(Artigo originalmente publicado no Jornal Impacto - autor: Carlos Orpham)
Tenho um amigo que em todo final de ano faz, e incentiva os outros a fazerem, listas com metas a serem alcançadas no ano novo. Emagrecer alguns quilos, caminhar, praticar exercícios físicos, trabalhar menos, passear mais, ficar mais com a família, trocar de carro, reformar a casa. Esses são os objetivos mais frequentes.
No final do ano passado programei para esse muita coisa. Não consegui realizar tudo, mas o saldo até que foi razoável. Caminhar consegui só nos primeiros meses de 2010, depois desanimei. É claro que esse item fará parte da minha lista para 2011, porque um dos meus objetivos elencados será também ser perseverante. Trabalhar menos eu consegui. Afinal, sem mandato eletivo desde 2008, apenas com a responsabilidade da representação sindical bancária, o ritmo ficou bem menos intenso. Pude passar mais finais de semana em casa com a família. Consegui fazer o que meu filho Gabriel, de cinco anos, me cobra tanto, que é jogar bola com ele nos finais de tarde. E as noites que fiquei em casa foram várias, podendo, em inúmeras delas, fazê-lo dormir. Apesar de minha esposa pedagoga garantir que já está na hora de ele ir para a cama sozinho.
Bem, não é preciso dizer que trocar de carro e reformar a casa vai ter que entrar na próxima lista também. Afinal, as finanças não estavam para isso.
Mas, para 2011 quero ser mais ousado em minhas aspirações. Quero não me irritar no trânsito quando um veículo me fechar, ou me ultrapassar pela direita, ou ainda me enfiar a buzina nos tímpanos quando eu cometer alguma gafe desse tipo. Eu quero ser mais tolerante. Principalmente com as pessoas que pensam diferente de mim. E poder ver nelas um igual, com os defeitos e virtudes que todos nós temos. Quero me perdoar mais, me tolerar mais, porque assim é mais fácil gostar mais dos outros e vice-versa. Dia desses tive uma surpresa agradabilíssima nesse sentido. Recebi um elogio tão direto e surpreendente que cheguei a me emocionar, de uma pessoa que eu pensava não me notar. Acho até que não mereci o elogio. Mas o que me emocionou foi que ele veio de uma pessoa que, apesar de eu admirá-la, imaginava não nutrir por mim muita simpatia. Nunca ouvi nada parecido de nenhum dos meus melhores amigos.
Quero ouvir mais também. Conversar mais com as pessoas, mas, sobretudo, ouvir. Há tempos provérbios nos falam sobre a importância de ouvir, porém não aprendemos. Sempre falamos mais do que ouvimos. Agindo ao contrário certamente cometeremos menos erros. Também quero aprender a calar-me. Mesmo quando o clamor é pelo verbo.
Quero ainda aprender a escrever melhor. Para que eu possa continuar merecendo a confiança dos leitores e, principalmente, desse jornal que me dá essa gostosa oportunidade de me dirigir a vocês semana sim, semana não. Feliz 2011 para todos nós. Ah! Acho interessante a ideia de fazer listas! Recomendo!
quinta-feira, 30 de dezembro de 2010
sábado, 18 de dezembro de 2010
O velório de Dona Júlia e a realidade de Bebedouro
(artigo originalmente publicado no Jornal Impacto - autor: Carlos Orpham)
Sábado, às 7 horas da manhã, recebi um telefonema da filha da Dona Júlia me informando que sua mãe tinha falecido. Dona Júlia trabalhou na casa de minha mãe quando eu ainda era solteiro. Já faz tempo. Mais de vinte anos. Não sei bem porque, mas sempre tive pena daquela mulher. Tinha uma fisionomia melancólica, triste mesmo. Tinha uma vida dura, imagino. Moradora do Bom Retiro desde os tempos em que não havia asfalto. Casa sem acabamento, sem reboco, sem piso, sem forro. Pelo menos na época em que a conheci era assim. Depois melhorou um pouco.
Há alguns anos encontrei sua filha, a mesma que me ligou, no centro da cidade e ela me falou de sua mãe. Disse que ela gostava muito de mim e que me ficou muito grata pelo fato de eu tê-la ajudado a se aposentar. Sinceramente, não me lembrava e nem ainda me lembro de tê-la ajudado nesse sentido, mas de qualquer forma fiquei feliz em saber que havia se aposentado e que usufruía de alguma renda para sobreviver.
Levantei-me, pois quando atendi o telefone ainda estava na cama, afinal, era sábado e as crianças já estão gozando de férias escolares. Tomei um banho, me vesti, tomei o café da manhã e saí para dar meu último adeus àquela mulher que me causara grande compaixão. Cheguei ao velório municipal, caixão com o corpo de Dona Júlia, filha de um lado e uma menina do outro. Lá fora o filho e alguns netos. Só. Cena triste!
Cumprimentei a parenta e falamos sobre o acontecido, a doença e os últimos momentos de sua mãe no hospital municipal. Disse-me também que o funcionário do cemitério tinha dito a ela que não havia túmulo a disposição e que isso a estava preocupando. Fazer o sepultamento no Distrito de Botafogo foi uma das soluções apontadas pelo funcionário, o que não foi aceito pela família, que queria que o enterro se desse na cidade em que ela viveu e morreu. Com razão. Despedi-me e fui embora. Depois soube que a alternativa encontrada foi pedir emprestado o túmulo de um parente para servir de última morada à pobre Dona Júlia.
Bebedouro é uma cidade problemática. E isso se deve, não só às mazelas do presente, mas aos descasos do passado. A falta de planejamento estratégico, de visão de futuro dos nossos governantes, nos trouxe uma realidade amarga. Uma cidade com um alto estoque de precatórios, o que reduz drasticamente nossa capacidade de endividamento e, por conseguinte nossa condição de tomar recursos onerosos de programas governamentais como o PAC. Ostentamos o vergonhoso título de sermos a única cidade da Bacia hidrográfica do Baixo Pardo/Grande que não trata todo seu esgoto. Pagamos caro para destinarmos adequadamente o nosso lixo e corremos o risco de não termos onde enterrar os nossos mortos. Triste realidade a nossa. Quase tão triste quanto a do velório de Dona Júlia.
Sábado, às 7 horas da manhã, recebi um telefonema da filha da Dona Júlia me informando que sua mãe tinha falecido. Dona Júlia trabalhou na casa de minha mãe quando eu ainda era solteiro. Já faz tempo. Mais de vinte anos. Não sei bem porque, mas sempre tive pena daquela mulher. Tinha uma fisionomia melancólica, triste mesmo. Tinha uma vida dura, imagino. Moradora do Bom Retiro desde os tempos em que não havia asfalto. Casa sem acabamento, sem reboco, sem piso, sem forro. Pelo menos na época em que a conheci era assim. Depois melhorou um pouco.
Há alguns anos encontrei sua filha, a mesma que me ligou, no centro da cidade e ela me falou de sua mãe. Disse que ela gostava muito de mim e que me ficou muito grata pelo fato de eu tê-la ajudado a se aposentar. Sinceramente, não me lembrava e nem ainda me lembro de tê-la ajudado nesse sentido, mas de qualquer forma fiquei feliz em saber que havia se aposentado e que usufruía de alguma renda para sobreviver.
Levantei-me, pois quando atendi o telefone ainda estava na cama, afinal, era sábado e as crianças já estão gozando de férias escolares. Tomei um banho, me vesti, tomei o café da manhã e saí para dar meu último adeus àquela mulher que me causara grande compaixão. Cheguei ao velório municipal, caixão com o corpo de Dona Júlia, filha de um lado e uma menina do outro. Lá fora o filho e alguns netos. Só. Cena triste!
Cumprimentei a parenta e falamos sobre o acontecido, a doença e os últimos momentos de sua mãe no hospital municipal. Disse-me também que o funcionário do cemitério tinha dito a ela que não havia túmulo a disposição e que isso a estava preocupando. Fazer o sepultamento no Distrito de Botafogo foi uma das soluções apontadas pelo funcionário, o que não foi aceito pela família, que queria que o enterro se desse na cidade em que ela viveu e morreu. Com razão. Despedi-me e fui embora. Depois soube que a alternativa encontrada foi pedir emprestado o túmulo de um parente para servir de última morada à pobre Dona Júlia.
Bebedouro é uma cidade problemática. E isso se deve, não só às mazelas do presente, mas aos descasos do passado. A falta de planejamento estratégico, de visão de futuro dos nossos governantes, nos trouxe uma realidade amarga. Uma cidade com um alto estoque de precatórios, o que reduz drasticamente nossa capacidade de endividamento e, por conseguinte nossa condição de tomar recursos onerosos de programas governamentais como o PAC. Ostentamos o vergonhoso título de sermos a única cidade da Bacia hidrográfica do Baixo Pardo/Grande que não trata todo seu esgoto. Pagamos caro para destinarmos adequadamente o nosso lixo e corremos o risco de não termos onde enterrar os nossos mortos. Triste realidade a nossa. Quase tão triste quanto a do velório de Dona Júlia.
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segunda-feira, 6 de dezembro de 2010
Os movimentos sociais e a reforma política
(artigo originalmente publicado no Jornal Impacto - autor: Carlos Orpham)
A primeira reunião da Plataforma dos Movimentos Sociais pela Reforma do Sistema Político Brasileiro após as eleições, ocorrida no mês de novembro, em Brasília, pode contribuir bastante com o debate desse tema fundamental para o aperfeiçoamento da nossa democracia.
Tomando por base a análise da recente disputa eleitoral, especialmente no 2º turno, foram feitas algumas observações como a atuação da grande mídia explicitamente parcial, em apoio a uma candidatura e contra a outra e o aparecimento do fundamentalismo religioso por parte de setores conservadores, explorando temas como o aborto e a união civil entre pessoas do mesmo sexo.
Outra observação na reunião tem a ver com o financiamento das campanhas eleitorais: os gastos foram ainda maiores que nas campanhas anteriores e, novamente, os maiores financiadores foram as grandes empreiteiras e os bancos.
A urgência de uma reforma política é flagrante no Brasil. E o momento é propício, já que o presidente Lula deixa o cargo disposto a apoiá-la e o novo governo parece estar com ânimo para levar o processo adiante. Necessário se faz nesse momento o contato com a equipe de transição para pressionar por um compromisso neste sentido. Pois, cabe lembrar que uma Reforma Política séria nunca foi de interesse de qualquer governo. Principalmente por causa de sua “necessidade” de constituir maiorias, evocando a famosa governabilidade. Nesse contexto temas importantes como a fidelidade partidária, entre outros, ficam comprometidos. As tais Emendas Parlamentares favorecem as barganhas e criam um clientelismo desnecessário e pernicioso.
Fundamental é o financiamento público exclusivo das campanhas eleitorais, para reduzir o peso do poder econômico e para reduzir as desigualdades entre as candidaturas. Na atual configuração é muito difícil que um candidato pobre, e não apoiado pelos ricos, consiga se eleger.
Questão de muita relevância também é o fortalecimento da democracia participativa. Dar caráter deliberativo às diversas conferências nacionais, precedidas pelas estaduais e municipais nos parece ser uma saída para evitar manipulações e lobbies contrários às posições assumidas democraticamente pela sociedade.
Envolver toda a sociedade civil nesse processo de discussão e pressionar por uma Reforma Política séria é tarefa de todos os homens e mulheres de bem para o próximo período. Que assim seja.
domingo, 14 de novembro de 2010
É preciso descer do palanque e pensar no Brasil
(artigo originalmente publicado no Jornal Impacto - autor: Carlos Orpham)
O dia 31 de outubro encerrou o processo eleitoral e o ideal seria que o acirramento, até certo ponto natural, da disputa presidencial também ali tivesse fim. Infelizmente não foi assim. Um sentimento de ódio, que macula o coração e turva os olhos, tem se expressado como na atitude da jovem estudante de direito, cujo nome nem é bom ficar repetindo, como disse um sensato blogueiro, para não fazer a garota destrambelhada de bode expiatório. Ela escreveu assim na Internet: “nordestino não é gente, faça um favor a SP, mate um nordestino afogado”, por causa da grande votação que Dilma Rousseff recebeu naquela região.
Todos os dias temos ouvido e lido nas mídias nacional e local manifestações carregadas desse e de outros sentimentos nada virtuosos. É verdade que ele vem de uma parcela pequena da população, vem de militantes ligados diretamente aos partidos derrotados e/ou de pessoas bastante ideologizadas nas concepções de direita. Mesmo assim, o esperado, para o bem do país, é o amainar dos ânimos.
Dos textos publicados na mídia local, sobressai um, carregado de rancor, cujo autor também não citarei por não estar no espaço apropriado, que chega ao cúmulo de falar em impeachment antes mesmo que Dilma tome posse no dia 1° de janeiro de 2011.
Deixar a disputa de lado e pensar no país é fundamental para todos nós. O Brasil deverá crescer esse ano algo em torno de 7,5%. Um índice extraordinário para um ano em que vários países ainda sofrem os efeitos da crise sistêmica originada nos Estados Unidos. Isso é um reforço inapelável à tese de que é possível crescer e ao mesmo tempo distribuir renda.
Baixar a guarda nesse momento, não significa abrir não de concepções, nem capitular. Uma oposição consistente e crítica é salutar para qualquer governo, mas é hora de pensar em continuar avançando nas conquistas sócio-econômicas, tratar de uma legislação que garanta que os recursos vindos das riquezas do pré-sal sejam de todos os brasileiros e promover reformas, como a tributária e a política.
Há muito que o Brasil precisa de uma legislação tributária que desonere o setor produtivo, sobretudo a folha de pagamentos, mas que ao mesmo tempo preserve o direito dos trabalhadores. Parece-me fundamental que os impostos pesem menos sobre os salários e mais sobre o lucro, como forma de incentivo à geração de mais empregos.
No campo da reforma política precisamos da fidelidade partidária irrestrita e melhorar a forma de se fazer as campanhas eleitorais. É importante aumentar a fiscalização e introduzir o financiamento público de campanha, para que todos os candidatos tenham condições mais equânimes. O país tem muito que fazer. Não podemos perder nosso tempo com picuinhas, ódios raciais e intolerância política. Numa camiseta que ganhei de minha esposa logo que casamos estava escrito assim: “somos todos responsáveis pela vida”, pensemos nisso!
sábado, 30 de outubro de 2010
Política e religião
(artigo originalmente publicado no Jornal Impacto - autor: Carlos Orpham)
Domingo passado, mais ou menos ao meio dia, recebi um telefonema de uma professora aposentada me dizendo que sua irmã, também professora e aposentada, a procurou indignada depois do que presenciou pela manhã numa reunião religiosa. Contava-me ela que o chefe religioso, abordando o tema eleições, dentre outras coisas, teria dito que há uma candidata que está prometendo erradicar a pobreza e a miséria no país e que isso não seria possível, pois a pobreza e a miséria estariam previstas na lei de Deus. Portanto, seria impossível acabar com esses sofrimentos das pessoas que passam por essas vicissitudes. Assim, concluiu o religioso, a candidata mente.
Discurso ruim, porém mais honesto. Até bem pouco tempo durante a campanha eleitoral o religioso dizia para não votar na candidata que defendia o aborto e a união civil entre pessoas do mesmo sexo. A candidata assinou um termo de compromisso de não apresentar nenhum projeto de lei ao Congresso Nacional que modificasse o texto da lei já existente sobre o tema, depois que três ex-alunas de Mônica Serra, mulher do candidato, disseram que a ex-professora teria feito um abortamento no quarto mês de gestação e denunciaram sua hipocrisia. No mesmo período o candidato assumiu publicamente sua posição também favorável à união civil entre homoafetivos, por uma questão de direito.
