(artigo originalmente publicado no Jornal Impacto - autor: Carlos Orpham)
É comum ouvirmos dizer, inclusive de pessoas letradas, que o brasileiro não gosta de trabalhar. Isso não me parece ser verdade. Segundo pesquisas do DIEESE, a jornada de trabalho do nosso trabalhador é uma das maiores do mundo. Ficando ainda maior se considerarmos a jornada total, com as horas extras. Por isso, mas não só, temos um bom espaço para a discussão da redução da jornada de trabalho de 44 para 40 horas semanais. Ainda conforme estudos realizados pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos, essa redução de apenas 9,1% pode proporcionar a criação de mais 2,5 milhões de empregos no país. Segundo Nelson Karan, coordenador de educação do Departamento, em recente Seminário sobre o tema, a produtividade cresceu 23% no Brasil entre 2002 e 2008, mas esse ganho não foi compartilhado com os trabalhadores.
Tramita no Congresso Nacional uma PEC – Proposta de Emenda Constitucional – estabelecendo essa redução. As centrais sindicais têm cobrado sua aprovação e parece que agora sai. A redução da jornada de trabalho por lei oferece condições iguais a todos os trabalhadores. Já as obtidas por meio de acordos e convenções coletivas, embora eficientes, dependem da capacidade de negociação dos sindicatos e varia de acordo com o ciclo econômico e com o setor de atividade.
Obviamente estamos falando de redução da jornada sem redução de salário, por que se não fosse assim de nada adiantaria, pois os trabalhadores buscariam outros empregos para complementar o rendimento.
Para alguns, isso representaria uma perda para as empresas e que, portanto, não contratariam mais trabalhadores. Ocorre que, no Brasil, o peso dos salários nos custos de produção é baixo, em torno de 23%. Assim, a redução proposta significaria um aumento no custo total de produção de apenas 1,99%. Algo pequeno, principalmente se comparado aos benefícios que isso proporcionaria. Vale lembrar que estamos falando de geração de mais empregos, divisão dos atuais ganhos de produtividade e muito mais, como a melhoria das condições de vida e saúde dos trabalhadores. Estudos apontam que um grande número de doenças como, estresse, depressão, hipertensão, distúrbios do sono e lesões por esforços repetitivos ocorrem em função das jornadas extensas, intensas e imprevisíveis. Com uma jornada menor o trabalhador teria mais tempo para se dedicar à família, ao laser, à cultura, etc., alcançando, assim, uma melhor qualidade de vida. E trabalhador em melhores condições de vida e saúde produz mais e melhor.
Portanto, todos têm a ganhar com uma jornada de trabalho menor. O que esperamos é a formação de um círculo virtuoso, onde a vida melhore para todos.
e-mail: carlos.orpham@yahoo.com.br
É comum ouvirmos dizer, inclusive de pessoas letradas, que o brasileiro não gosta de trabalhar. Isso não me parece ser verdade. Segundo pesquisas do DIEESE, a jornada de trabalho do nosso trabalhador é uma das maiores do mundo. Ficando ainda maior se considerarmos a jornada total, com as horas extras. Por isso, mas não só, temos um bom espaço para a discussão da redução da jornada de trabalho de 44 para 40 horas semanais. Ainda conforme estudos realizados pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos, essa redução de apenas 9,1% pode proporcionar a criação de mais 2,5 milhões de empregos no país. Segundo Nelson Karan, coordenador de educação do Departamento, em recente Seminário sobre o tema, a produtividade cresceu 23% no Brasil entre 2002 e 2008, mas esse ganho não foi compartilhado com os trabalhadores.
Tramita no Congresso Nacional uma PEC – Proposta de Emenda Constitucional – estabelecendo essa redução. As centrais sindicais têm cobrado sua aprovação e parece que agora sai. A redução da jornada de trabalho por lei oferece condições iguais a todos os trabalhadores. Já as obtidas por meio de acordos e convenções coletivas, embora eficientes, dependem da capacidade de negociação dos sindicatos e varia de acordo com o ciclo econômico e com o setor de atividade.
Obviamente estamos falando de redução da jornada sem redução de salário, por que se não fosse assim de nada adiantaria, pois os trabalhadores buscariam outros empregos para complementar o rendimento.
Para alguns, isso representaria uma perda para as empresas e que, portanto, não contratariam mais trabalhadores. Ocorre que, no Brasil, o peso dos salários nos custos de produção é baixo, em torno de 23%. Assim, a redução proposta significaria um aumento no custo total de produção de apenas 1,99%. Algo pequeno, principalmente se comparado aos benefícios que isso proporcionaria. Vale lembrar que estamos falando de geração de mais empregos, divisão dos atuais ganhos de produtividade e muito mais, como a melhoria das condições de vida e saúde dos trabalhadores. Estudos apontam que um grande número de doenças como, estresse, depressão, hipertensão, distúrbios do sono e lesões por esforços repetitivos ocorrem em função das jornadas extensas, intensas e imprevisíveis. Com uma jornada menor o trabalhador teria mais tempo para se dedicar à família, ao laser, à cultura, etc., alcançando, assim, uma melhor qualidade de vida. E trabalhador em melhores condições de vida e saúde produz mais e melhor.
Portanto, todos têm a ganhar com uma jornada de trabalho menor. O que esperamos é a formação de um círculo virtuoso, onde a vida melhore para todos.
e-mail: carlos.orpham@yahoo.com.br
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