(artigo originalmente publicado no Jornal Impacto - autor: Carlos Orpham)
Se perguntarmos às pessoas o que lhes dá mais dor de cabeça hoje em dia, certamente, entre as respostas estará, com grande destaque, ir ao banco. Seja para pagar uma conta, seja para pegar um talão de cheques, seja para sacar dinheiro, enfim, seja para o que for ninguém agüenta mais enfrentar as filas e a falta de funcionários nas agências bancárias. E a todo momento os bancos continuam dando sinais de que as coisas não precisavam ser assim. Os donos do dinheiro podem proporcionar um atendimento melhor à população e contratar mais trabalhadores. Dinheiro para isso tem.
Segundo pesquisa divulgada na semana passada, os quatro principais bancos brasileiros estão entre as sete maiores empresas brasileiras de capital aberto por valor de mercado. Itaú/Unibanco (3º lugar, valendo US$ 88 bilhões), Bradesco (4º lugar, valendo US$ 60 bilhões), Santander (6º lugar, valendo US$ 53 bilhões) e Banco do Brasil (7º lugar, valendo US$ 44 bilhões) se destacam também pelo crescimento do valor de mercado entre 2008 e 2009: entre 53% e 94%.
A pesquisa ainda mostra que os 50 maiores bancos que operam no Brasil fecharam 2009 com um patrimônio líquido de US$ 143 bilhões, atingindo no período um lucro de US$ 24 bilhões. Desse total, quase US$ 20 bilhões ficaram nas mãos dos cinco grandes: Itaú/Unibanco, Bradesco, Santander, Banco do Brasil e Caixa Federal.
Mas, no setor financeiro, como alertamos a tanto tempo, os altos lucros não se convertem em qualidade na prestação de serviços, mais contratações, nem em reconhecimento do trabalho dos bancários. Pelo contrário, as condições de trabalho pioram, as doenças causadas pelo estress se alastram e os clientes reclamam. O Banco do Brasil, por exemplo, é o líder do ranking das reclamações do Banco Central.
As reclamações que chegam ao Bacen vêem principalmente de clientes do extinto Banco Nossa Caixa, descontentes com o mau atendimento recebido no banco incorporador. Pelo quarto mês consecutivo, o Banco do Brasil foi líder no ranking de reclamações dos clientes, na mais recente publicação do BC, em maio deste ano. Os problemas vão desde débitos não autorizados, divergências de valores em saques e depósitos até problemas no atendimento. Ainda, algumas reclamações dizem respeito à perda de limites no cheque especial e até atrasos nas transações envolvendo depósitos judiciais.
Já dissemos aqui nesse espaço que foi muito ruim o Governo do Estado ter se desfeito do seu último banco público, a Nossa Caixa. Menos mal que o Banco do Brasil comprou. Mas, do jeito que está não dá para continuar. As coisas precisam melhorar, e muito!
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