Assim, era preciso arrumar outro argumento. Pois bem, então lá vai... a pobreza é coisa de Deus! O argumento é mais honesto, pois se trata de uma opinião política e não de baixarias e boatos, como os argumentos primeiros que caíram por terra a partir de fatos concretos. Obviamente, acho difícil alguém entrar numa dessas, mas é uma questão de opinião. Eu, particularmente, tenho outra visão sobre o assunto. Deus, que é a inteligência suprema do universo, criador do Céu e da Terra, soberanamente justo e bom, não poderia, de maneira alguma, condenar grande parte da população à pobreza e miséria eternas. O próprio Jesus nos ensinou a fazermos aos outros, aquilo que gostaríamos que nos fizessem. É lógico que não quero ser eternamente pobre e miserável, por isso, conforme nos ensina Jesus, tenho que fazer o possível para que meu irmão saia da miséria. E Jesus não nos mandaria fazer algo que não fosse possível. Difícil sim, impossível não.
Parece-me que a argumentação do religioso, dita de uma outra forma seria a seguinte: acabar com a pobreza não é possível, antão vote em Serra. É... loucura, não?
Tenho um amigo religioso que certa feita me disse assim: “tem chefes religiosos que ficam banqueteando nas faustas mesas dos ricos e se esquecem da opção pelos pobres”. Parece-me muito mais lógico e cristão que se comparasse quem fez mais pelos pobres, criou mais empregos, incluiu mais pessoas nas classes médias vindas da C e D, fez o país se desenvolver ao mesmo tempo em que distribuiu melhor a renda, etc.. Se usassem a comparação como método, certamente não escolheriam o candidato dos ricos e poderosos. Parafraseando o grande Chico Buarque de Holanda, escolheriam o projeto político que não fala fino com os Estados Unidos e nem grosso com Bolívia e Paraguai.
sábado, 23 de outubro de 2010
O mal-estar dos jornalistas da TV Globo
Enviado por luisnassif, sex, 22/10/2010 - 18:36
Do Escrevinhador
O dia em que até a Globo vaiou Ali Kamel
Passava das 9 da noite dessa quinta-feira e, como acontece quando o “Jornal Nacional” traz matérias importantes sobre temas políticos, a redação da Globo em São Paulo parou para acompanhar nos monitores a “reportagem” sobre o episódio das “bolinhas” na cabeça de Serra.
A imensa maioria dos jornalistas da Globo-SP (como costuma acontecer em episódios assim) não tinha a menor idéia sobre o teor da reportagem, que tinha sido editada no Rio, com um único objetivo: mostrar que Serra fora, sim, agredido de forma violenta por um grupo de “petistas furiosos” no bairro carioca de Campo Grande.
Na quarta-feira, Globo e Serra tinham sido lançados ao ridículo, porque falaram numa agressão séria – enquanto Record e SBT mostraram que o tucano fora atingido por uma singela bolinha de papel. Aqui, no blog do Azenha. você compara as reportagens das três emissora na quarta-feira. No twitter, Serra virou “Rojas”. Além de Record e SBT, Globo e Serra tiveram o incômodo de ver o presidente Lula dizer que Serra agira feito o Rojas (goleiro chileno que simulou ferimento durante um jogo no Maracanã).
Ali Kamel não podia levar esse desaforo pra casa. Por isso, na quinta-feira, preparou um “VT especial” – um exemplar típico do jornalismo kameliano. Sete minutos no ar, para “provar” que a bolinha de papel era só parte da história. Teria havido outra “agressão”. Faltou só localizar o Lee Osvald de Campo Grande. O “JN” contorceu-se, estrebuchou para provar a tese de Kamel e Serra. Os editores fizeram todo o possível para cumprir a demanda kameliana. mas o telespectador seguiu sem ver claramente o “outro objeto” que teria atingido o tucano. Serra pode até ter sido atingido 2, 3, 4, 50 vezes. Só que a imagem da Globo de Kamel não permite tirar essa conclusão.
Aliás, vários internautas (como Marcelo Zelic, em ótimo vídeo postado aqui no Escrevinhador) mostraram que a seqüência de imagens – quadro a quadro – não evidencia a trajetória do “objeto” rumo à careca lustrosa de Serra.
Mas Ali Kamel precisava comprovar sua tese. E foi buscar um velho conhecido (dele), o perito Ricardo Molina.
Quando o perito apresentou sua “tese” no ar, a imensa redação da Globo de São Paulo – que acompanhava a “reportagem” em silêncio – desmanchou-se num enorme uhhhhhhhhhhh! Mistura de vaia e suspiro coletivo de incredulidade.
Boas fontes – que mantenho na Globo – contam-me que o constrangimento foi tão grande que um dos chefes de redação da sucursal paulista preferiu fechar a persiana do “aquário” (aquelas salas envidraçadas típicas de grandes corporações) de onde acompanhou a reação dos jornalistas. O chefe preferiu não ver.
A vaia dos jornalistas, contam-me, não vinha só de eleitores da Dilma. Há muita gente que vota em Serra na Globo, mas que sentiu vergonha diante do contorcionismo do “JN”, a serviço de Serra e de Kamel.
Terminado o telejornal, os editores do “JN” em São Paulo recolheram suas coisas, e abandonaram a redação em silêncio – cabisbaixos alguns deles.
Sexta pela manhã, a operação kameliana ainda causava estragos na Globo de São Paulo. Uma jornalista com muitos anos na casa dizia aos colegas: “sinto vergonha de ser jornalista, sinto vergonha de trabalhar aqui”.
Serra e Kamel não sentiram vergonha.
A Matéria está neste link: http://www.advivo.com.br/blog/luisnassif/o-mal-estar-dos-jornalistas-da-tv-globo
Do Escrevinhador
O dia em que até a Globo vaiou Ali Kamel
Passava das 9 da noite dessa quinta-feira e, como acontece quando o “Jornal Nacional” traz matérias importantes sobre temas políticos, a redação da Globo em São Paulo parou para acompanhar nos monitores a “reportagem” sobre o episódio das “bolinhas” na cabeça de Serra.
A imensa maioria dos jornalistas da Globo-SP (como costuma acontecer em episódios assim) não tinha a menor idéia sobre o teor da reportagem, que tinha sido editada no Rio, com um único objetivo: mostrar que Serra fora, sim, agredido de forma violenta por um grupo de “petistas furiosos” no bairro carioca de Campo Grande.
Na quarta-feira, Globo e Serra tinham sido lançados ao ridículo, porque falaram numa agressão séria – enquanto Record e SBT mostraram que o tucano fora atingido por uma singela bolinha de papel. Aqui, no blog do Azenha. você compara as reportagens das três emissora na quarta-feira. No twitter, Serra virou “Rojas”. Além de Record e SBT, Globo e Serra tiveram o incômodo de ver o presidente Lula dizer que Serra agira feito o Rojas (goleiro chileno que simulou ferimento durante um jogo no Maracanã).
Ali Kamel não podia levar esse desaforo pra casa. Por isso, na quinta-feira, preparou um “VT especial” – um exemplar típico do jornalismo kameliano. Sete minutos no ar, para “provar” que a bolinha de papel era só parte da história. Teria havido outra “agressão”. Faltou só localizar o Lee Osvald de Campo Grande. O “JN” contorceu-se, estrebuchou para provar a tese de Kamel e Serra. Os editores fizeram todo o possível para cumprir a demanda kameliana. mas o telespectador seguiu sem ver claramente o “outro objeto” que teria atingido o tucano. Serra pode até ter sido atingido 2, 3, 4, 50 vezes. Só que a imagem da Globo de Kamel não permite tirar essa conclusão.
Aliás, vários internautas (como Marcelo Zelic, em ótimo vídeo postado aqui no Escrevinhador) mostraram que a seqüência de imagens – quadro a quadro – não evidencia a trajetória do “objeto” rumo à careca lustrosa de Serra.
Mas Ali Kamel precisava comprovar sua tese. E foi buscar um velho conhecido (dele), o perito Ricardo Molina.
Quando o perito apresentou sua “tese” no ar, a imensa redação da Globo de São Paulo – que acompanhava a “reportagem” em silêncio – desmanchou-se num enorme uhhhhhhhhhhh! Mistura de vaia e suspiro coletivo de incredulidade.
Boas fontes – que mantenho na Globo – contam-me que o constrangimento foi tão grande que um dos chefes de redação da sucursal paulista preferiu fechar a persiana do “aquário” (aquelas salas envidraçadas típicas de grandes corporações) de onde acompanhou a reação dos jornalistas. O chefe preferiu não ver.
A vaia dos jornalistas, contam-me, não vinha só de eleitores da Dilma. Há muita gente que vota em Serra na Globo, mas que sentiu vergonha diante do contorcionismo do “JN”, a serviço de Serra e de Kamel.
Terminado o telejornal, os editores do “JN” em São Paulo recolheram suas coisas, e abandonaram a redação em silêncio – cabisbaixos alguns deles.
Sexta pela manhã, a operação kameliana ainda causava estragos na Globo de São Paulo. Uma jornalista com muitos anos na casa dizia aos colegas: “sinto vergonha de ser jornalista, sinto vergonha de trabalhar aqui”.
Serra e Kamel não sentiram vergonha.
A Matéria está neste link: http://www.advivo.com.br/blog/luisnassif/o-mal-estar-dos-jornalistas-da-tv-globo
terça-feira, 19 de outubro de 2010
Repasses do MEC ao ensino básico cresceram 180% em 5 anos
Valor Econômico - 19/10/2010
A evolução da qualidade da educação brasileira, principalmente nas pequenas cidades, depende cada vez mais do dinheiro do Ministério da Educação (MEC). Em cinco anos, os repasses dos três principais programas de apoio ao ensino básico aumentaram mais de 180% em termos nominais.
Neste ano, os recursos do Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE), que injeta verbas na conta corrente da unidade escolar para melhorias de infraestrutura e gestão, do Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae) e do Programa Nacional de Apoio ao Transporte Escolar (Pnate) somam R$ 5 bilhões. Em 2005, Estados e municípios receberam cerca de R$ 1,8 bilhão.
Considerando outros seis programas importantes, entre os mais de 20 gerenciados pelo MEC, os recursos federais repassados a governos estaduais e prefeituras em 2010 superam a marca de R$ 15 bilhões.
"Não se trata de uma relação de dependência, é o nosso papel. Está na Constituição: a União tem obrigação de complementar e colaborar técnica e financeiramente com Estados e municípios", afirma a secretária de educação básica do MEC, Maria do Pilar Lacerda.
O secretário de Educação de Teresina, José Ribamar Torres, disse ao Valor que os recursos federais respondem por quase 80% do orçamento total da pasta, que chegou a cerca de R$ 240 milhões neste ano. "É dinheiro para pagamento de salários, reformas, merenda. A capital do Piauí tem arrecadação baixa, logo os recursos federais são decisivos para fazer qualquer política de educação."
Ele sugere que a política salarial da educação municipal seja federalizada. "O maior problema que enfrentamos é a rotatividade de professores. Muitos se licenciam, fazem outros concursos para ganhar mais e não temos autonomia para pagar bons salários e abrir contratações sempre que precisamos", afirmou Torres.
Em Cuiabá, no Mato Grosso, o secretário da Educação, Permínio Pinto Filho, diz que os repasses federais do MEC estão perto de R$ 90 milhões. "É uma parcela importante, entre 40% e 45% de tudo que investimos na capital." Sueli Maia, secretária da Educação de Santos, cobra mais recursos federais para o setor. "O antigo Plano Nacional de Educação não conseguiu atingir suas metas por falta de investimento, não adianta traçar metas se não falar em maiores e novas fontes de investimentos. A União tem papel importante nisso, principalmente com a perspectiva das receitas que virão do pré-sal - 50% devem ser destinadas à educação."
Ela destaca o aumento do orçamento do MEC nos últimos anos. Os recursos administrados pela pasta triplicaram em termos correntes entre 2003 e 2010: de R$ 19 bilhões para R$ 60 bilhões.
Segundo Sueli, a ampliação dos investimentos federais já surte efeito na qualidade. Criado em 2007 para unidades educacionais com baixo desempenho no Ideb, o Plano de Desenvolvimento da Escola (PDE-Escola) teve seus recursos incrementados de R$ 49,5 milhões para R$ 370,1 milhões em três anos. A secretária diz que "60,9% das escolas priorizadas pelo programa apresentaram resultados melhores no Ideb 2009 em relação à nota de 2007. Dessas, 40% apresentaram resultado igual ou maior à média nacional."
A evolução da qualidade da educação brasileira, principalmente nas pequenas cidades, depende cada vez mais do dinheiro do Ministério da Educação (MEC). Em cinco anos, os repasses dos três principais programas de apoio ao ensino básico aumentaram mais de 180% em termos nominais.
Neste ano, os recursos do Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE), que injeta verbas na conta corrente da unidade escolar para melhorias de infraestrutura e gestão, do Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae) e do Programa Nacional de Apoio ao Transporte Escolar (Pnate) somam R$ 5 bilhões. Em 2005, Estados e municípios receberam cerca de R$ 1,8 bilhão.
Considerando outros seis programas importantes, entre os mais de 20 gerenciados pelo MEC, os recursos federais repassados a governos estaduais e prefeituras em 2010 superam a marca de R$ 15 bilhões.
"Não se trata de uma relação de dependência, é o nosso papel. Está na Constituição: a União tem obrigação de complementar e colaborar técnica e financeiramente com Estados e municípios", afirma a secretária de educação básica do MEC, Maria do Pilar Lacerda.
O secretário de Educação de Teresina, José Ribamar Torres, disse ao Valor que os recursos federais respondem por quase 80% do orçamento total da pasta, que chegou a cerca de R$ 240 milhões neste ano. "É dinheiro para pagamento de salários, reformas, merenda. A capital do Piauí tem arrecadação baixa, logo os recursos federais são decisivos para fazer qualquer política de educação."
Ele sugere que a política salarial da educação municipal seja federalizada. "O maior problema que enfrentamos é a rotatividade de professores. Muitos se licenciam, fazem outros concursos para ganhar mais e não temos autonomia para pagar bons salários e abrir contratações sempre que precisamos", afirmou Torres.
Em Cuiabá, no Mato Grosso, o secretário da Educação, Permínio Pinto Filho, diz que os repasses federais do MEC estão perto de R$ 90 milhões. "É uma parcela importante, entre 40% e 45% de tudo que investimos na capital." Sueli Maia, secretária da Educação de Santos, cobra mais recursos federais para o setor. "O antigo Plano Nacional de Educação não conseguiu atingir suas metas por falta de investimento, não adianta traçar metas se não falar em maiores e novas fontes de investimentos. A União tem papel importante nisso, principalmente com a perspectiva das receitas que virão do pré-sal - 50% devem ser destinadas à educação."
Ela destaca o aumento do orçamento do MEC nos últimos anos. Os recursos administrados pela pasta triplicaram em termos correntes entre 2003 e 2010: de R$ 19 bilhões para R$ 60 bilhões.
