sábado, 25 de julho de 2009

Bancos tem que cumprir função social

(artigo originalmente publicado no Jornal Impacto - autor: Carlos Orpham)

No final de semana passado, participei da 11ª Conferência Nacional dos Bancários, em São Paulo. Foram três dias de intensos debates sobre a conjuntura política e econômica do país, na qual se dará todo o processo de negociação com os poderosos empresários do sistema financeiro nacional.

A primeira constatação dessa análise é a de que a crise sistêmica mundial não afetou o setor bancário brasileiro, que apesar da crise, continua auferindo grandes lucros e uma rentabilidade acima de 15% ao ano. A segunda constatação importante é a de que a maior parte desses ganhos vem das chamadas operações de tesouraria, ou seja, dos ganhos com os títulos da dívida pública. Apenas os bancos estatais, BB, CEF, BNDES, BASA e BNB aumentam suas carteiras de crédito, conforme orientação do governo federal. Os bancos privados continuam querendo lucrar na moleza, e, pior, prejudicando a sociedade, já que a contração do crédito compromete o crescimento econômico e a geração de empregos.

A esperança fica por conta das avaliações sobre os cenários futuros. Segundo o economista do DIEESE, Sérgio Mendonça, um dos palestrantes do evento, o Brasil deve entrar numa nova realidade econômica, onde a taxa básica de juros será baixa e forçará os bancos a mudarem a sua atuação no mercado. Os lucros deverão diminuir, e isso é bom! Porque essa diminuição será inversamente proporcional ao crescimento das operações de crédito. Banqueiro que quiser continuar lucrando terá que emprestar mais. O grande desafio do governo e da sociedade será fazer o spread bancário baixar juntamente com a taxa básica de juros, a Selic.

Será nessa conjuntura que as negociações entre dirigentes bancários e FENABAN – Federação Nacional dos Bancos - se darão, e o debate com toda a sociedade se torna cada vez mais importante. Não estão em jogo apenas um reajuste salarial e maiores benefícios para a categoria. É necessário conquistar dos banqueiros a ampliação do horário de atendimento, com dois turnos de trabalho. Isso proporcionaria um nível maior de empregabilidade no setor e ao mesmo tempo um atendimento melhor à população, com menos filas e mais segurança. As agências bancárias podem e devem abrir as 9 e fechar as 17 horas.

Um novo modelo para o nosso sistema bancário tem que levar em conta que o setor é um dos mais lucrativos no Brasil e não apresenta um nível de oferta de empregos na mesma proporção. Alterar essa correlação lucro/empregos se constitui num dos principais aspectos para um novo sistema bancário no país, mas isso só acontecerá com o engajamento de toda a sociedade. Então, vamos à luta!

sexta-feira, 24 de julho de 2009

Bancários preparam Campanha Nacional 2009

Em Conferência Nacional realizada nesse último fim de semana, 17, 18 e 19, em São Paulo, os bancários decidiram reivindicar aos banqueiros 10% de reajuste salarial, índice composto da inflação do preíodo mais 5% de aumento real, e Participação nos Lucros e Resultados -PLR - de 3 salários mais R$ 3.850,00. Para Carlos Orpham, diretor do sindicato dos bancários, é plenamente possível à FENABAN atender as reivindicações, pois os lucros de todo o sistema continuam altos, apesar da crise sistêmica mundial.
Outra reinvindicação importante é a garantia de emprego com base na Convenção 158 da OIT -Organização Internacional do Trabalho-. "O sistema financeiro brasileiro tem uma rentabilidade das mais altas do mundo, porém a empregabilidade não segue na mesma proporção", constata Orpham, que completa: "nosso grande desafio é fazer com que os bancos empreguem mais trabalhadores, para isso é preciso ampliar o horário de atendimento para das 9 às 17 horas, com dois turnos de trabalho".

Mais segurança, plano de carreira, previdência complementar e fim das metas abusivas também fazem parte da minuta entregue aos banqueiros.

quarta-feira, 22 de julho de 2009

Democracia petista

Matéria divulgada pela Gazeta de Bebedouro, edição desse final de semana (16, 17 e 18), dá conta de que um deputado federal do PSDB teria conseguido uma verba de R$ 150 mil para Bebedouro, junto ao Ministério da Agricultura.
O PSDB, juntamente com DEM e PPS, fazem uma oposição sistemática e raivosa ao Governo Lula. Para Carlos Orpham, ex-vereador pelo PT, essa é uma demonstração do quanto o seu partido é democrático e republicano, "pois trata dessas questões sem revanchismo político", explica. "Na época de FHC isso não acontecia, imagina se um deputado do PT, naquela época, tinha seu pedido atendido pelo governo", completa Orpham.
O Governo Lula acerta em relação a isso. O que importa é o interesse da cidade e do país.

