(artigo originalmente publicado no Jornal Impacto - autor: Carlos Orpham)
Conforme matéria veiculada na Folha de São Paulo de segunda-feira, 24, dois dos maiores bancos que atuam no Brasil, Bradesco e Santanter, estão abrindo agências nas maiores favelas de São Paulo e Rio e nas periferias de Brasília. O Bradesco já inaugurou uma em Heliópolis, na capital paulista e estuda implantar outra na Favela da Rocinha, no Rio de Janeiro. O espanhol Santander planeja abrir uma agência no Morro do Alemão, também no Rio.
É lógico! Esses bancos não estão sendo movidos por sentimentos humanitários ao levarem serviços a essas populações, que antes não tinham acesso aos produtos bancários. O que querem é ganhar dinheiro. Segundo diretores dessas instituições pesquisas feitas anteriormente dão conta de que nesse ano a classe E deverá consumir mais do que as classes C e D juntas. O foco, revelam, é oferecer crédito através do cheque especial e do cartão de crédito.
Isso demonstra de maneira cabal o que todos já percebem por intuição: a vida dos brasileiros mais pobres está melhorando e sua renda e capacidade de consumo também.
Cabe ressalvar aqui que o Banco do Brasil deveria entrar nessa parada e fazer o mesmo, inclusive com programas que atendessem a essas pessoas de uma maneira diferenciada, com taxas de juros menores, por exemplo. Evitando que elas ficassem reféns da voracidade dos bancos privados. Mesmo assim, o que é inegável é a sensível melhora nas condições de vida dessas comunidades.
Estudo feito pelo diretor técnico do Instituto Nacional de Altos Estudos (Inae), Roberto Cavalcanti de Albuquerque, apresentado no último dia 20, no 22º Fórum Nacional, promovido pela entidade na sede do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) no Rio, revela que houve evolução no processo de inclusão social no Brasil entre 2001 e 2008.
Segundo o economista, houve uma aproximação entre as diferenças, sejam elas entre urbano e rural ou entre as regiões Norte-Nordeste e Sul-Sudeste. A educação avançou menos que outras áreas. Apesar de termos conquistado sua universalização, a qualidade ainda é um problema a ser enfrentado. O emprego, apesar das 12 milhões de novas vagas geradas, ainda tem muito espaço para crescer. O ponto alto, segundo Cavalcanti, foi o salto significativo em termos de inclusão digital, que deve continuar melhorando ainda mais.
Apesar de tudo isso, tem algumas pessoas que insistem em não ver as coisas como elas são. Dia desses vi um adesivo colado em um carro que dizia assim “vote Dilma e acabe com esse país Dilma vez”. Pode? Que cada um tenha suas preferências é compreensível e as opiniões divergentes devem ser respeitadas, mas miopia assim é demais. Qual país está se acabando? De que país será que essas pessoas estão falando? Será que elas moram no Brasil?
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