Segundo Sueli, a ampliação dos investimentos federais já surte efeito na qualidade. Criado em 2007 para unidades educacionais com baixo desempenho no Ideb, o Plano de Desenvolvimento da Escola (PDE-Escola) teve seus recursos incrementados de R$ 49,5 milhões para R$ 370,1 milhões em três anos. A secretária diz que "60,9% das escolas priorizadas pelo programa apresentaram resultados melhores no Ideb 2009 em relação à nota de 2007. Dessas, 40% apresentaram resultado igual ou maior à média nacional."
segunda-feira, 18 de outubro de 2010
Para PT, apreensão de panfletos anti-Dilma mostra 'submundo' da campanha
Encomenda de panfletos contra candidata petista era de 20 milhões. PT pede apuração de campanha de telemarketing, DVDs e impressões difamatórios
Por: Suzana Vier e Virgínia Toledo, Rede Brasil Atual
São Paulo - Os panfletos com conteúdo difamatório à candidata do PT, Dilma Rousseff, apreendidos em São Paulo, no sábado (16), confirmam, na visão de José Eduardo Cardozo, secretário-geral da legenda, que uma central de boatos operaria no submundo da campanha eleitoral. A avaliação do deputado federal foi apresentada a jornalistas em uma entrevista coletiva concedida nesta segunda-feira (18). O PT afirma que, embora 1 milhão de folhetos tenham sido apreendidos, a encomenda original era de 20 milhões de exemplares, mas a quantidade não poderia ser produzida pela empresa.
No domingo, (17), a Polícia Federal apreendeu, a pedido do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), exemplares de um panfleto com título "Apelo a todos os brasileiros e brasileiras", assinado pela Comissão em Defesa da Vida do Regional Sul 1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). A gráfica Pana, localizada no bairro do Cambuci, em São Paulo, foi a contratada para rodar o material. A CNBB negou, nesta segunda-feira à Agência Estado, que tivesse demandado uma reimpressão.
Para Cardozo, que também coordena a campanha da presidenciável, a apreensão de um milhão de panfletos na capital paulista, assinados por bispos da Regional Sul 1 da Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), são propaganda ilícita. O material apreendido na gráfica Pana incita o voto contra Dilma e contra o PT entre a comunidade católica.
O petista vê "indícios veementes" de que teriam sido foram produzidos pela campanha adversária de Dilma no segundo turno. "Há indiscutivelmente uma relação próxima da dona da gráfica com o candidato José Serra (PSDB)", afirmou Cardozo. Por isso, o PT protocolou no TSE material que comprova, na visão da legenda, a ligação do PSDB com a empresa. Os documentos somam-se ao pedido de abertura de inquérito entregue no fim de semana à Justiça.
Segundo informações de Cardozo, Arlety Satiko Kobayashi, uma das sócias da gráfica no bairro do Cambuci, é filiada ao PSDB e irmã de Sérgio Kobayashi, coordenador de infraestrutura da campanha de Serra. Arlete seria ainda funcionária da Assembleia Legislativa de São Paulo. Cardozo considerou no mínimo estranha a proximidade entre a atuação de Kobayashi na campanha de Serra e o tipo de trabalho realizado pela irmã na gráfica.
Na metade da entrevista, o deputado estadual reeleito, Antonio Mentor, líder do PT na Assembleia Legislativa paulista, juntou-se ao grupo e acrescentou que novas informações indicam que outro sócio da empresa, Alexandre Ogawa, é filho de um funcionário do Ministério da Saúde, nomeado pelo candidato José Serra, então chefe da pasta.
Ao lado do deputado estadual eleito, Edinho Silva, presidente do PT-SP, Cardozo repetiu diversas vezes que a campanha eleitoral atingiu o extremo da falta de ética, em que ações são realizadas no submundo e às escuras. "Eleição é aguerrida, mas há regras. Críticas e acusações devem ser feitas à luz do dia, com a ética necessária", defendeu Cardozo.
O dirigente petista elencou outras ações difamatórias contra a candidata governista. "Estão distribuindo CDs e DVDs na porta de igrejas (contra Dilma), além de panfletos e e-mails", indignou-se Cardozo.
Silva suscitou que é preciso montar uma grande infraestrutura para distribuir cerca de 20 milhões de folhetos, como informou o pai do dono da gráfica onde os panfletos foram apreendidos. "Amadores ou fiéis não têm estrutura para distribuir milhões de panfletos. Queremos chegar aos mentores", denunciou o dirigente do PT paulista.
O PT pediu abertura de inquérito para investigar os autores do panfleto e esta semana também pede apuração de ações de telemarketing, divulgadas pelos jornais Correio Braziliense e Jornal de Minas, que instigam o voto anti-Dilma.
CNBB
Silva afirmou que no próprio sábado, entrou em contato com D. Pedro Luiz Stringuini, da dioscese de Franca, que negou qualquer relação da CNBB com os panfletos. O bispo teria sugerido inclusive que o PT chamasse a polícia para dar conta do caso. O PSDB também já respondeu que não tem relação com os panfletos, lembrou Silva.
Dilma: 'A diferença é que uns punem e outros acobertam'
Em entrevista no Jornal Nacional, da TV Globo, candidata governista fala sobre questão do aborto e sobre acusações trocadas entre as campanhas
Por: Patrícia Ferreira, especial para a Rede Brasil Atual
Dilma respondeu sobre o apoio de Ciro Gomes a sua candidatura (Foto: Divulgação)
São Paulo - Em entrevista ao vivo, no Jornal Nacional, da TV Globo, nesta segunda-feira (18), a candidata do PT à Presidência da República, Dilma Rousseff, voltou a comentar o caso Paulo Vieira Souza, ex-diretor da Dersa e assessor de José Serra (PSDB). Conhecido como Paulo Preto, ele é acusado de desviar R$ 4 milhões da campanha tucana. A candidata afirmou que, ao contrário do caso Erenice Guerra, que está sendo investigado, nada foi feito em relação ao assessor de Serra.
Dilma respondeu sobre o apoio de Ciro Gomes a sua candidatura (Foto: Divulgação)
São Paulo - Em entrevista ao vivo, no Jornal Nacional, da TV Globo, nesta segunda-feira (18), a candidata do PT à Presidência da República, Dilma Rousseff, voltou a comentar o caso Paulo Vieira Souza, ex-diretor da Dersa e assessor de José Serra (PSDB). Conhecido como Paulo Preto, ele é acusado de desviar R$ 4 milhões da campanha tucana. A candidata afirmou que, ao contrário do caso Erenice Guerra, que está sendo investigado, nada foi feito em relação ao assessor de Serra.
Muito diferentemente do primeiro turno, desta vez os apresentadores William Bonner e Fátima Bernardes deram um tom menos agressivo à entrevista. Apesar de manter a candidata na defensiva, o teor foi bem menos duro do que em agosto.
"Temos de ser claros com o eleitor. Erros acontecem em todo governo. Nós investigamos e punimos. Não concordo com a contratação de parentes e amigos. Dezesseis pessoas já depuseram no caso Erenice Guerra. A diferença entre o meu adversário e eu é que, até agora não houve investigacão nem processo sobre o Paulo Preto. Existe quem investiga e pune, mas também existe quem acoberta e não pune. No meu governo, serei implacável com o nepotismo, o tráfico de influência, a distribuição de propina e variantes", prometeu Dilma.
"Temos de ser claros com o eleitor. Erros acontecem em todo governo. Nós investigamos e punimos. Não concordo com a contratação de parentes e amigos. Dezesseis pessoas já depuseram no caso Erenice Guerra. A diferença entre o meu adversário e eu é que, até agora não houve investigacão nem processo sobre o Paulo Preto. Existe quem investiga e pune, mas também existe quem acoberta e não pune. No meu governo, serei implacável com o nepotismo, o tráfico de influência, a distribuição de propina e variantes", prometeu Dilma.
A polêmica do aborto voltou à pauta, sob a sugestão de ter sido questão decisiva para que houvesse segundo turno. Dilma, porém, foi enfática ao falar de sua posição. "Um presidente da República não pode fingir que não existem milhões de mulheres que abortam em situações precárias. Você não pode prender essas mulheres, mas cuidar delas. Aborto não é caso de polícia, mas de saúde pública", frizou.
A candidata também foi questionada sobre o surpreendente segundo turno e o apoio do deputado federal Ciro Gomes, que assumiu a coordenação da campanha de Dilma após dizer que Serra era mais bem preparado para a presidência da República. "Sempre tive boa relação com o Ciro Gomes, mas de fato, num primeiro momento, ele não me apoioiu formalmente. Depois, conversamos e conto com o apoio dele nesse momento", esclareceu.
Mulher de Serra teria feito aborto, dizem ex-alunas
São Paulo - O jornal Folha de S. Paulo publicou neste sábado (16) reportagem em que ex-alunas da psicóloga Monica Serra afirmam ter ouvido a esposa do candidato à Presidência pelo PSDB, José Serra, contar sobre aborto realizado durante o exílio com o marido no Chile.
O suposto aborto de Monica já vinha sendo noticiado pelo jornal O Dia durante a semana, com base no depoimento da bailarina Sheila Canevacci Ribeiro, que diz ter sido aluna da mulher de Serra em 1992.
Na publicação deste sábado, a reportagem de Folha cita que localizou mais uma aluna do curso de dança da Unicamp que confirma a história sobre o aborto da então professora universitária Monica Serra.
Sheila disse aos jornais que decidiu postar um comentário sobre Monica em seu perfil na rede social Facebook depois de ouvir a afirmação de Serra durante debate, no último domingo (10), de que é contra o aborto por "valores cristãos". Ela também soube da acusação de Monica Serra, divulgada pela Agência Estado, de que a candidata Dilma Roussef (PT) é a favor de "matar criancinhas".
A ex-aluna de Monica escreveu que Serra não respeitava "tantas mulheres, começando pela sua própria mulher. Sim, Monica Serra já fez um aborto". "Com todo respeito que devo a essa minha professora, gostaria de revelar publicamente que muitas de nossas aulas foram regadas a discussões sobre o seu aborto traumático. Devemos prender Monica Serra, caso seu marido fosse eleito presidente", descreveu Sheila na rede social.
Em entrevista à Folha, Sheila confirmou as informações. A publicação também localizou uma colega de classe de Sheila, professora de dança em Brasília. Com a garantia do anonimato, ela contou que Monica expôs ter feito aborto por causa da ditadura chilena, porque o futuro dela e do marido, José Serra, era muito incerto.
Outro lado
De acordo com a publicação, a reportagem telefonou seis vezes e enviou cinco e-mails à assessoria de Monica, entre quinta (14) e sexta-feira (15), mas não conseguiu falar com a esposa do candidato tucano. Entretanto, recebeu uma mensagem com a afirmação de que "não há como responder".
sábado, 16 de outubro de 2010
Bancos deveriam abrir mais cedo e fechar mais tarde
(artigo publicado originalmente no Jornal Impacto - autor: Carlos Orpham)
Por que é que os bancos começam o atendimento ao público as 10 e encerram às 15 horas? Essa é uma pergunta que as pessoas não se fazem mais, por que parece que já se acostumaram com isso. É ruim para todos, porém ninguém questiona mais.
Em toda Campanha Nacional dos Bancários, que ocorre todos os anos no mês de setembro, voltamos à carga com os cartolas do sistema financeiro nacional representados pela FENABAN – Federação Nacional dos Bancos. Colocamos em nossa minuta a necessidade de se contratar mais bancários, criando dois turnos de trabalho e ampliando o horário de atendimento ao público. Não faz muito tempo, talvez um pouco mais de vinte anos, era assim. Por que mudou?
Com a ampliação do horário de atendimento a clientes e usuários do sistema, passando a ser, por exemplo, das 9 às 17 horas, todos ganhariam, as pessoas seriam mais bem atendidas, com muito menos filas nas agências e os bancários teriam um ambiente mais saudável para trabalhar, com menos tensão e correria. Com a criação de dois turnos de trabalho, o banco contrataria mais trabalhadores, portanto, geraria mais empregos no sistema, ajudando o país e as cidades.
Mas, infelizmente, a avidez por lucro fala mais alto. Não tenho nada contra o lucro, porém tudo tem limite. Os 5 maiores bancos que atuam no Brasil: Itaú, Bradesco Santander, HSBC e Banco do Brasil, juntos, lucraram só no primeiro semestre desse ano R$ 20 bilhões. Não sei se o amigo leitor tem a exata noção do tamanho desse dinheiro. Eu costumo comparar essa dinheirama toda com o orçamento público das cidades. Vamos pegar Bebedouro como parâmetro. O orçamento público de nossa cidade nesse ano é de R$ 120 milhões, que são usados durante o ano inteiro para pagar funcionários, médicos, professores, fazer todos os investimentos em asfalto, construir e conservar escolas, postos de saúde, construir pontes, etc. (pelo menos seria pra fazer, não é?).
Pois bem, então vejam, o lucro que esses cinco bancos obtiveram em apenas seis meses daria para gerir uma cidade como Bebedouro por 166 anos. É isso mesmo, mais de um século e meio. Isso é ou não muito dinheiro? E vejam que esse valor as famílias donas desses bancos colocam no bolso a cada seis meses, não é uma vez só, não. Isso é todo ano, a cada seis meses.
No entanto, apesar dos altos lucros e das necessidades que o sistema apresenta, a política que os cartolas banqueiros ditam do alto de suas luxuosas torres é de manter taxas de juros e tarifas de serviços abusivas e de expulsar os usuários e clientes mais pobres das agências, mandando-os para o auto-atendimento, lotéricas e os tais correspondentes bancários. E nesses lugares eles exploram mais ainda os trabalhadores, que não recebem os mesmos salários e benefícios dos bancários e ainda ficam expostos a violência como assaltos, roubos e até correndo risco de vida, funcionários e clientes, por falta de segurança.
Nessa semana os bancários de todo o país encerraram uma greve depois de conquistar 7,5% de reajuste salarial, um aumento no piso de ingresso na carreira e um avanço na PLR – Participação nos Lucros e Resultados. Não deixou de ser uma conquista, mas nosso sistema bancário ainda tem muito que melhorar.
sábado, 9 de outubro de 2010
O fenômeno Tiririca e outras coisas ruíns
(artigo originalmente publicado no Jornal Impacto - autor: Carlos Orpham)
De segunda-feira para cá muito tem se falado sobre a votação estrondosa do palhaço Tiririca para Deputado Federal, mais de 1,3 milhão de votos. E, realmente, é uma pena que as pessoas tratem a política dessa forma, com tamanho descaso. Porém, tem um fenômeno digno de estudo acontecendo junto com esse comportamento de inconformismo das pessoas em relação à votação recorde do palhaço.
A mídia, de fato, cumpre um papel de ditar comportamentos, maneiras de pensar, até o que devemos comer ou vestir, além do celular que devemos comprar é lógico. No dia seguinte à eleição, uma moça abriu um jornal perto de mim, apontou uma foto de um candidato campeão de voto, eleito para o senado, e disse assim “acho que foi nesse que eu votei”. Ela não tinha certeza. Mas eu vi a foto. Era um candidato apoiado, blindado e maquiado pela grande mídia, que muita gente, como aquela moça, não sabe quem é, mas votou.
Tão ruim quanto votar em Tiririca é votar em quem não se conhece, em quem não se sabe daquilo que ele tenha feito de bom ou de ruim para a sociedade. Que posto ou cargo eletivo tenha ocupado ou qual projeto ou realização tenha efetivado. Mas a grande mídia cobra a votação do palhaço, do outro não. Claro, joga no seu time!