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Cidade sustentável pressupõe transporte coletivo de qualidade

(artigo originalmente publicado no Jornal Impacto - autor: Carlos Orpham)

Cidades com sustentabilidade ambiental, qualidade de vida e acessibilidade, estão cada vez mais na ordem do dia das preocupações das pessoas e dos governos em todo o mundo. Já não basta que tenhamos o emprego, o alimento e outras necessidades básicas resolvidas. É urgente que tenhamos uma nova forma de viver, física, psíquica e emocionalmente, mais saudável.

As bases para a construção dessa nova forma de se viver nos centros urbanos, certamente estão relacionadas, dentre outras, às formas de transporte de pessoas. O transporte coletivo ganha força nesse contexto, por estar relacionado à diminuição de veículos emitindo gases poluidores de efeito estufa e, ao mesmo tempo, a uma melhor fluidez no trânsito.

As cidades existem para as pessoas, não para os carros! Pode parecer exagero, mas Bebedouro já está tendo problemas de “engarrafamentos”. Em alguns locais e horários nosso trânsito já fica lento e ocorrem as filas de veículos, algo inimaginável há bem pouco tempo atrás. Certamente, isso se deve ao crescimento das vendas no setor automobilístico. Se isso, por um lado, é bom, porque faz crescer a economia e a oferta de empregos, por outro, traz efeitos colaterais que precisamos combater. Caminhar por nossa cidade já não é uma coisa tão tranqüila. Para citar um exemplo, na Praça do Maçom, no cruzamento das avenidas Raul Furquim e Dr. Pedro Paschoal, pedestres já encontram dificuldades para atravessar de um lado para o outro.

Se compararmos a nossa realidade com a das grandes cidades, logicamente, ainda não temos uma situação tão deteriorada. Porém, não precisamos deixar que os problemas atinjam grandes proporções para sairmos em busca de soluções. É visível a necessidade de melhorarmos nosso sistema de transporte coletivo. Como perguntava a famosa propaganda de TV, o biscoito é fresquinho por que vende mais, ou vende mais porque é fresquinho? Indagação análoga serve para esse caso: o transporte não é bom por que não são todos que usam, ou não são todos que usam porque o transporte não é bom?

Na cidade de São Paulo muitos usam o metrô. Desde o trabalhador mais simples ao alto executivo. É lógico que lá os problemas ainda são grandes, porém as pessoas que estão acostumadas a utilizar o transporte coletivo nas grandes cidades, jamais pensaram em utilizá-los em cidades como a nossa. Por quê? Os motivos são vários, mas certamente um deles é a falta de qualidade.

Precisamos começar a pensar nisso. Horários adequados, segurança, higiene e conforto, além da sustentabilidade, são itens que devem fazer parte de qualquer projeto sobre esse tema. Afinal, é melhor e mais fácil começar a fazer, com tempo, algo que talvez tenhamos que fazer no futuro, às pressas.

e-mail: carlos.orpham@yahoo.com.br

terça-feira, 14 de julho de 2009

Frequentadores reprovam bancos do calçadão do lago

Frequentadores e moradores da região do lago artificial de Bebedouro não gostaram os bancos colocados ao longo do calçadão, entre os mirantes, cuja obra ainda não está terminada. Com recursos federais da ordem de R$ 300 mil, a previsão de seu término, segundo a prefeitura, é para o mês de agosto.
Para uma moradora, que não quis se identificar, "a região é um dos cartões postais da cidade e merece uns bancos mais modernos, sem aquelas propagandas, que poluem o visual e fica muito feio", desabafa. "Será que com o dinheiro do ministério do turismo não daria para a prefeitura comprar bancos mais bonitos, ou mesmo usar recursos próprios?", questiona.

sábado, 11 de julho de 2009

Enfim, a Escola do Trabalhador!

(artigo originalmente publicado no Jornal Impacto - autor: Carlos Orpham)

Desde que foi fundado, há mais de 50 anos, o Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Sócio-Econômicos - DIEESE, tinha como meta, entre outras, a criação da Escola do Trabalhador. Vejam que é “do”, não “para o”, trabalhador. Agora, meio século depois, isso pode se tornar realidade. O DIEESE já está com a Escola do Trabalhador aprovada pelo MEC e deve começar a funcionar no mês de março de 2010. Trata-se de uma escola de ensino superior que trabalhará com estudos e pesquisas dentro da Ciência do Trabalho. Algo novo no Brasil, mas que na Europa já há algumas experiências com bons resultados.

