Dados que fazem parte de relatório recentemente divulgado pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), dão conta de que a Central Única dos Trabalhadores mantém a liderança, com folga, no índice de representatividade das centrais sindicais no Brasil. De todos os trabalhadores e trabalhadoras filiados a algum sindicato, no país, 38,23% são filiados a entidades cutistas. A segunda colocada, a Força Sindical, é quase três vezes menor, tendo 13,71% dos sindicalizados.
Além da maior representatividade a CUT foi a central que mais cresceu no ano passado. Comparada ao ano anterior, aumentou seu índice de representatividade em 1,44 ponto percentual. Sozinha, representa quase a soma de todos os sindicalizados filiados às outras centrais, que juntas detêm 40,18%.
Ainda segundo os dados do relatório, a representatividade também reflete um critério mais amplo de aferição. Em lugar do número de sindicatos filiados, índice em que a CUT também é líder com 33%, o percentual de representatividade oficial é baseado no número de brasileiros sindicalizados. Assim, o que vale realmente não é quantos sindicatos cada central tem, mas quantos brasileiros estão na base.
Esse sucesso se deve ao acerto de concepção e prática sindicais da entidade, pautadas por autonomia, independência, mobilização e ousadia. O que caracteriza a Central tem sido a sua coragem de não se omitir, de se posicionar diante dos grandes temas nacionais, como salário mínimo, aposentadorias, pré-sal, etc..
O crescimento do índice oficial de representatividade da CUT também é fruto da ação de seus sindicatos de base, que realizam campanhas salariais aguerridas, que trazem conquistas para os trabalhadores e trabalhadoras, e que vão além das questões economicistas, fazendo a disputa de um novo modelo de sociedade e de um novo projeto de desenvolvimento, sustentável do ponto de vista ambiental e inclusivo do ponto de vista social.
O grande mérito da CUT foi o fato de não ter confundido governo com movimento social e sindical. Ter tido a visão correta de que o simples fato de termos elegido um operário, ex-sindicalista, para Presidente da República, não resolveria todos os problemas da classe trabalhadora. E que, portanto, a autonomia em relação aos patrões e aos governos e a luta deveriam continuar.
Foram muitos os que diziam que a CUT diminuiria de tamanho e representatividade em função de seu “fatal” posicionamento de acomodação frente ao governo Lula, governo que ajudou a eleger. Mas o dia a dia e o recente relatório deixam claro que a Central Única dos Trabalhadores continua sendo um belo instrumento de luta por uma sociedade mais justa, fraterna e que traga mais conquistas aos trabalhadores e ao povo brasileiro, sindicalizados ou não.
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