Tão ruim quanto votar em Tiririca é votar em tantos outros políticos que só pensam em si e nos seus. Mas como sabê-lo, se a grande mídia brada aos quatro cantos que eles são altruístas, homens de bem? Nenhum comentário sobre o escândalo da Alston, superfaturamento das obras do metrô, relações familiares com Daslu e Verônica Dantas, por exemplo. É mais conveniente falar da tal Erenice. Isso dá segundo turno.
Tão ruim quanto votar em Tiririca é votar em quem tem desprezo pela educação. Aliás, no domingo á noite ouvia um programa na TV onde uma cientista política dizia que se a gente elege quem trata a educação com descaso estamos dando as condições de no futuro termos mais fenômenos Tiririca. Assim, questionava ela, “será que não temos uma parcela de culpa nisso”?
Tão ruim quanto votar em Tiririca é votar em quem faz o jogo rasteiro ao invés de debater projetos, apela para factóides e se faz de vítima. Quando eu começava a escrever esse texto recebi um telefonema de uma mulher. Ela estava abalada com o que tinha ouvido de alguns fiéis de certa igreja. O chefe religioso estava dizendo para seus seguidores que Dilma era “sapatão” e a favor do aborto e que era mentira dela e do Lula que a dívida com o FMI havia sido paga. Dá pra imaginar os donos da grande mídia e seus amigos, políticos de bem, esfregando as mãozinhas ao verem que suas artimanhas planejadas com todo o cuidado dão os resultados ansiosamente esperados.
Dá nojo! O Tiririca, esse, pelo menos me diverte!
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sexta-feira, 8 de outubro de 2010
domingo, 12 de setembro de 2010
Factóides não interferem mais em eleição: a ética agradece
(Artigo originalmente publicado no Jornal Impacto - autor: Carlos Orpham)
Essa eleição parece que vai marcar definitivamente a conquista da autonomia política do povo brasileiro. Que bom! Alguém disse há pouco tempo atrás que nós estávamos nos livrando dos tais “formadores de opinião” e entrando numa fase em que o povo não precisaria mais de intérpretes, pois já sabia fazer sua própria leitura da realidade.
Em 1989 o que impediu a vitória de Lula foi o tal seqüestro do então presidente do Grupo Pão de Açúcar. Um jornal de circulação no norte do país foi mais audacioso do que os daqui do sul/sudeste e estampou a seguinte manchete: “PT seqüestra Abílio Diniz”. Alguns dias depois os seqüestradores foram capturados e transportados em um ônibus em cujos vidros foram colados adesivos do PT e da campanha de Lula. Em um dos criminosos foi colocada uma camiseta também do PT. E é claro, a TV “formadora de opinião” mostrou tudo, tim-tim por tim-tim.
Depois vieram as histórias dos tais dossiês, suas “compras” com dinheiro vivo mostrado as mancheias pelas TVs e Jornais, todos “formadores de opinião”. Agora os factóides produzidos têm um nome mais pomposo, “quebra de sigilo fiscal”, já que os dos dossiês já estão desbotados.
A eficácia dessa política rasteira parece, de fato, ter chegado ao fim. Quando eu começava a escrever esse texto, no feriado, dia 7, dava na internet, que aumentou ainda mais a diferença entre Dilma Roussef, que foi para 56 pontos, e José Serra, que foi para 21, no sétimo dia do tracking do Vox Populi/Band/iG. Isso acontece no auge da campanha contra Dilma, o Governo Lula e o PT, desencadeada pelo PSDB e Serra com base no noticiário da mídia “formadora de opinião” sobre a violação de sigilo fiscal de tucanos. Pela primeira vez a candidata do PT cresceu acima da margem de erro, que é de 2,2%. Também Serra caiu acima da margem de erro.
Ela abriu uma diferença de 33 pontos, a maior já registrada pelas pesquisas no primeiro turno de uma campanha eleitoral desde que o Brasil voltou a votar para presidente da República, em 1989.
Aconteceu o contrário do esperado pelos colunistas da mídia que recentemente se auto impôs a sublime missão de fazer oposição ao Governo Lula (só a esse) já que, segundo ela própria, a oposição partidária é muito fraca. A enxurrada de denúncias feitas todos os dias contra petistas pela quebra do sigilo fiscal da filha do candidato tucano, e outras pessoas próximas a ele, não só não abalou os índices de Dilma até agora como está fazendo Serra cair para seu nível mais baixo, aproximando-se dos 20%.
Faltando pouco mais de 20 dias para a eleição, claro que estes números ainda podem mudar e levar a disputa para o segundo turno. Porém, até o momento nada indica que isto vá acontecer, a não ser que se produza um factóide novo. O ideal, no entanto, seria que todos percebessem que política não é, e não pode ser, um jogo de vale tudo. Que se perca ou se ganhe pelas propostas e projetos políticos, deixando as “baixarias” para suas vidas privadas quem por elas tiver afeição.
Essa eleição parece que vai marcar definitivamente a conquista da autonomia política do povo brasileiro. Que bom! Alguém disse há pouco tempo atrás que nós estávamos nos livrando dos tais “formadores de opinião” e entrando numa fase em que o povo não precisaria mais de intérpretes, pois já sabia fazer sua própria leitura da realidade.
Em 1989 o que impediu a vitória de Lula foi o tal seqüestro do então presidente do Grupo Pão de Açúcar. Um jornal de circulação no norte do país foi mais audacioso do que os daqui do sul/sudeste e estampou a seguinte manchete: “PT seqüestra Abílio Diniz”. Alguns dias depois os seqüestradores foram capturados e transportados em um ônibus em cujos vidros foram colados adesivos do PT e da campanha de Lula. Em um dos criminosos foi colocada uma camiseta também do PT. E é claro, a TV “formadora de opinião” mostrou tudo, tim-tim por tim-tim.
Depois vieram as histórias dos tais dossiês, suas “compras” com dinheiro vivo mostrado as mancheias pelas TVs e Jornais, todos “formadores de opinião”. Agora os factóides produzidos têm um nome mais pomposo, “quebra de sigilo fiscal”, já que os dos dossiês já estão desbotados.
A eficácia dessa política rasteira parece, de fato, ter chegado ao fim. Quando eu começava a escrever esse texto, no feriado, dia 7, dava na internet, que aumentou ainda mais a diferença entre Dilma Roussef, que foi para 56 pontos, e José Serra, que foi para 21, no sétimo dia do tracking do Vox Populi/Band/iG. Isso acontece no auge da campanha contra Dilma, o Governo Lula e o PT, desencadeada pelo PSDB e Serra com base no noticiário da mídia “formadora de opinião” sobre a violação de sigilo fiscal de tucanos. Pela primeira vez a candidata do PT cresceu acima da margem de erro, que é de 2,2%. Também Serra caiu acima da margem de erro.
Ela abriu uma diferença de 33 pontos, a maior já registrada pelas pesquisas no primeiro turno de uma campanha eleitoral desde que o Brasil voltou a votar para presidente da República, em 1989.
Aconteceu o contrário do esperado pelos colunistas da mídia que recentemente se auto impôs a sublime missão de fazer oposição ao Governo Lula (só a esse) já que, segundo ela própria, a oposição partidária é muito fraca. A enxurrada de denúncias feitas todos os dias contra petistas pela quebra do sigilo fiscal da filha do candidato tucano, e outras pessoas próximas a ele, não só não abalou os índices de Dilma até agora como está fazendo Serra cair para seu nível mais baixo, aproximando-se dos 20%.
Faltando pouco mais de 20 dias para a eleição, claro que estes números ainda podem mudar e levar a disputa para o segundo turno. Porém, até o momento nada indica que isto vá acontecer, a não ser que se produza um factóide novo. O ideal, no entanto, seria que todos percebessem que política não é, e não pode ser, um jogo de vale tudo. Que se perca ou se ganhe pelas propostas e projetos políticos, deixando as “baixarias” para suas vidas privadas quem por elas tiver afeição.
sábado, 4 de setembro de 2010
Progressão continuada faz analfabetismo funcional chegar à universidade
(artigo originalmente publicado no Jornal Impacto - autor: Carlos Orpham)
Segundo a Organização das Nações Unidas para a Educação a Ciência e a Cultura (Unesco), analfabeto funcional é a pessoa incapaz de interpretar o que lê e de usar a leitura e a escrita em atividades cotidianas, dificultando seu desenvolvimento pessoal e profissional. Apesar de saber escrever seu próprio nome, assim como ler e escrever frases simples e efetuar cálculos básicos, o analfabeto funcional não consegue extrair o sentido das palavras, colocar idéias no papel por meio da escrita, nem fazer operações matemáticas mais elaboradas.
Pois bem! Dia desses li uma matéria na Revista do Brasil que me deixou estarrecido. Nela o professor universitário Anselmo Büttner, com quase 40 anos de profissão e autor de livros na área de administração e marketing, traça um cenário extremamente preocupante. O professor constata consternado que os estudantes não sabem escrever. Segundo ele é simples ver isto, pois quando pede aos alunos para fazerem uma dissertação, o que vem escrito é lamentável.
Outro professor universitário, há nove anos nas salas de aula de ensino superior e executivo de uma empresa de gestão de recursos humanos, vai mais longe. O docente pede para não ser identificado naquela reportagem, mas calcula que 30% dos alunos de suas turmas na universidade podem ser classificados como analfabetos funcionais. O professor reclama que para eles (alunos) não existe mais acentuação, nem pontuação. Cerca de 30% dos alunos até lê, mas não compreende. “Eles não sabem estruturar idéias, nem se expressar", afirma o professor na matéria da revista.
A avaliação lógica da matéria é que, com esse quadro, há poucas possibilidades de se formar profissionais qualificados. Sem a capacidade de compreender e se expressar, o profissional vira só um “papagaio". Com o sistema de progressão continuada e a necessidade do governo do estado de ter estatísticas positivas sobre alunos formados, os jovens chegam à universidade com enorme deficiência de alfabetização. O problema é que a metodologia da progressão automática foi adotada sem a contrapartida em capacitação de professores e infraestrutura.
No caso do professor Büttner, a saída foi criar metodologias específicas. "Eu levo figuras e desenho no quadro o que é almoxarifado, por exemplo, para eles compreenderem", relata. "Eles não conseguem juntar as informações, não conseguem montar uma sequência, não têm base de gramática e ortografia, mas não é só. Há limitações também na capacidade de raciocínio lógico e matemático", alerta.
A que ponto nós chegamos! Uma escola que finge que ensina e um aluno que nem finge mais que aprende. É evidente o fracasso desse modelo, que já deveria ter sido revisto.
Pois bem! Dia desses li uma matéria na Revista do Brasil que me deixou estarrecido. Nela o professor universitário Anselmo Büttner, com quase 40 anos de profissão e autor de livros na área de administração e marketing, traça um cenário extremamente preocupante. O professor constata consternado que os estudantes não sabem escrever. Segundo ele é simples ver isto, pois quando pede aos alunos para fazerem uma dissertação, o que vem escrito é lamentável.
Outro professor universitário, há nove anos nas salas de aula de ensino superior e executivo de uma empresa de gestão de recursos humanos, vai mais longe. O docente pede para não ser identificado naquela reportagem, mas calcula que 30% dos alunos de suas turmas na universidade podem ser classificados como analfabetos funcionais. O professor reclama que para eles (alunos) não existe mais acentuação, nem pontuação. Cerca de 30% dos alunos até lê, mas não compreende. “Eles não sabem estruturar idéias, nem se expressar", afirma o professor na matéria da revista.
A avaliação lógica da matéria é que, com esse quadro, há poucas possibilidades de se formar profissionais qualificados. Sem a capacidade de compreender e se expressar, o profissional vira só um “papagaio". Com o sistema de progressão continuada e a necessidade do governo do estado de ter estatísticas positivas sobre alunos formados, os jovens chegam à universidade com enorme deficiência de alfabetização. O problema é que a metodologia da progressão automática foi adotada sem a contrapartida em capacitação de professores e infraestrutura.
No caso do professor Büttner, a saída foi criar metodologias específicas. "Eu levo figuras e desenho no quadro o que é almoxarifado, por exemplo, para eles compreenderem", relata. "Eles não conseguem juntar as informações, não conseguem montar uma sequência, não têm base de gramática e ortografia, mas não é só. Há limitações também na capacidade de raciocínio lógico e matemático", alerta.
A que ponto nós chegamos! Uma escola que finge que ensina e um aluno que nem finge mais que aprende. É evidente o fracasso desse modelo, que já deveria ter sido revisto.
domingo, 22 de agosto de 2010
Valorização e respeito ao magistério paulista, já!
(artigo originalmente publicado no Jornal Impacto - autor: Carlos Orpham)
Neste mês de agosto deu-se o reinício das aulas para os alunos da rede pública de ensino do Estado. A APEOESP - Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo - quer dar continuidade à campanha salarial e educacional neste segundo semestre. Por isso, a diretoria da entidade elaborou um calendário de lutas para o próximo período, com o mote “Valorização e Respeito ao Magistério Paulista”, como forma de reforçar a denúncia contra as políticas adotadas pelo governo do PSDB/DEM que desrespeitam e ferem os direitos dos professores e prejudicam a qualidade do ensino em São Paulo.
No mês de setembro, a APEOESP realizará uma Caminhada Estadual em Defesa da Escola Pública com a presença de pais, alunos, professores e outras categorias profissionais parceiras, que sentem na pele o descaso do governo tucano com a educação. O palco da manifestação deverá ser a Avenida Paulista, que segundo a presidente da entidade, Maria Izabel Azevedo Noronha, a Bebel, é o lugar ideal para denunciar à sociedade as mazelas da educação pública em São Paulo.
Para quem atua em outros sindicatos de trabalhadores, como eu que sou dirigente bancário, por mais que conheça o problema do assédio moral no local de trabalho, não consegue imaginar que isso possa acontecer entre os profissionais da educação. Porém, um estudo mais apurado e uma boa conversa com os dirigentes da APEOESP nos revelam, infelizmente, uma situação lamentável. Por vezes diretores, supervisores e coordenadores são repetidores da política do governo contra os professores, chegando, alguns, às raias do abominável assédio moral nas escolas e outras formas de opressão. Por isso, assim como o sindicato dos bancários, a APEOESP está editando materiais específicos sobre esses temas.
Ainda faz parte do calendário de lutas dos docentes oficiais paulistas para este segundo semestre a entrega da pauta de reivindicações da categoria aos candidatos a governador. A idéia e arrancar o compromisso de cada um, se eleito, em adotar políticas que valorizem e respeitem o Magistério, garantindo melhoria na qualidade do processo de ensino-aprendizagem. Todos nós sabemos que as condições de trabalho desses profissionais são muito ruins. Ninguém consegue ensinar, nem aprender, em uma sala com mais de quarenta alunos, com salários rebaixados, tendo que fazer dois ou três turnos de trabalho.
Aumentar o número de professores concursados PEB II também é importante e o tema também está merecendo atenção do sindicato. Todas as previsões da entidade sindical sobre os problemas na realização do curso de formação que se tornou a terceira etapa do concurso, estão ocorrendo. A Lei Complementar 1094 criou 80 mil vagas para concurso, mas apenas 10 mil candidatos foram chamados. É muito importante que, de imediato, sejam convocados os 56 mil candidatos aprovados e que sejam abertas novas vagas, dentro do que prevê a LC 1094.
Como se vê, a luta é grande e difícil. Porém, necessária!
