(artigo originalmente publicado no Jornal Impacto - autor: Carlos Orpham)
Há algumas semanas rola na mídia esportiva a seguinte pergunta: pode um jogador se tornar ídolo de um clube de futebol em tão pouco tempo, como parece ser o caso de Fernandão, do São Paulo Futebol Clube? Bem, isso só o tempo vai dizer, mas alguns pontos considero dignos de nota, pois o craque já caiu nas graças do torcedor sãopaulino.
É claro que o apreço conquistado por Fernandão junto à torcida tem relação direta com sua qualidade profissional e competência, posto que, com sua presença em campo o time começou a jogar bem e de forma muito mais competitiva, tanto que a equipe dirigida por Ricardo Gomes já está nas semifinais da Taça Libertadores da América. Porém, isso não é tudo. O fato de a torcida ter se simpatizado com ele se deve, a meu ver, a outros fatores que se somam.
Primeiramente a serenidade de quem não queria brigar com nenhum dos seus futuros colegas de time. Deixou claro que poderia perfeitamente jogar com o Washington, seu rival na posição, saindo um pouco da área, apesar de isso não ter acontecido, o que, claro, não foi opção sua e sim do treinador.
Apesar da fama de ter desagregado no Goiás, seu comportamento não confirma essa visão. Ao primeiro contato com seus companheiros de trabalho tratou logo de dialogar com todos sobre qual seria a melhor forma de se entenderem dentro de campo e produzirem melhores resultados. De cara elogiou as qualidades se seus parceiros. Falou da habilidade e velocidade de Marlos e Dagoberto, da força e visão de jogo de Hernanes e da qualidade inquestionável do sistema defensivo chefiado por Miranda e Alex Silva.
Esse bom relacionamento é facilmente percebido no gramado, onde o respeito e o reconhecimento de seus colegas são evidentes. O bom meio campista Hernanes chegou a sacrificar o terceiro gol sãopaulino numa das primeiras partidas do atacante pelo time do Morumbi para proporcionar-lhe o ensejo de seu primeiro gol com a camisa tricolor.
Depois a humildade e o reconhecimento do valor das outras pessoas. Quando questionado por um repórter sobre o fato de ele, em tão pouco tempo, ter se tornado ídolo do clube, disse que não via daquela forma. Afirmou que para se tornar ídolo teria que conquistar muitos títulos pelo time, coisa que até então não havia feito. Deixou claro que seu objetivo era esse, conquistar títulos, principalmente a Libertadores desse ano, mas ainda não tinha conquistado nada. Lembrou que ídolo ali era o Rogério Ceni, que já havia feito muito pelo São Paulo e teceu a ele grandes elogios.
Assim, parece que Fernandão vai se firmando no Time e, a meu ver, dando exemplos a muita gente. Alguns políticos deveriam aprender com ele (pelo menos por enquanto) como agregar, ter bom senso e se tornar liderança.
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