(artigo originalmente publicado no Jornal Impacto - autor: Carlos Orpham)
Neste mês de agosto deu-se o reinício das aulas para os alunos da rede pública de ensino do Estado. A APEOESP - Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo - quer dar continuidade à campanha salarial e educacional neste segundo semestre. Por isso, a diretoria da entidade elaborou um calendário de lutas para o próximo período, com o mote “Valorização e Respeito ao Magistério Paulista”, como forma de reforçar a denúncia contra as políticas adotadas pelo governo do PSDB/DEM que desrespeitam e ferem os direitos dos professores e prejudicam a qualidade do ensino em São Paulo.
No mês de setembro, a APEOESP realizará uma Caminhada Estadual em Defesa da Escola Pública com a presença de pais, alunos, professores e outras categorias profissionais parceiras, que sentem na pele o descaso do governo tucano com a educação. O palco da manifestação deverá ser a Avenida Paulista, que segundo a presidente da entidade, Maria Izabel Azevedo Noronha, a Bebel, é o lugar ideal para denunciar à sociedade as mazelas da educação pública em São Paulo.
Para quem atua em outros sindicatos de trabalhadores, como eu que sou dirigente bancário, por mais que conheça o problema do assédio moral no local de trabalho, não consegue imaginar que isso possa acontecer entre os profissionais da educação. Porém, um estudo mais apurado e uma boa conversa com os dirigentes da APEOESP nos revelam, infelizmente, uma situação lamentável. Por vezes diretores, supervisores e coordenadores são repetidores da política do governo contra os professores, chegando, alguns, às raias do abominável assédio moral nas escolas e outras formas de opressão. Por isso, assim como o sindicato dos bancários, a APEOESP está editando materiais específicos sobre esses temas.
Ainda faz parte do calendário de lutas dos docentes oficiais paulistas para este segundo semestre a entrega da pauta de reivindicações da categoria aos candidatos a governador. A idéia e arrancar o compromisso de cada um, se eleito, em adotar políticas que valorizem e respeitem o Magistério, garantindo melhoria na qualidade do processo de ensino-aprendizagem. Todos nós sabemos que as condições de trabalho desses profissionais são muito ruins. Ninguém consegue ensinar, nem aprender, em uma sala com mais de quarenta alunos, com salários rebaixados, tendo que fazer dois ou três turnos de trabalho.
Aumentar o número de professores concursados PEB II também é importante e o tema também está merecendo atenção do sindicato. Todas as previsões da entidade sindical sobre os problemas na realização do curso de formação que se tornou a terceira etapa do concurso, estão ocorrendo. A Lei Complementar 1094 criou 80 mil vagas para concurso, mas apenas 10 mil candidatos foram chamados. É muito importante que, de imediato, sejam convocados os 56 mil candidatos aprovados e que sejam abertas novas vagas, dentro do que prevê a LC 1094.
Como se vê, a luta é grande e difícil. Porém, necessária!
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