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sábado, 14 de agosto de 2010
Creche, licença-maternidade e qualidade de vida
(artigo originalmente publicado no Jornal Impacto - autor: Carlos Orpham)
Dia desses, pela manhã, eu caminhava pela Rua Coronel João Manoel em direção ao meu trabalho no Sindicato dos Bancários, quando fui abordado por uma jovem senhora em companhia de seu filho pequeno, de aproximadamente quatro anos de idade. Ela me perguntou se eu podia ajudá-la a arrumar uma vaga para a criança em uma creche, pois já tinha ido a várias delas e não encontrara lugar para matricular seu filho.
A mulher acreditava que eu ainda era vereador e quando eu lhe disse que não era mais, ela ficou um pouco desapontada. Eu perguntei se ela tinha ido ao Conselho Tutelar, ao que ela me respondeu que sim.
Não sei como terminou essa história, mas confesso que passei o resto dia pensando no drama daquela mãe.
Quando fui candidato a prefeito, em 2008, percorri vários bairros dialogando com as pessoas sobre os problemas da cidade e a falta de vagas nas creches já aparecia com bastante evidência. Lembro-me que conversei com uma mãe que era professora da rede pública, que não estava dando conta de lecionar porque não estava encontrando vaga na creche para seu filho.
O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) estabelece que a creche é um direito da criança e não da mãe. Não importa se ela trabalha ou não. Todas as crianças têm o direito à educação infantil e ao Poder Público cabe o papel de proporcionar, com prioridade, esse tipo de serviço de forma universalizada. Mas, infelizmente, ainda temos esse tipo de problema em nossa cidade.
No dia seguinte ao meu casual encontro com a tal mãe, estive reunido com a direção de uma empresa para discutirmos a renovação do Acordo Coletivo de Trabalho dos seus empregados. Num determinado momento da reunião ponderei que a empresa deveria atender a uma justa reivindicação dos empregados, sobretudo das empregadas, a ampliação da licença-maternidade para seis meses, que, aliás, deverá em breve ser aprovada no Congresso Nacional e se tornar lei.
A resposta que ouvi da representação patronal foi que a reivindicação era um absurdo. “Onde já se viu, a mulher ficar seis meses em casa para cuidar do filho? A criança recém nascida nem sabe se a mãe está ou não em casa, ela fica dormindo o tempo todo”, contra-argumentaram.
Eu, a meu turno, iniciei um discurso de preservação da vida, da necessidade de dedicação e afeto à criança, da importância de se cuidar mais das pessoas do que do lucro e da competitividade adoecedora. Mas, confesso que minha perplexidade foi maior do que meu ânimo em convencê-los do contrário. Logo me calei e passamos para outro ponto da pauta de reivindicações, mesmo porque não havia mais clima para continuarmos dialogando sobre o tema.
Para mudar a sociedade é necessário que mudemos nossos paradigmas, conceitos e pré-conceitos historicamente arraigados. É preciso que nos debrucemos sobre os temas e repensemos nossa forma de viver e conviver. Cuidar melhor de nossas crianças e de nossa qualidade de vida devem ser critérios balizadores dessas mudanças necessárias e urgentes, rumo à sociedade dos nossos sonhos, igualitária e fraterna.
sábado, 7 de agosto de 2010
PT é líder na preferência dos brasileiros
(artigo publicado originalmente no Jornal Impacto - autor: Carlos Orpham)
Conforme sondagens divulgadas na semana passada por três institutos de pesquisa, o Partido dos Trabalhadores é o partido preferido dos brasileiros. De acordo com o Ibope, o partido do presidente Lula conta com a preferência de 29% dos eleitores. O DataFolha indica que 25% da população vota no PT. Segundo o Vox Populi, a legenda tem a simpatia de 18% do eleitorado.
O jornal Folha de São Paulo, que sofreu denúncia recente de fazer campanha para Serra, reconhece que o PT é o "partido mais popular do país desde o ano 2000". Conforme a matéria veiculada, a preferência pela agremiação partidária deverá implicar em aumento da bancada de deputados federais petistas, pois há 20 anos existe grande correlação entre o índice de preferência do PT e o total de votos que o partido obtém para seus candidatos a deputado federal. A matéria aponta que se essa correlação se mantiver na eleição deste ano, o PT poderá eleger mais de cem deputados federais.
PSDB e DEM, os mais importantes partidos de oposição ao Governo Lula, estão bem atrás na preferência do eleitorado. De acordo com números do Ibope, os tucanos contam com 7%, enquanto os demos somam apenas 1%. A mesma tendência é verificada na sondagem do Vox Populi: o PSDB aparece com 4%, enquanto o DEM nem chega a ser mencionado pelos eleitores.
A liderança do PT se verifica nas cinco regiões do País. Segundo o Ibope, seu melhor desempenho é no Nordeste, onde a legenda tem a simpatia de 33% da população. Nas regiões Norte, Centro Oeste e Sudeste, o partido aparece com 29%. No Sul, com 18%. De acordo com o Vox Populi, o partido também prevalece no Nordeste, com 21%. No Centro Oeste e no Sudeste, a legenda soma 18%. No Sul e no Norte, o partido tem 16% e 14%, respectivamente.
Em Bebedouro, como em tantas outras cidades, o Partido está em fase de reorganização, depois de ter administrado a cidade com o ex-prefeito Davi Peres e presidido a Câmara Municipal, primeiro com o professor Valter Cávoli, depois comigo.
Mesmo sem ter em mãos uma pesquisa elaborada com critérios científicos, arrisco afirmar que a preferência pelo PT aqui está na faixa dos 20%, o que daria uma quantidade de eleitores em torno de 10 mil. O nosso desafio é contagiar essa massa para potencializar a campanha desse ano e transformar os candidatos do partido em depositários da confiança e do voto daqueles que se simpatizam com nosso programa partidário.
quarta-feira, 4 de agosto de 2010
Orpham envia carta aos amigos da web pedindo voto à Berzoini e Marcolino
Caro(a) amigo(a):
A campanha eleitoral já começou e eu tomo a liberdade de me dirigir a você para pedir o seu voto e apoio a dois grandes amigos e companheiros de luta sindical e política.
São eles Ricardo Berzoini candidato a Deputado Federal 1331 e Luiz Cláudio Marcolino Estadual 13310.
Marcolino é presidente licenciado do Sindicato dos Bancários de SP e candidato a deputado pela primeira vez. Já Ricardo Berzoini está completando seu terceiro mandato e como Deputado Federal, a meu pedido, já beneficiou Bebedouro. Aprovou algumas emendas parlamentares que destinaram recursos para cá, como a reforma da UBS (Unidade Básica de Saúde) Dr. Ricardo Dias de Toledo, no Jardim Sanderson; a construção de outra no Residencial Bebedouro e para a realização do programa de qualificação profissional Pró-jovem do Governo Federal, para mais de 100 pessoas, entre outras.
Tenho pelos dois um grande apreço e tenho a certeza de que eles merecem o seu voto.
Um grande e fraternal abraço.
Carlos Orpham
Dilma presidente - Mercadante governador - Marta e Netinho senadores
A campanha eleitoral já começou e eu tomo a liberdade de me dirigir a você para pedir o seu voto e apoio a dois grandes amigos e companheiros de luta sindical e política.
São eles Ricardo Berzoini candidato a Deputado Federal 1331 e Luiz Cláudio Marcolino Estadual 13310.
Marcolino é presidente licenciado do Sindicato dos Bancários de SP e candidato a deputado pela primeira vez. Já Ricardo Berzoini está completando seu terceiro mandato e como Deputado Federal, a meu pedido, já beneficiou Bebedouro. Aprovou algumas emendas parlamentares que destinaram recursos para cá, como a reforma da UBS (Unidade Básica de Saúde) Dr. Ricardo Dias de Toledo, no Jardim Sanderson; a construção de outra no Residencial Bebedouro e para a realização do programa de qualificação profissional Pró-jovem do Governo Federal, para mais de 100 pessoas, entre outras.
Tenho pelos dois um grande apreço e tenho a certeza de que eles merecem o seu voto.
Um grande e fraternal abraço.
Carlos Orpham
Dilma presidente - Mercadante governador - Marta e Netinho senadores
terça-feira, 20 de julho de 2010
Orpham apoia Berzoini - federal e Luis Claudio Marcolino - estadual
Foto - Carlos Orpham, Berzoini e Luiz Cláudio Marcolino durante reunião em hotel de São Paulo no sábado, dia 17.
A campanha eleitoral já começou e deverá esquentar a partir do mês de agosto, quando terá início o horário eleitoral gratuíto pela TV. Em Bebedouro, o diretório municipal do PT está organizando a campanha de forma centralizada, em um comitê único, que deverá ser aberto no início da Rua Marechal Deodoro.
O ex-vereador Carlos Orpham, membro da Executiva Municipal do partido, declarou apoio a Ricardo Berzoini para Deputado Federal e Luiz Cláudio Marcolino, Estadual. "Berzoini e Marcolino são meus companheiros de luta, tanto no movimento sindical, quanto no PT; eu tenho muito apreço por eles e vou me empenhar para que tenham uma boa votação em Bebedouro", diz Orpham.
Marcolino é presidente licenciado do Sindicato dos Bancários de SP e candidato a deputado pela primeira vez. Já Ricardo Berzoini está completando seu terceiro mandato e como Deputado Federal já beneficiou Bebedouro. A pedido de Orpham aprovou algumas emendas parlamentares que destinaram recursos para para a cidade, como a reforma da UBS (Unidade Básica de Saúde) Dr, Ricardo Dias de Toledo, no Jardim Sanderson, a construção de outra no Residencial Bebedouro e para a realização do programa de qualificação profissional Pró-jovem, do Governo Federal, para mais de 100 pessoas.
domingo, 18 de julho de 2010
Ninguém suporta mais ir ao banco
(artigo originalmente publicado no Jornal Impacto - autor: Carlos Orpham)
Se perguntarmos às pessoas o que lhes dá mais dor de cabeça hoje em dia, certamente, entre as respostas estará, com grande destaque, ir ao banco. Seja para pagar uma conta, seja para pegar um talão de cheques, seja para sacar dinheiro, enfim, seja para o que for ninguém agüenta mais enfrentar as filas e a falta de funcionários nas agências bancárias. E a todo momento os bancos continuam dando sinais de que as coisas não precisavam ser assim. Os donos do dinheiro podem proporcionar um atendimento melhor à população e contratar mais trabalhadores. Dinheiro para isso tem.
Segundo pesquisa divulgada na semana passada, os quatro principais bancos brasileiros estão entre as sete maiores empresas brasileiras de capital aberto por valor de mercado. Itaú/Unibanco (3º lugar, valendo US$ 88 bilhões), Bradesco (4º lugar, valendo US$ 60 bilhões), Santander (6º lugar, valendo US$ 53 bilhões) e Banco do Brasil (7º lugar, valendo US$ 44 bilhões) se destacam também pelo crescimento do valor de mercado entre 2008 e 2009: entre 53% e 94%.
A pesquisa ainda mostra que os 50 maiores bancos que operam no Brasil fecharam 2009 com um patrimônio líquido de US$ 143 bilhões, atingindo no período um lucro de US$ 24 bilhões. Desse total, quase US$ 20 bilhões ficaram nas mãos dos cinco grandes: Itaú/Unibanco, Bradesco, Santander, Banco do Brasil e Caixa Federal.
Mas, no setor financeiro, como alertamos a tanto tempo, os altos lucros não se convertem em qualidade na prestação de serviços, mais contratações, nem em reconhecimento do trabalho dos bancários. Pelo contrário, as condições de trabalho pioram, as doenças causadas pelo estress se alastram e os clientes reclamam. O Banco do Brasil, por exemplo, é o líder do ranking das reclamações do Banco Central.
As reclamações que chegam ao Bacen vêem principalmente de clientes do extinto Banco Nossa Caixa, descontentes com o mau atendimento recebido no banco incorporador. Pelo quarto mês consecutivo, o Banco do Brasil foi líder no ranking de reclamações dos clientes, na mais recente publicação do BC, em maio deste ano. Os problemas vão desde débitos não autorizados, divergências de valores em saques e depósitos até problemas no atendimento. Ainda, algumas reclamações dizem respeito à perda de limites no cheque especial e até atrasos nas transações envolvendo depósitos judiciais.
Já dissemos aqui nesse espaço que foi muito ruim o Governo do Estado ter se desfeito do seu último banco público, a Nossa Caixa. Menos mal que o Banco do Brasil comprou. Mas, do jeito que está não dá para continuar. As coisas precisam melhorar, e muito!
sábado, 10 de julho de 2010
ECA completa seus 20 anos
(artigo originalmente publicado no Jornal Impacto - autor: Carlos Orpham)
Quando assumi pela primeira vez como vereador, em 2001, tratei logo de apresentar meu primeiro projeto. E não tive dúvidas quanto ao tema, escolhi o assunto criança e adolescente e apresentei o projeto de lei que instituiu em Bebedouro a Campanha Contribuinte Cidadão, que visa incentivar pessoas físicas e jurídicas a contribuírem com o Fundo Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente com recursos advindos do Imposto de Renda. Tal fundo é gerido pelo Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, definido no artigo 88 do ECA, como sendo um órgão com participação popular paritária, formulador de políticas e de caráter deliberativo. Ao CMDCA cabe implantar o Conselho Tutelar, órgão permanente e autônomo, encarregado de zelar pelo cumprimento dos direitos da criança e do adolescente.
Durante toda a minha militância política tive um envolvimento com o tema e pude constatar a dificuldade de se mudar alguns paradigmas arraigados em nossa sociedade, inclusive com uma série de preconceitos contra o ECA. Porém, incontestavelmente, a Constituição Federal de 1988 inaugurou um novo tempo para nossas Crianças e Adolescentes, quando definiu que é dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança e ao adolescente, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação e ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão.
Ao comemorarmos os 20 Anos do Estatuto da Criança e do Adolescente, no dia 13 de julho, devemos considerar o grande avanço que foi romper com o antigo conceito de que as crianças e adolescentes eram meros portadores de necessidades, passando a entendê-los como sujeitos de direitos, como os adultos. Importante considerar também a introdução de garantias processuais no relacionamento do adolescente com o sistema de administração da justiça juvenil, além da superação do assistencialismo. Crianças e adolescentes não estão mais à mercê da boa vontade da família, da sociedade e do Estado. Seus direitos estão garantidos na lei e os responsáveis por violá-los podem ser penalizados.
Na questão do atendimento à criança o ECA proporcionou uma melhora significativa. A Municipalização foi fundamental, pois cada comunidade, de maneira articulada, dentro de suas características, peculiaridades e necessidades, podem dar um atendimento melhor e mais eficaz.
Eu que tive contato durante vários anos com pessoas ligadas aos Conselhos, tanto de Direitos, quanto Tutelar, sei da abnegação de várias delas. Fundamental é a continuidade desse trabalho, que a sociedade civil participe sempre desses fóruns, para continuar mantendo a independência dos conselhos em relação aos governos municipais. A estes cabe a destinação de recursos suficientes para se fazer cumprir a lei. Viva o ECA!
domingo, 4 de julho de 2010
PT de Bebedouro prepara campanhas de Dilma e Mercadante
Reunido na manhã deste domingo, 04, o Diretório Municipal do Partido dos Trabalhadores (PT) de Bebedouro discutiu a preparação da campanha da ex-ministra Dilma Rousseff à presidência da república e a do senador Aloísio Mercadante a Governador de SP, na cidade. Segundo o presidente do DM, ex-vereador Luis Carlos de Freitas, a idéia é fazer uma campanha que unifique todos os petistas da cidade e todas as candidaturas proporcionais (deputados federais e estaduais) que terão grupo de apoio no município. Para isso o grupo está pensando em estruturar um comitê único do partido.
