sexta-feira, 3 de julho de 2009

Liberdade, igualdade e fraternidade!

Dia desses estava em um debate e dizia sobre a indiferença e o desinteresse das pessoas com a política e assuntos que envolvem a política, dizia também sobre o despertar para esses assuntos quando, e somente quando, atos políticos atingem diretamente às pessoas.

E questionava sobre a falta de fraternidade e solidariedade das pessoas para com seus semelhantes, que apenas despertam para a realidade quando são prejudicados ou quando sentem na pele os efeitos de políticas equivocadas e das ações dos maus políticos, sendo que essa percepção deveria acontecer também quando nosso semelhante é atingido.

Valores fundamentais como a fraternidade e solidariedade, não são apenas religiosos são também valores da democracia. E, portanto, não pode haver democracia de fato sem fraternidade

Não é à toa que a Revolução Francesa, em 1789 exprimiu seus valores democráticos em três palavras: liberdade, igualdade e fraternidade. Esse era o lema da Revolução.

Também não é coincidência que o primeiro artigo da Declaração Universal dos Direitos Humanos diz o seguinte: Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direitos. Eles são dotados de razão e consciência e devem agir uns com os outros em um espírito de fraternidade.

A fraternidade é o maior valor que compõe a democracia, porque dá sustentáculo à liberdade e a igualdade na sociedade civil, porque é ela que faz com que a liberdade e igualdade avancem.

Não podemos desfrutar totalmente da liberdade em uma comunidade se ela não respeitar e der apoio a todos. A igualdade não faz nenhum sentido se não levarmos em consideração as diferenças entre as pessoas. A fraternidade é isso, reconhecer os diferentes e menos favorecidos e trabalhar, lutar para que a sua situação mude. Exigir igualdade e liberdade, construindo assim uma verdadeira comunidade fraterna e democrática.

A fraternidade significa trabalharmos juntos para alcançar uma sociedade melhor, avançar os valores fundamentais, de respeito, de inclusão, de justiça, de paz e segurança.

Esse poema de Bertold Brecht (1898-1956) fala sobre uma sociedade sem fraternidade:

Primeiro levaram os negros
Mas não me importei com isso
Eu não era negro
Em seguida levaram alguns operários
Mas não me importei com isso
Eu também não era operário
Depois prenderam os miseráveis
Mas não me importei com isso
Porque eu não sou miserável
Depois agarraram uns desempregados
Mas como tenho meu emprego
Também não me importei
Agora estão me levando
Mas já é tarde.
Como eu não me importei com ninguém
Ninguém se importa comigo.

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