer nas emoções.

Não se esqueça jamais de que todas as coisas de que dispõe hoje em dia estão fadadas a ficar na Terra quando você tiver que retornar às regiões das realidades espirituais, convocado pela desencarnação, que não se sabe quando se dará.

Os únicos valores que levará consigo serão, em realidade, aqueles que tenha desenvolvido, vivenciado e distribuído com os recursos dos seus sentimentos e emoções, onde se situam as bases da sua sinceridade, porque as únicas posses que nos pertencem são aquelas que ofertamos aos outros.
Não permita que seus gestos e palavras sejam maquinais, padronizados, frios, como se você tivesse que se livrar das outras pessoas plastificando chavões verbais ou comportamentais. Deixe-se sorrir com verdadeira alegria; abrace com satisfação; aperte a mão de alguém com sinceridade e sem asco; diga palavras leves e agradáveis e silencie aquelas que costumam magoar, afastar ou ferir os outros.
Deixe que Deus inspire cada um dos movimentos da sua alma, a fim de que transmita a quem viva com você a água fresca da fonte cristalina do seu coração de amigo ou de irmão.