Para Carlos Orpham, ex-presidente da Câmara e candidato a prefeito pelo partido em 2008, o grande desafio dos petistas bebedourenses é construir a vitória de Dilma e Mercadante na 24ª zona eleitoral (Bebedouro). "O companheiro Lula nunca ganhou uma eleição aqui, nem em 2002, nem em 2006, agora com a companheira Dilma, precisamos nos esforçar para conseguir essa vitória e contribuir com o resultado em nível nacional", apela o dirigente.
sábado, 3 de julho de 2010
O que vocês acharam do novo visual do blog?
Eu gostei muito. Meus parabéns à Lucia, que produziu todas as mudanças. Ficou muito bonito!
A copa do mundo, a auto-estima e o Brasil
(artigo originalmente publicado no Jornal Impacto - autor: Carlos Orpham)
Eu ainda não tinha completado sete anos de idade, mas lembro-me como se fosse hoje daquela final da Copa do Mundo de 1970 contra a Itália. Ainda criança, eu morava com meus pais e minhas irmãs numa casa bem no cruzamento das duas vielas da antiga Vila Comerciária, hoje Monte Castelo. A seleção brasileira entrou em campo com Felix no gol; Carlos Alberto, Brito, Piaza e Everaldo na defesa; Clodoaldo, Gerson e Pelé no meio campo e Rivelino, Jairzinho e Tostão no ataque. Ganhamos de 4 a 1. O Brasil se tornou tri e trouxe definitivamente a Jules Rimet para casa.
Estávamos no auge da ditadura militar e eu sequer sabia o que era isso. Depois, quando cresci um pouquinho mais, aprendi que a tal ditadura se utilizou da conquista da copa e do próprio evento para anestesiar o povo brasileiro contra suas perversidades: exílios, torturas e mortes nos porões do DOPS.
Nessa época eu passei a me perguntar: como pode um evento tão bonito e contagiante ser utilizado de uma maneira tão sórdida? E a resposta estava na própria pergunta, exatamente por que era um evento bonito e contagiante, que mexia com a auto-estima do povo é que o regime autoritário o explorava a seu favor. Nós, seres humanos, nos sentimos bem quando temos nossa auto-estima elevada.
Agora, em 2010, em tempos de jabulanes, vuvuzelas e brigas políticas entre Dunga e a Rede Globo, que queria continuar tendo exclusividade nas entrevistas e notícias da seleção, vivemos um clima diferente. A euforia com o evento em si e com a perspectiva do hexa não é tão grande. Apesar de todos, inclusive eu, estarmos torcendo bastante para a seleção canarinho (não sei se passamos pela Holanda, pois escrevi esse texto antes do jogo), a euforia e a sensação de auto-estima elevada vem de outros ares. O nosso Brasil hoje vive um momento privilegiado, com a perspectiva de nos tornarmos a quinta maior economia do mundo na próxima década.
As boas notícias vêm de Brasília. “O Brasil é o país latino-americano que mais crescerá neste ano”, foi o que afirmou a Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal), terça-feira passada (29/06). Segundo a secretária executiva da entidade, Alicia Bárcena, o Brasil terá crescimento acima de 5,5%, talvez até 6%, seguido pelo Uruguai, Peru, Chile e Panamá, que continuam sendo economias bastante fortes. O próprio governo brasileiro prevê crescimento entre 6% e 6,5%.
Em dezembro do ano passado a Cepal estimou que o crescimento médio da economia regional sul-americana chegaria a 4,1% em 2010. Agora a estimativa é de 4,5% e se baseia, especialmente, na alta do preço das matérias primas nos mercados internacionais, que favorece as exportações, sobretudo, dos países da América do Sul.
Outra boa notícia vem do Banco Central, cuja projeção para a taxa média de desemprego neste ano é de 7%. Se confirmada a estimativa, será o menor nível da série histórica do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), iniciada em 2002. Segundo o Relatório Trimestral de Inflação, divulgado dia 30/06 pelo BC “a evolução dos indicadores do mercado de trabalho segue compatível com o dinamismo da atividade econômica, registrando-se recuo na taxa de desemprego e melhora qualitativa na geração de postos de trabalho, expressa pela substituição de empregos informais por postos com carteira assinada”.
Em 2014 teremos outro Mundial, desta vez no Brasil. O país tem tudo para fazer uma bela Copa do Mundo, num ambiente sócio-econômico ainda melhor, com mais pessoas incluídas, melhor distribuição de renda e mais felicidade. Depende de nós.
sábado, 26 de junho de 2010
Importante é o trabalho realizado, o resto é firula
(artigo originalmente publicado no Jornal Impacto - autor: Carlos Orpham)
Há uns trinta dias, mais ou menos, abri um dos grandes jornais panfletários que infestam a mídia brasileira e vi a seguinte manchete: Dilma nega demitir assessor por causa do dossiê. É assim que funciona. Eu faço uma pergunta que desejo pautar e se a resposta for negativa eu publico que aquilo foi negado. Assim, dou a impressão de que aquele fato é verdadeiro ou que, pelo menos, foi cogitado. O caso do tal dossiê (mais um criado pelos demotucanos) está cheio dessas artimanhas. Depois da manchete a qual me referi sucederam-se várias outras.
Minha irmã, petista roxa, conversando comigo no final de semana passado falava, revoltada, dessa e de outras trapaças do PIG (Partido da Imprensa Golpista), apelido dado pelo jornalista Paulo Henrique Amorim. E eu tratei de acalmar o seu coração. Ninguém muda a verdade. Enquanto o trabalho do Governo Lula e do PT for bom, nada devemos temer, nem essa velhacaria toda da oposição. O povo apóia Lula por que está vendo sua vida melhorar, não por causa da mídia, se fosse assim ele não teria sido reeleito em 2006.
Dentre os motivos da popularidade de Lula está a sua política de geração de empregos. Segundo o Ministro do Trabalho, Carlos Lupi, que apresentou segunda-feira (21) os dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), o presidente deverá fechar seus oito anos de mandato com 15 milhões de empregos gerados.
Nos sete primeiros anos já foram 13 milhões de empregos formais e os avanços estão em todos os setores. Com a Copa do Mundo e as eleições, que geram muitos empregos setoriais, a expectativa é fechar 2010 com 2,5 milhões de empregos a mais. Se essa meta for atingida, o governo Lula terá criado, sozinho, metade do estoque de empregos do Brasil.
Ainda de acordo com os dados do Caged, a economia brasileira gerou em maio 298.041 postos de trabalho com carteira assinada, novo recorde para o mês. No acumulado do ano, o número de vagas criadas é de 1.260.368, também o melhor resultado da série histórica, iniciada em 1992, para o período. O número é resultado de cinco recordes seguidos registrados desde o início do ano.
No final de abril, Lupi elevou para 2,5 milhões a previsão de novos empregos formais a serem gerados neste ano. A projeção oficial anterior era de 2 milhões, mas o ministro já vinha afirmando que esse número seria revisado para cima diante do resultado dos primeiros meses de 2010.
Se a previsão do governo se concretizar, 2010 entrará para história com número recorde de geração de empregos formais, batendo o ano de 2007, que ainda guarda a maior marca: 1,617 milhão de vagas com carteira assinada.
Só para refrescar a memória, em oito anos de governo FHC/PSDB/DEM foram gerados pouco mais de 800 mil empregos. Aí, minha irmã concordou comigo: _ É, a diferença é gritante, né? Pois é!
sábado, 12 de junho de 2010
Mirem-se no exemplo de Fernandão
(artigo originalmente publicado no Jornal Impacto - autor: Carlos Orpham)
Há algumas semanas rola na mídia esportiva a seguinte pergunta: pode um jogador se tornar ídolo de um clube de futebol em tão pouco tempo, como parece ser o caso de Fernandão, do São Paulo Futebol Clube? Bem, isso só o tempo vai dizer, mas alguns pontos considero dignos de nota, pois o craque já caiu nas graças do torcedor sãopaulino.
É claro que o apreço conquistado por Fernandão junto à torcida tem relação direta com sua qualidade profissional e competência, posto que, com sua presença em campo o time começou a jogar bem e de forma muito mais competitiva, tanto que a equipe dirigida por Ricardo Gomes já está nas semifinais da Taça Libertadores da América. Porém, isso não é tudo. O fato de a torcida ter se simpatizado com ele se deve, a meu ver, a outros fatores que se somam.
Primeiramente a serenidade de quem não queria brigar com nenhum dos seus futuros colegas de time. Deixou claro que poderia perfeitamente jogar com o Washington, seu rival na posição, saindo um pouco da área, apesar de isso não ter acontecido, o que, claro, não foi opção sua e sim do treinador.
Apesar da fama de ter desagregado no Goiás, seu comportamento não confirma essa visão. Ao primeiro contato com seus companheiros de trabalho tratou logo de dialogar com todos sobre qual seria a melhor forma de se entenderem dentro de campo e produzirem melhores resultados. De cara elogiou as qualidades se seus parceiros. Falou da habilidade e velocidade de Marlos e Dagoberto, da força e visão de jogo de Hernanes e da qualidade inquestionável do sistema defensivo chefiado por Miranda e Alex Silva.
Esse bom relacionamento é facilmente percebido no gramado, onde o respeito e o reconhecimento de seus colegas são evidentes. O bom meio campista Hernanes chegou a sacrificar o terceiro gol sãopaulino numa das primeiras partidas do atacante pelo time do Morumbi para proporcionar-lhe o ensejo de seu primeiro gol com a camisa tricolor.
Depois a humildade e o reconhecimento do valor das outras pessoas. Quando questionado por um repórter sobre o fato de ele, em tão pouco tempo, ter se tornado ídolo do clube, disse que não via daquela forma. Afirmou que para se tornar ídolo teria que conquistar muitos títulos pelo time, coisa que até então não havia feito. Deixou claro que seu objetivo era esse, conquistar títulos, principalmente a Libertadores desse ano, mas ainda não tinha conquistado nada. Lembrou que ídolo ali era o Rogério Ceni, que já havia feito muito pelo São Paulo e teceu a ele grandes elogios.
Assim, parece que Fernandão vai se firmando no Time e, a meu ver, dando exemplos a muita gente. Alguns políticos deveriam aprender com ele (pelo menos por enquanto) como agregar, ter bom senso e se tornar liderança.
quinta-feira, 10 de junho de 2010
Lenga-lenga do "dossiê" faz Serra encolher e tomar o rumo da decadência
(Extraído do Blog Amigos do Presidente Lula)
Nos últimos dias, enquanto a nação via Dilma Rousseff percorrendo o Brasil com postura de estadista, a campanha demo-tucana de José Serra (PSDB/SP) se perdeu, decaiu para as portas de delegacia, ao atrelar-se à tentativa do golpe do "dossiê".
Ontem Dilma visitou o vale do Paraíba paulista, na cidade de São José dos Campos, sede da Embraer (foto acima), e do Centro Técnico Aeroespacial, e debateu assuntos importantes, como a inovação tecnológica.
A ex-ministra visitou também o Parque Tecnológico da cidade, que abriga centros de desenvolvimento tecnológico nas áreas de aeronáutica, energia e inovação em saúde. Ali há incubadoras de empresas, para que o conhecimento tecnológico dos institutos virem produtos industriais, e gerem empregos. Uma destas novas empresas produz pequenos aviões não-tripulados, que voam por controle remoto e podem ser usados em atividades de segurança pública e defesa.
Dilma abordou também o TAV (Trem de Alta Velocidade), pois a cidade terá uma estação e quer fazer a manutenção mecânica e técnica do novo trem. Ela também disse que o TAV faz de S. José dos Campos atrativa para expandir seu Aeroporto com vôos internacionais, uma vez que o trem-bala tornará a viagem até São Paulo bastante rápida.
Enquanto Dilma trata de assuntos dessa importância, José Serra (PSDB/SP) e sua turma demo-tucana, tanto do partido, como da imprensa, se afunda no assunto "dossiê".
Jogaram na pauta do noticiário um assunto que eles queriam esconder: as notícias da associação da filha de José Serra com a irmã de Daniel Dantas, presa na operação Satiagraha, e outras coisas piores.
Agora todo mundo está sabendo que sairá um livro, "Os porões da privataria", onde conta a corrupção em torno de José Serra, e todo mundo vai querer ler.
Ao tentarem repetir o golpe dos aloprados, infiltrando gente na campanha de Dilma para fabricar uma armadilha, só conseguirem polarizar com gente alheia à campanha: pequenas e médias empresas, como a Lanza Comunicação, que contratava os assessores de imprensa escolhidos por Dilma. E tentam arrolar o dono de uma gráfica e empresa de eventos que andou ganhando concorrências e tirando mercado das gráficas da Folha, da Globo, e outros. Para piorar para o lado da oposição, tanto Lanzetta como Amaury Ribeiro Jr, estão dispostos a falar e a depor onde for preciso. Demonstram atitude de que não devem, por isso não temem.
Por fim arrastaram Marcelo Itagiba (PSDB/RJ) para o front da lama, poupando Serra de se expor mais, mas agora a máquina de espionagem de Serra (conforme afirmou o ex-delegado Onézimo), ficou desarticulada.
No Congresso a base governista vota o pré-sal, enquanto a oposição conspira com arapongas.
A cara da campanha de Dilma é o Brasil que dá certo: é Lula, é PAC, é PIB chinês, é recordes de empregos, é casa própria, é escola.
A cara da campanha de Serra é de aloprados demo-tucanos e da imprensa com seu lenga-lenga, ex-delegados arapongas, dossiês, operação para abafar um livro sobre a corrupção que roça a campanha de Serra, ressurreição da privataria de FHC no noticiário, interpelação judicial.
Serra não só caiu nas pesquisas, como sua campanha encolheu em assuntos, em dimensão. É pura decadência.
Ontem Dilma visitou o vale do Paraíba paulista, na cidade de São José dos Campos, sede da Embraer (foto acima), e do Centro Técnico Aeroespacial, e debateu assuntos importantes, como a inovação tecnológica.
A ex-ministra visitou também o Parque Tecnológico da cidade, que abriga centros de desenvolvimento tecnológico nas áreas de aeronáutica, energia e inovação em saúde. Ali há incubadoras de empresas, para que o conhecimento tecnológico dos institutos virem produtos industriais, e gerem empregos. Uma destas novas empresas produz pequenos aviões não-tripulados, que voam por controle remoto e podem ser usados em atividades de segurança pública e defesa.
Dilma abordou também o TAV (Trem de Alta Velocidade), pois a cidade terá uma estação e quer fazer a manutenção mecânica e técnica do novo trem. Ela também disse que o TAV faz de S. José dos Campos atrativa para expandir seu Aeroporto com vôos internacionais, uma vez que o trem-bala tornará a viagem até São Paulo bastante rápida.
Enquanto Dilma trata de assuntos dessa importância, José Serra (PSDB/SP) e sua turma demo-tucana, tanto do partido, como da imprensa, se afunda no assunto "dossiê".
Jogaram na pauta do noticiário um assunto que eles queriam esconder: as notícias da associação da filha de José Serra com a irmã de Daniel Dantas, presa na operação Satiagraha, e outras coisas piores.
Agora todo mundo está sabendo que sairá um livro, "Os porões da privataria", onde conta a corrupção em torno de José Serra, e todo mundo vai querer ler.