Não se trata de formar profissionais, mas sim de enriquecer os profissionais das mais diversas áreas com conhecimentos relacionados ao mundo do trabalho. Obviamente, de um ponto de vista dos trabalhadores, já que do ponto de vista do capital já existem tantas outras. A Escola funcionará na Rua Aurora n° 955, em São Paulo.

Parece pouca coisa, mas não é. As instituições em nossa sociedade, voluntária ou involuntariamente, reproduzem uma visão maniqueísta de mundo, onde os trabalhadores têm uma participação muito pequena. Mesmo as universidades públicas, apesar de cumprirem hoje um papel importante e estarem um pouco mais democratizadas em comparação com o seu início, foram criadas a partir de uma necessidade das elites abastadas de estudarem seus filhos de uma maneira mais qualificada. Portanto, uma faculdade do trabalhador, criada a partir de uma organização sua, o DIEESE, mesmo que seja apenas uma (por enquanto, espero), impõe uma nova correlação nesse cenário.

Para se construir um novo mundo é preciso fortalecer e aprofundar a nossa democracia, que passa por mecanismos que proporcionem igualdade de oportunidades para todos. Assim, a diferença fica apenas na capacidade individual, não na oportunidade só dada a alguns. Nesse sentido, a Escola do Trabalhador é um grande avanço, mesmo que ainda seja de pouca abrangência. A idéia é abrir, num primeiro momento, cerca de 80 vagas, em duas turmas.

Muito ainda temos por fazer no sentido de vigorar a democracia brasileira, porém alguns passos nessa direção estão sendo dados. A concretização desse projeto da Escola do Trabalhador é um deles. E ele vem depois de 50 anos de espera, demonstrando que os avanços, apesar de importantes, são lentos. Por isso nos preocupam bastante os recentes acontecimentos em Honduras, onde um golpe de estado foi aplicado sobre um governo democraticamente eleito pelo povo. Tomara que as coisas se resolvam, lá, da melhor maneira e nós continuemos, aqui, dando passos importantes rumo à construção de uma verdadeira democracia.
e-mail: carlos.orpham@yahoo.com.br

quinta-feira, 9 de julho de 2009

Cidade australiana proíbe venda de água em garrafas

Matéria divulgada hoje, dia 9, à tarde, na Recod News, informou que numa cidade australiana foi proibida por lei municipal a venda de água em garrafas.

A lei foi aprovada depois de ampla discussão com os moradores locais em reunião na própria prefeitura. A justificativa é que as embalagens, normalmente plásticas, além de encarecerem o produto (água), poluem o meio ambiente, porque seriam descartadas em qualquer lugar.

Agora, naquela cidade, água é só na torneira e nos filtros dos domicílios.

“Trata-se de uma medida bastante radical, mas que me despertou a atenção. Taí algo para se pensar” diz Carlos Orpham, ex-vereador pelo PT.

domingo, 5 de julho de 2009

Trabalho escravo, espoliação e outras mazelas

(artigo originalmente publicado no Jornal Impacto - autor: Carlos Orpham)

A erradicação do trabalho escravo no Brasil tem sido um compromisso assumido pelo governo brasileiro. Desde 2003, quando foi lançado o Plano Nacional de Erradicação do Trabalho Escravo, mais de 28 mil pessoas em várias regiões do país foram retiradas do trabalho degradante pelo Grupo Especial Móvel de Fiscalização.

A pecuária e a agricultura foram os setores de atividades onde mais se localizou este tipo de mão-de-obra, segundo dados da Secretaria de Inspeção do Trabalho (SIT), do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Somente este ano a fiscalização resgatou até junho 1.120 trabalhadores. Muitos foram contratados por intermediários - os chamados "gatos" - iludidos por falsas promessas de trabalho e salário. O maior número de libertações aconteceu em Pernambuco, onde foram resgatadas 329 pessoas, seguido por Tocantins, 296, Pará, 119, e Minas Gerais, 99 trabalhadores.

Além de retirar os trabalhadores de frentes de trabalho degradante, o Grupo Móvel, formado por auditores fiscais do trabalho, delegados e agentes da Polícia Federal e procuradores do Ministério Público do Trabalho, assegura o recebimento das verbas trabalhistas devidas e transporte para os locais de origem, custeados pelo empregador.

Tão perverso quanto aquele que explora o trabalho escravo é quem burla a legislação para não pagar os direitos trabalhistas mínimos de seus empregados. Principalmente os grandes empresários de setores altamente lucrativos. As indústrias de suco de laranja, por exemplo, vêem acenando com a contratação temporária dos colhedores de laranja. O contrato temporário não proporciona os mesmos direitos e benefícios previstos no contrato por tempo indeterminado, como por exemplo, o auxílio desemprego. Fazer isso com esses trabalhadores rurais significa dizer que eles ficarão sem nenhuma renda durante a entressafra, o que, certamente, vai aumentar a vulnerabilidade social em Bebedouro e nas cidades da nossa região.

