(Artigo originalmente publicado no Jornal Impacto - autor: Carlos Orpham)
Tenho um amigo que em todo final de ano faz, e incentiva os outros a fazerem, listas com metas a serem alcançadas no ano novo. Emagrecer alguns quilos, caminhar, praticar exercícios físicos, trabalhar menos, passear mais, ficar mais com a família, trocar de carro, reformar a casa. Esses são os objetivos mais frequentes.
No final do ano passado programei para esse muita coisa. Não consegui realizar tudo, mas o saldo até que foi razoável. Caminhar consegui só nos primeiros meses de 2010, depois desanimei. É claro que esse item fará parte da minha lista para 2011, porque um dos meus objetivos elencados será também ser perseverante. Trabalhar menos eu consegui. Afinal, sem mandato eletivo desde 2008, apenas com a responsabilidade da representação sindical bancária, o ritmo ficou bem menos intenso. Pude passar mais finais de semana em casa com a família. Consegui fazer o que meu filho Gabriel, de cinco anos, me cobra tanto, que é jogar bola com ele nos finais de tarde. E as noites que fiquei em casa foram várias, podendo, em inúmeras delas, fazê-lo dormir. Apesar de minha esposa pedagoga garantir que já está na hora de ele ir para a cama sozinho.
Bem, não é preciso dizer que trocar de carro e reformar a casa vai ter que entrar na próxima lista também. Afinal, as finanças não estavam para isso.
Mas, para 2011 quero ser mais ousado em minhas aspirações. Quero não me irritar no trânsito quando um veículo me fechar, ou me ultrapassar pela direita, ou ainda me enfiar a buzina nos tímpanos quando eu cometer alguma gafe desse tipo. Eu quero ser mais tolerante. Principalmente com as pessoas que pensam diferente de mim. E poder ver nelas um igual, com os defeitos e virtudes que todos nós temos. Quero me perdoar mais, me tolerar mais, porque assim é mais fácil gostar mais dos outros e vice-versa. Dia desses tive uma surpresa agradabilíssima nesse sentido. Recebi um elogio tão direto e surpreendente que cheguei a me emocionar, de uma pessoa que eu pensava não me notar. Acho até que não mereci o elogio. Mas o que me emocionou foi que ele veio de uma pessoa que, apesar de eu admirá-la, imaginava não nutrir por mim muita simpatia. Nunca ouvi nada parecido de nenhum dos meus melhores amigos.
Quero ouvir mais também. Conversar mais com as pessoas, mas, sobretudo, ouvir. Há tempos provérbios nos falam sobre a importância de ouvir, porém não aprendemos. Sempre falamos mais do que ouvimos. Agindo ao contrário certamente cometeremos menos erros. Também quero aprender a calar-me. Mesmo quando o clamor é pelo verbo.
Quero ainda aprender a escrever melhor. Para que eu possa continuar merecendo a confiança dos leitores e, principalmente, desse jornal que me dá essa gostosa oportunidade de me dirigir a vocês semana sim, semana não. Feliz 2011 para todos nós. Ah! Acho interessante a ideia de fazer listas! Recomendo!
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