Ao tentarem repetir o golpe dos aloprados, infiltrando gente na campanha de Dilma para fabricar uma armadilha, só conseguirem polarizar com gente alheia à campanha: pequenas e médias empresas, como a Lanza Comunicação, que contratava os assessores de imprensa escolhidos por Dilma. E tentam arrolar o dono de uma gráfica e empresa de eventos que andou ganhando concorrências e tirando mercado das gráficas da Folha, da Globo, e outros. Para piorar para o lado da oposição, tanto Lanzetta como Amaury Ribeiro Jr, estão dispostos a falar e a depor onde for preciso. Demonstram atitude de que não devem, por isso não temem.
Por fim arrastaram Marcelo Itagiba (PSDB/RJ) para o front da lama, poupando Serra de se expor mais, mas agora a máquina de espionagem de Serra (conforme afirmou o ex-delegado Onézimo), ficou desarticulada.
No Congresso a base governista vota o pré-sal, enquanto a oposição conspira com arapongas.
A cara da campanha de Dilma é o Brasil que dá certo: é Lula, é PAC, é PIB chinês, é recordes de empregos, é casa própria, é escola.
A cara da campanha de Serra é de aloprados demo-tucanos e da imprensa com seu lenga-lenga, ex-delegados arapongas, dossiês, operação para abafar um livro sobre a corrupção que roça a campanha de Serra, ressurreição da privataria de FHC no noticiário, interpelação judicial.
Serra não só caiu nas pesquisas, como sua campanha encolheu em assuntos, em dimensão. É pura decadência.
sábado, 5 de junho de 2010
21º Congresso dos Funcionários do Banco do Brasil aprova apoio à Dilma
(artigo originalmente publicado no Jornal Impacto - autor: Carlos Orpham)
No final de semana passado, dias 28, 29 e 30 de maio, ocorreu em São Paulo, o 21º Congresso dos Funcionários do Banco do Brasil, que dentre outras deliberações visando a Campanha Nacional da categoria bancária de 2010, aprovou uma resolução de apoio à candidatura da ex-ministra Dilma Rousseff à presidência da república. A decisão não foi unânime, pois havia no encontro alguns funcionários que tinham outras preferências e ainda outros que apesar de terem preferência por Dilma entendem que o movimento sindical não pode se posicionar em relação a essa ou aquela candidatura. Argumentam que tornar pública qualquer preferência em relação às eleições fere o princípio de liberdade e autonomia dos sindicatos perante os governos.
Bem, primeiramente devo dizer que fui um dos que votaram pela aprovação do apoio. A meu ver não só a resolução não fere o princípio de liberdade e autonomia dos sindicatos, como temos a obrigação de apontar para os nossos colegas de profissão e para toda a sociedade aquilo que entendemos ser melhor para todo o povo brasileiro. O fato de deixar clara nossa opção pela candidatura Dilma não implica em subordinação, enquanto sindicato, a um eventual governo seu. Pelo contrário. Posicionarmo-nos nesse momento histórico faz parte de nossas responsabilidades enquanto direção, tanto quanto darmos continuidade à luta por aquilo que achamos deva ser o papel do Banco do Brasil na sociedade durante um eventual governo Dilma. Por isso, é perfeitamente compreensível a acertada decisão do 21º Congresso.
Além do mais, antes de sermos dirigentes sindicais e funcionários do Banco do Brasil, somos cidadãos e como tais não podemos deixar de avaliar o que significa a volta ao passado com um eventual governo do PSDB. O funcionalismo sabe o que é ficar sete anos com reajuste salarial zero e com a ameaça de privatização pairando sobre suas cabeças.
Claro que apenas as questões corporativas do funcionalismo do Banco do Brasil não seriam suficientes para tomarmos uma posição de apoiar a candidatura Dilma. Pesam também sobre essa decisão os avanços sociais conquistados e aqueles que poderão vir com a continuidade do governo Lula. Não podemos permitir de maneira alguma o retrocesso.
Evidentemente esse apoio não é incondicional. Apresentaremos uma pauta de reivindicações à candidata sobre temas que interessam aos trabalhadores e à sociedade brasileira, aliás, como está fazendo também a CMS - Coordenação dos Movimentos Sociais. A Assembléia Nacional da entidade divulgará por esses dias um conjunto de propostas e reivindicações intitulado "Projeto Brasil" com o objetivo de consolidar as mudanças dos últimos anos, ampliar as conquistas, avançar nas mudanças que ainda faltam e impedir qualquer retrocesso.
No final de semana passado, dias 28, 29 e 30 de maio, ocorreu em São Paulo, o 21º Congresso dos Funcionários do Banco do Brasil, que dentre outras deliberações visando a Campanha Nacional da categoria bancária de 2010, aprovou uma resolução de apoio à candidatura da ex-ministra Dilma Rousseff à presidência da república. A decisão não foi unânime, pois havia no encontro alguns funcionários que tinham outras preferências e ainda outros que apesar de terem preferência por Dilma entendem que o movimento sindical não pode se posicionar em relação a essa ou aquela candidatura. Argumentam que tornar pública qualquer preferência em relação às eleições fere o princípio de liberdade e autonomia dos sindicatos perante os governos.
Bem, primeiramente devo dizer que fui um dos que votaram pela aprovação do apoio. A meu ver não só a resolução não fere o princípio de liberdade e autonomia dos sindicatos, como temos a obrigação de apontar para os nossos colegas de profissão e para toda a sociedade aquilo que entendemos ser melhor para todo o povo brasileiro. O fato de deixar clara nossa opção pela candidatura Dilma não implica em subordinação, enquanto sindicato, a um eventual governo seu. Pelo contrário. Posicionarmo-nos nesse momento histórico faz parte de nossas responsabilidades enquanto direção, tanto quanto darmos continuidade à luta por aquilo que achamos deva ser o papel do Banco do Brasil na sociedade durante um eventual governo Dilma. Por isso, é perfeitamente compreensível a acertada decisão do 21º Congresso.
Além do mais, antes de sermos dirigentes sindicais e funcionários do Banco do Brasil, somos cidadãos e como tais não podemos deixar de avaliar o que significa a volta ao passado com um eventual governo do PSDB. O funcionalismo sabe o que é ficar sete anos com reajuste salarial zero e com a ameaça de privatização pairando sobre suas cabeças.
Claro que apenas as questões corporativas do funcionalismo do Banco do Brasil não seriam suficientes para tomarmos uma posição de apoiar a candidatura Dilma. Pesam também sobre essa decisão os avanços sociais conquistados e aqueles que poderão vir com a continuidade do governo Lula. Não podemos permitir de maneira alguma o retrocesso.
Evidentemente esse apoio não é incondicional. Apresentaremos uma pauta de reivindicações à candidata sobre temas que interessam aos trabalhadores e à sociedade brasileira, aliás, como está fazendo também a CMS - Coordenação dos Movimentos Sociais. A Assembléia Nacional da entidade divulgará por esses dias um conjunto de propostas e reivindicações intitulado "Projeto Brasil" com o objetivo de consolidar as mudanças dos últimos anos, ampliar as conquistas, avançar nas mudanças que ainda faltam e impedir qualquer retrocesso.
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segunda-feira, 31 de maio de 2010
Acho que é miopia da alma
(artigo originalmente publicado no Jornal Impacto - autor: Carlos Orpham)
Conforme matéria veiculada na Folha de São Paulo de segunda-feira, 24, dois dos maiores bancos que atuam no Brasil, Bradesco e Santanter, estão abrindo agências nas maiores favelas de São Paulo e Rio e nas periferias de Brasília. O Bradesco já inaugurou uma em Heliópolis, na capital paulista e estuda implantar outra na Favela da Rocinha, no Rio de Janeiro. O espanhol Santander planeja abrir uma agência no Morro do Alemão, também no Rio.
É lógico! Esses bancos não estão sendo movidos por sentimentos humanitários ao levarem serviços a essas populações, que antes não tinham acesso aos produtos bancários. O que querem é ganhar dinheiro. Segundo diretores dessas instituições pesquisas feitas anteriormente dão conta de que nesse ano a classe E deverá consumir mais do que as classes C e D juntas. O foco, revelam, é oferecer crédito através do cheque especial e do cartão de crédito.
Isso demonstra de maneira cabal o que todos já percebem por intuição: a vida dos brasileiros mais pobres está melhorando e sua renda e capacidade de consumo também.
Cabe ressalvar aqui que o Banco do Brasil deveria entrar nessa parada e fazer o mesmo, inclusive com programas que atendessem a essas pessoas de uma maneira diferenciada, com taxas de juros menores, por exemplo. Evitando que elas ficassem reféns da voracidade dos bancos privados. Mesmo assim, o que é inegável é a sensível melhora nas condições de vida dessas comunidades.
Estudo feito pelo diretor técnico do Instituto Nacional de Altos Estudos (Inae), Roberto Cavalcanti de Albuquerque, apresentado no último dia 20, no 22º Fórum Nacional, promovido pela entidade na sede do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) no Rio, revela que houve evolução no processo de inclusão social no Brasil entre 2001 e 2008.
Segundo o economista, houve uma aproximação entre as diferenças, sejam elas entre urbano e rural ou entre as regiões Norte-Nordeste e Sul-Sudeste. A educação avançou menos que outras áreas. Apesar de termos conquistado sua universalização, a qualidade ainda é um problema a ser enfrentado. O emprego, apesar das 12 milhões de novas vagas geradas, ainda tem muito espaço para crescer. O ponto alto, segundo Cavalcanti, foi o salto significativo em termos de inclusão digital, que deve continuar melhorando ainda mais.
Apesar de tudo isso, tem algumas pessoas que insistem em não ver as coisas como elas são. Dia desses vi um adesivo colado em um carro que dizia assim “vote Dilma e acabe com esse país Dilma vez”. Pode? Que cada um tenha suas preferências é compreensível e as opiniões divergentes devem ser respeitadas, mas miopia assim é demais. Qual país está se acabando? De que país será que essas pessoas estão falando? Será que elas moram no Brasil?
segunda-feira, 24 de maio de 2010
As figurinhas da copa e a crise política em Bebedouro
(artigo originalmente publicado no Jornal Impacto - autor: Carlos Orpham)
Nos últimos dias dois assuntos têm dominado as conversas em meus círculos de amizade. Um deles é o álbum de figurinhas da Copa. Todo fim de tarde e nos finais de semana pela manhã meus filhos me pedem para levá-los até a Praça do Jardim Paraíso para comprar e trocar os cromos repetidos. Lá encontro vários conhecidos e amigos colecionadores. Confesso que também gosto da brincadeira. Em alguns momentos parece que volto ao tempo em que era criança, trocando figurinhas e jogando bafo. Só que agora não jogamos bafo, só trocamos as figurinhas, pois o que importa é completar o álbum, e as fotos dos jogadores não podem estar amassadas e sujas.
_Você tem o Puyol? Só falta ele para eu completar a Seleção Espanhola! Pergunto a um deles. _E o Júlio César, alguém tem? Com ele eu completo a Seleção Brasileira! Pergunto no geral. _Por falar na Seleção Canarinho, que pena que o Dunga não convocou o Ganso e o Neimar, né! Atropela-me outro com o pacotinho na mão.
_Tio, você tem novas figurinhas para trocar? Pergunta-me meu sobrinho por telefone. Como a resposta é positiva, ele me intima feliz: _ Guarde-as para eu ver, heim? Vou pedir para meu pai me levar até a sua casa! E assim a vida flui... E o álbum já está quase completo.
O outro tema que tem sido recorrente em todos os locais que freqüento é o processo investigativo que sofre nossa Prefeitura Municipal relativamente às denúncias de fraudes nas licitações. Esse, ao contrário do primeiro, é um assunto que muito me aborrece! Infelizmente, ele também nos remete a outros tempos passados, nos quais acusações do mesmo tipo eram feitas pelo Ministério Público contra outras administrações locais. Parece até que isso está se tornando comum por aqui. E em diversas outras cidades também, é verdade!
_Você viu? O sobrinho do prefeito está envolvido no esquema! Espanta-se um. _Os diretores do Departamento de Educação e do SAAEB, também! Diz outro. _Será que vai dar cassação? Interroga um terceiro.
Ao contrário do álbum de figurinhas da Copa esse é um assunto que eu tenho preferido não comentar. Teve um dia que um cidadão me parou na rua e me perguntou o que é que eu iria fazer diante dessa crise toda. _Eu?!? Respondi perguntando e acrescentei: _Nada! A não ser esperar o resultado das investigações!
Na verdade, não me sinto a vontade para falar desse assunto, pois fui candidato a prefeito na eleição passada e fui um dos derrotados por Italiano. Pode parecer despeito ou oportunismo de minha parte. Então, prefiro não opinar.
Quanto às figurinhas da Copa, desejo ver meu (e das crianças, é claro!) álbum completado e o Brasil hexacampeão mundial. Quanto à crise política que se instalou em Bebedouro, desejo que os fatos sejam apurados e os culpados punidos, de tal forma que sirva de exemplo, para que nunca mais se repita. Nossa cidade não merece mais isso. Oxalá, doravante tenhamos em Bebedouro mandatários comprometidos em mudar essa prática tão perniciosa à política e à administração pública
domingo, 16 de maio de 2010
Independência do Banco Central divide opiniões, eu tenho a minha
(artigo originalmente publicado no Jornal Impacto - autor: Carlos Orpham)
Ponto polêmico, em nossos dias, em diversos segmentos da sociedade, quando se trata da regulamentação do artigo 192 da Constituição Federal, que aguarda uma redação final para definir as regras de atuação do Sistema Financeiro Nacional, é a questão da independência ou não do BC. Manter o Banco Central do Brasil sob o comando do governo federal ou dar independência total à instituição, tem dividido opiniões.
Nada melhor para tirar as dúvidas e buscar consensos que o aprofundamento do debate sobre o tema. Foi isso que fez o Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central (Sinal) em parceria com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), nos dias 29 e 30 de abril, em São Paulo, quando da realização do seminário: Regulamentação do Artigo 192: Desenvolvimento e Cidadania.
O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, destacou durante o evento que a instituição tem hoje bastante autonomia para definir suas ações. Para ele o país já avançou muito nessa questão e o governo Lula tem dado muita liberdade para a atuação do BC, o que, segundo ele, estaria proporcionando uma boa funcionalidade à instituição.
A mesma linha de raciocínio foi seguida pelo diretor de Liquidações e Controle do Crédito Rural do BC, Antônio Gustavo Matos, que disse que o presidente Lula nunca interferiu na política da instituição e garantiu que a entidade tem hoje uma autonomia operacional que é um exemplo de funcionamento para outros países do mundo.
Desde o início dos debates sobre a regulamentação do artigo 192 da Constituição Federal, há mais de uma década, nós do Sindicato dos Bancários temos nos posicionado contra a independência do Banco Central. O movimento sindical bancário cutista é a favor da autonomia operacional do BC, como é hoje, mas acredita que o total descasamento da instituição com o governo federal pode trazer grandes prejuízos ao Brasil, paralisando, inclusive, o andamento do país.
Na prática, por trás desse debate está um outro confronto de concepção: qual deve ser o papel do estado? A recente crise sistêmica americana e a forma como a enfrentou o governo Lula, demonstra que a tese do estado mínimo, da auto-regulamentação do mercado, está falida. Mesmo assim, alguns, que não querem a distribuição da riqueza e da renda nacionais, não se dão por vencidos e escamoteiam o debate. Aqui não, violão!