Recentemente, o Presidente Lula disse que um centavo na mão do pobre produz mais do que um milhão na mão do rico. O pobre, com um com pouco de dinheiro na mão, vai comprar alimentos, geladeira, fogão, etc., já o rico prefere comprar “derivativos” no sistema financeiro. A ficha ainda não caiu, para algumas pessoas, que não conseguem perceber que estamos todos no mesmo barco. Trabalho escravo e espoliação dos trabalhadores pioram a vida de todos. Do pobre por motivos óbvios e do rico empresário porque diminui a capacidade de consumo das pessoas e por conseqüência, a demanda por seus produtos.

Apesar de tudo, estamos avançando. Parece que o trabalho escravo, no país, está com seus dias contados. Já a espoliação de algumas categorias de trabalhadores, nem tanto.

sexta-feira, 3 de julho de 2009

Liberdade, igualdade e fraternidade!

Dia desses estava em um debate e dizia sobre a indiferença e o desinteresse das pessoas com a política e assuntos que envolvem a política, dizia também sobre o despertar para esses assuntos quando, e somente quando, atos políticos atingem diretamente às pessoas.

E questionava sobre a falta de fraternidade e solidariedade das pessoas para com seus semelhantes, que apenas despertam para a realidade quando são prejudicados ou quando sentem na pele os efeitos de políticas equivocadas e das ações dos maus políticos, sendo que essa percepção deveria acontecer também quando nosso semelhante é atingido.

Valores fundamentais como a fraternidade e solidariedade, não são apenas religiosos são também valores da democracia. E, portanto, não pode haver democracia de fato sem fraternidade

Não é à toa que a Revolução Francesa, em 1789 exprimiu seus valores democráticos em três palavras: liberdade, igualdade e fraternidade. Esse era o lema da Revolução.

Também não é coincidência que o primeiro artigo da Declaração Universal dos Direitos Humanos diz o seguinte: Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direitos. Eles são dotados de razão e consciência e devem agir uns com os outros em um espírito de fraternidade.

A fraternidade é o maior valor que compõe a democracia, porque dá sustentáculo à liberdade e a igualdade na sociedade civil, porque é ela que faz com que a liberdade e igualdade avancem.

Não podemos desfrutar totalmente da liberdade em uma comunidade se ela não respeitar e der apoio a todos. A igualdade não faz nenhum sentido se não levarmos em consideração as diferenças entre as pessoas. A fraternidade é isso, reconhecer os diferentes e menos favorecidos e trabalhar, lutar para que a sua situação mude. Exigir igualdade e liberdade, construindo assim uma verdadeira comunidade fraterna e democrática.

A fraternidade significa trabalharmos juntos para alcançar uma sociedade melhor, avançar os valores fundamentais, de respeito, de inclusão, de justiça, de paz e segurança.

Esse poema de Bertold Brecht (1898-1956) fala sobre uma sociedade sem fraternidade:

Primeiro levaram os negros
Mas não me importei com isso
Eu não era negro
Em seguida levaram alguns operários
Mas não me importei com isso
Eu também não era operário
Depois prenderam os miseráveis
Mas não me importei com isso
Porque eu não sou miserável
Depois agarraram uns desempregados
Mas como tenho meu emprego
Também não me importei
Agora estão me levando
Mas já é tarde.
Como eu não me importei com ninguém
Ninguém se importa comigo.

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Orpham e PT agradecem Presidente Lula por mais uma obra na cidade





Com a verba de R$ 300 mil do Ministério do Turismo, o Governo Federal está tornando realidade mais uma importante obra em Bebedouro. Desta vez, trata-se o alargamento do calçadão do lago em forma de mirantes, que deverá ficar pronta no mês de agosto. Para Carlos Orpham, a obra é importante porque torna mais agradável o passeio das pessoas naquela região e pode atrair mais visitantes, inclusive das cidades da nossa região. “Isso pode ser um fator incentivador do turismo regional”, prevê o ex-vereador.

Sobre o atraso no término da obra, a prefeitura disse, conforme matéria divulgada na imprensa local, que foi devido à greve dos engenheiros da Caixa Econômica Federal e às mudanças feitas no projeto original. Para Orpham, o importante é que a obra saia no mês de agosto, conforme promessa da prefeitura e que os recursos federais sejam bem aplicados, “nós do PT de Bebedouro vamos fiscalizar todo esse processo”, observa.