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domingo, 2 de maio de 2010
O movimento sindical é Dilma
(artigo originalmente publicado no Jornal Impacto - autor: Carlos Orpham)
Sou dirigente sindical bancário desde 1987, quando tinha apenas 24 anos de idade. Desde aquela época aprendi que quando assumimos essa função na sociedade, estamos, na prática, assumindo um lado, o lado dos trabalhadores. Nosso compromisso passa a ser com os interesses imediatos e históricos da classe trabalhadora. E por trabalhadores não devemos entender apenas aqueles assalariados com carteira assinada, mas também os desempregados, os informais, os aposentados, os micros e pequenos empresários do campo e da cidade, enfim, os da base da pirâmide social.
Defendemos nossos interesses imediatos quando discutimos e reivindicamos, por exemplo, numa campanha salarial, um reajuste com aumento real de salário, melhoria na participação nos lucros e resultados (PLR), aumento no auxílio alimentação e refeição, etc.. Quanto aos interesses históricos, lutamos por eles quando trabalhamos pela emancipação política da classe trabalhadora e pela construção, no longo prazo, de uma sociedade melhor, com mais e melhor distribuição de renda e com mais justiça social.
Para desempenharmos bem essa tarefa é necessário que avancemos para além dos limites dos sindicatos por categorias, passemos pela organização da central sindical e atinjamos a luta política institucional partidária. Pois a construção de uma sociedade melhor se dá também com a disputa de projetos políticos implantados pelos diferentes governos e parlamentos.
No próximo período, com maior intensidade depois da Copa do Mundo de Futebol, estaremos vivenciando mais uma vez uma disputa eleitoral em nosso país. De um lado temos um projeto iniciado pelo presidente Lula, de crescimento econômico, fortalecimento de segmentos econômicos estratégicos no âmbito do setor público, e de outro, um projeto antigo entreguista e de submissão política internacional, que quebrou o Brasil três vezes durante o governo FHC.
Diante desse quadro o movimento sindical teria que assumir a sua responsabilidade e assim o fez quando tomou a decisão acertada em apoiar a candidatura da ministra Dilma para presidenta do Brasil nas próximas eleições de outubro. Dar continuidade ao projeto que melhorou a vida dos trabalhadores e da sociedade em geral é tarefa de todo o movimento sindical responsável e, de fato, comprometido com os interesses dos “de baixo”, no linguajar de Paulo Freire.
A disputa não será fácil, pois a poderosa e arcaica elite brasileira e sua mídia golpista jogam muito pesado. Porém o povo não é bobo e saberá defender-se, escolhendo o que é melhor para si mesmo.
Sou dirigente sindical bancário desde 1987, quando tinha apenas 24 anos de idade. Desde aquela época aprendi que quando assumimos essa função na sociedade, estamos, na prática, assumindo um lado, o lado dos trabalhadores. Nosso compromisso passa a ser com os interesses imediatos e históricos da classe trabalhadora. E por trabalhadores não devemos entender apenas aqueles assalariados com carteira assinada, mas também os desempregados, os informais, os aposentados, os micros e pequenos empresários do campo e da cidade, enfim, os da base da pirâmide social.
Defendemos nossos interesses imediatos quando discutimos e reivindicamos, por exemplo, numa campanha salarial, um reajuste com aumento real de salário, melhoria na participação nos lucros e resultados (PLR), aumento no auxílio alimentação e refeição, etc.. Quanto aos interesses históricos, lutamos por eles quando trabalhamos pela emancipação política da classe trabalhadora e pela construção, no longo prazo, de uma sociedade melhor, com mais e melhor distribuição de renda e com mais justiça social.
Para desempenharmos bem essa tarefa é necessário que avancemos para além dos limites dos sindicatos por categorias, passemos pela organização da central sindical e atinjamos a luta política institucional partidária. Pois a construção de uma sociedade melhor se dá também com a disputa de projetos políticos implantados pelos diferentes governos e parlamentos.
No próximo período, com maior intensidade depois da Copa do Mundo de Futebol, estaremos vivenciando mais uma vez uma disputa eleitoral em nosso país. De um lado temos um projeto iniciado pelo presidente Lula, de crescimento econômico, fortalecimento de segmentos econômicos estratégicos no âmbito do setor público, e de outro, um projeto antigo entreguista e de submissão política internacional, que quebrou o Brasil três vezes durante o governo FHC.
Diante desse quadro o movimento sindical teria que assumir a sua responsabilidade e assim o fez quando tomou a decisão acertada em apoiar a candidatura da ministra Dilma para presidenta do Brasil nas próximas eleições de outubro. Dar continuidade ao projeto que melhorou a vida dos trabalhadores e da sociedade em geral é tarefa de todo o movimento sindical responsável e, de fato, comprometido com os interesses dos “de baixo”, no linguajar de Paulo Freire.
A disputa não será fácil, pois a poderosa e arcaica elite brasileira e sua mídia golpista jogam muito pesado. Porém o povo não é bobo e saberá defender-se, escolhendo o que é melhor para si mesmo.
sábado, 24 de abril de 2010
Pedágios afetam preços de alimentos e materiais de construção
(artigo originalmente publicado no Jornal Impacto - autor: Carlos Orpham)
Segundo a ARTESP - Agência Reguladora de Serviços Públicos de Transporte do Estado de São Paulo, dos 239 pontos de cobrança de pedágio no Brasil, 121 estão no estado de São Paulo. Se forem consideradas as cobranças nos dois sentidos de direção esse número sobe para 227. Nos últimos 13 anos, os pedágios em São Paulo cresceram mais de 400% e todas as praças de cobrança, novas e antigas, concedidas à iniciativa privada.
Esse custo é sentido principalmente por quem passa todos os dias pelas estradas paulistas, como os transportadores de carga, cujo Sindicato tem declarado que o pedagiamento no estado é o mais caro do mundo, pois corresponde entre 10% a 25% do custo do transporte, quando um pedágio viável deveria representar até 3%.
Para se ter uma idéia, no Rio Grande do Sul há 35 praças de pedágio, Paraná (29), Rio (23), Minas (15), Santa Catarina (7), Mato Grosso (4), Espírito Santo (2). Mato Grosso do Sul, Bahia e Ceará tem uma praça de pedágio cada um. Onze dos 26 estados brasileiros possuem estradas pedagiadas.
É inegável que São Paulo sempre teve as melhores estradas e que melhoraram ainda mais depois da instituição dos pedágios, mas isso não justifica esses valores tão altos. O impacto da cobrança recai, no final do processo produtivo, sobre o consumidor final. O frete mais o pedágio encarecem o produto e o custo é embutido no preço de venda e quem paga a conta é o consumidor.
Há quem diga que o custo de transporte elevado reduz a competitividade da indústria brasileira e podem leva-las a deixarem de fazer negócios.
Para o professor de economia da Universidade Federal Fluminense, Carlos Guanziroli, o custo de produtos de baixo valor agregado, como alimentos, materiais básicos de construção e artigos de borracha sofrem mais com o impacto dos custos de pedágio. Como exemplo, ele cita o transporte de areia. Se um caminhão com o produto custar por volta de R$ 300 e o pedágio ficar em R$ 10 ou R$ 12, o custo do transporte torna-se muito alto e impacta demasiadamente o valor do produto. Já o transporte de produtos químicos ou metal-mecânicos de alto valor não é muito afetado, porque o frete é pouco importante em relação à mercadoria.
Um estudo realizado pelo pesquisador para a Agência Nacional de Transporte Terrestres (ANTT) sobre o impacto de novos pedágios na Rodovia Presidente Dutra demonstrou que quando se coloca pedágio, as pessoas procuram outro shopping, outro restaurante onde não haja essa cobrança e algumas empresas poderiam entrar em falência.
Portanto, se São Paulo quiser entrar no rumo do crescimento e ajudar o Brasil, terá que rever sua política de concessão de rodovias e suas tarifas de pedágio.
terça-feira, 20 de abril de 2010
Vamos falar de futebol?
Achei que ontem o Ricardo Gomes escalou o time do São Paulo errado. Eu imaginava que ele entraria com o mesmo time que iniciou o primeiro jogo contra o Santos, apenas com o Fernandinho no lugar do Marlos, que estava suspenso por ter sido expulso no jogo anterior.
Não que eu acho que poderíamos ganhar, mas certamente teríamos mais chances de fazer gols, que era o que precisávamos.
Não dá para tirar os méritos do Santos, muito pelo contrário, o time mereceu ir para a final e merece ser campeão por tudo que está jogando e jogou durante todo o campeonato. Mas duas coisas são verdadeiras: o primeiro gol do Neymar foi com a mão (o Simão até está chamando-o de neymão e dizendo que ele será convocado por Bernardinho, rsrs... pode?) e o segundo não foi pênalti, no máximo foi falta fora da área (se foi).
Mas, como eu disse, não dá para tirar os méritos do Santos, que foi muito superior ao meu tricolor.
Outro assunto polêmico está sendo o comportamento de Neymar, Robinho e Companhia durante o jogo e nas comemorações. Ontem alguns jogadores do São Paulo, como Richarlison e Alex Silva, reclamaram dizendo que eles estão desrespeitando os adversários, mostrando a língua para a torcida, exagerando nos bribles e jogadas de efeito e nas comemorações dos gols com as dancinhas e coreografias.
Eu não sei o que vocês acham, mas, particularmente, eu acho que eles estão passando mesmo da conta. Tudo tem limite. Acho que está ficando provocativo. Uma boa maneira de avaliar é ver como reagem os jogadores dos times adversários. O Chicão, do Corinthians, chegou a pegar no pescoço do Neymar e a meter o dedo em sua cara, quando ele lhe aplicou um lençol com o jogo parado. O Palmeiras, no jogo contra o Santos, começou também a fazer as dancinhas e coreografias nas comemorações dos gols, até com um certo exagero por parte do Armero. A diferença é que o Palmeiras ganhou aquela partida (por incrível que pareça).
Enfim, apenas estão gostando desse comportamento dos meninos da vila, os santistas e os próprios jogadores do peixe. E isso é uma demonstração inequívoca de que já esta passando da conta. Acho que tanto o Dorival Júnior, quanto o Dunga, se o convocar para a seleção, deveriam orientar o Neymar para mudar de comportamento. Isso seria muito positivo para o futuro do seu incontestável talento .
terça-feira, 13 de abril de 2010
A CUT cresce e aparece
(artigo originalmente publicado no Jornal Impacto - autor: Carlos Orpham)
Dados que fazem parte de relatório recentemente divulgado pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), dão conta de que a Central Única dos Trabalhadores mantém a liderança, com folga, no índice de representatividade das centrais sindicais no Brasil. De todos os trabalhadores e trabalhadoras filiados a algum sindicato, no país, 38,23% são filiados a entidades cutistas. A segunda colocada, a Força Sindical, é quase três vezes menor, tendo 13,71% dos sindicalizados.
Além da maior representatividade a CUT foi a central que mais cresceu no ano passado. Comparada ao ano anterior, aumentou seu índice de representatividade em 1,44 ponto percentual. Sozinha, representa quase a soma de todos os sindicalizados filiados às outras centrais, que juntas detêm 40,18%.
Ainda segundo os dados do relatório, a representatividade também reflete um critério mais amplo de aferição. Em lugar do número de sindicatos filiados, índice em que a CUT também é líder com 33%, o percentual de representatividade oficial é baseado no número de brasileiros sindicalizados. Assim, o que vale realmente não é quantos sindicatos cada central tem, mas quantos brasileiros estão na base.
Esse sucesso se deve ao acerto de concepção e prática sindicais da entidade, pautadas por autonomia, independência, mobilização e ousadia. O que caracteriza a Central tem sido a sua coragem de não se omitir, de se posicionar diante dos grandes temas nacionais, como salário mínimo, aposentadorias, pré-sal, etc..
O crescimento do índice oficial de representatividade da CUT também é fruto da ação de seus sindicatos de base, que realizam campanhas salariais aguerridas, que trazem conquistas para os trabalhadores e trabalhadoras, e que vão além das questões economicistas, fazendo a disputa de um novo modelo de sociedade e de um novo projeto de desenvolvimento, sustentável do ponto de vista ambiental e inclusivo do ponto de vista social.
O grande mérito da CUT foi o fato de não ter confundido governo com movimento social e sindical. Ter tido a visão correta de que o simples fato de termos elegido um operário, ex-sindicalista, para Presidente da República, não resolveria todos os problemas da classe trabalhadora. E que, portanto, a autonomia em relação aos patrões e aos governos e a luta deveriam continuar.
Foram muitos os que diziam que a CUT diminuiria de tamanho e representatividade em função de seu “fatal” posicionamento de acomodação frente ao governo Lula, governo que ajudou a eleger. Mas o dia a dia e o recente relatório deixam claro que a Central Única dos Trabalhadores continua sendo um belo instrumento de luta por uma sociedade mais justa, fraterna e que traga mais conquistas aos trabalhadores e ao povo brasileiro, sindicalizados ou não.
Dados que fazem parte de relatório recentemente divulgado pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), dão conta de que a Central Única dos Trabalhadores mantém a liderança, com folga, no índice de representatividade das centrais sindicais no Brasil. De todos os trabalhadores e trabalhadoras filiados a algum sindicato, no país, 38,23% são filiados a entidades cutistas. A segunda colocada, a Força Sindical, é quase três vezes menor, tendo 13,71% dos sindicalizados.
Além da maior representatividade a CUT foi a central que mais cresceu no ano passado. Comparada ao ano anterior, aumentou seu índice de representatividade em 1,44 ponto percentual. Sozinha, representa quase a soma de todos os sindicalizados filiados às outras centrais, que juntas detêm 40,18%.
Ainda segundo os dados do relatório, a representatividade também reflete um critério mais amplo de aferição. Em lugar do número de sindicatos filiados, índice em que a CUT também é líder com 33%, o percentual de representatividade oficial é baseado no número de brasileiros sindicalizados. Assim, o que vale realmente não é quantos sindicatos cada central tem, mas quantos brasileiros estão na base.
Esse sucesso se deve ao acerto de concepção e prática sindicais da entidade, pautadas por autonomia, independência, mobilização e ousadia. O que caracteriza a Central tem sido a sua coragem de não se omitir, de se posicionar diante dos grandes temas nacionais, como salário mínimo, aposentadorias, pré-sal, etc..
O crescimento do índice oficial de representatividade da CUT também é fruto da ação de seus sindicatos de base, que realizam campanhas salariais aguerridas, que trazem conquistas para os trabalhadores e trabalhadoras, e que vão além das questões economicistas, fazendo a disputa de um novo modelo de sociedade e de um novo projeto de desenvolvimento, sustentável do ponto de vista ambiental e inclusivo do ponto de vista social.
O grande mérito da CUT foi o fato de não ter confundido governo com movimento social e sindical. Ter tido a visão correta de que o simples fato de termos elegido um operário, ex-sindicalista, para Presidente da República, não resolveria todos os problemas da classe trabalhadora. E que, portanto, a autonomia em relação aos patrões e aos governos e a luta deveriam continuar.
Foram muitos os que diziam que a CUT diminuiria de tamanho e representatividade em função de seu “fatal” posicionamento de acomodação frente ao governo Lula, governo que ajudou a eleger. Mas o dia a dia e o recente relatório deixam claro que a Central Única dos Trabalhadores continua sendo um belo instrumento de luta por uma sociedade mais justa, fraterna e que traga mais conquistas aos trabalhadores e ao povo brasileiro, sindicalizados ou não.
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