sexta-feira, 15 de maio de 2009

Por uma cultura preservacionista

Segundo matéria publicada na Folha de São Paulo, edição de 29/04/09, 94% dos brasileiros preferem a preservação da floresta amazônica ao desenvolvimento econômico na região. Seria um indicativo de que a consciência ambiental começa a crescer entre nós? Talvez sim! Porém, esse desejo de preservação da floresta amazônica, provavelmente causado pelos fortes apelos dos ambientalistas em tempos de aquecimento global, precisa se transformar em cultura preservacionista.

É no dia a dia que demonstramos nosso compromisso com o meio ambiente. Dia desses, tomávamos sorvete, eu, minha esposa, meu filho e minha filha, numa sorveteria que fica em frente a uma praça de nossa cidade, em cuja calçada são colocadas mesas, para que as pessoas se acomodem melhor enquanto saboreiam aquelas delícias refrescantes. Fazia calor e ameaçava chover. As pessoas começaram a se retirar. Levantamo-nos também para sair, quando percebemos que sobre as mesas, mas principalmente no chão e em cima dos bancos da praça, haviam sido abandonados vários copos e garrafas de plástico. Não tive dúvidas, convoquei a família toda para recolher aquele material e jogar na lixeira, não sem antes alertar os funcionários do estabelecimento, já que o proprietário não estava, para que providenciassem uma outra lixeira do outro lado da rua, na calçada da praça.

Quando vereador, convoquei uma Audiência Pública em abril de 2007 para discutir o aquecimento global e alternativas locais de desenvolvimento sustentável. Produzi um material e dei palestras em várias escolas da cidade e até numa da vizinha cidade de Monte Azul Paulista. Comecei a observar mais sobre nosso comportamento em relação ao meio ambiente e pude perceber a dificuldade de mudança cultural.

Importante, nesse caso, são, o exemplo e as políticas públicas. Bebedouro ainda é a única cidade da Macro Bacia Hidrográfica do Baixo Pardo/Grande que não tem 100% de esgoto tratado. Durante a campanha eleitoral do ano passado debati muito esse tema por entender que além de qualidade de vida, o saneamento ambiental significa também desenvolvimento econômico.

Naquele mesmo período eu conversei com um empresário que propunha a abertura de uma fábrica de tintas na cidade, porém não obteve autorização da CETESB, por que 70% do nossos dejetos ainda são despejados in natura no Córrego Bebedouro. É claro que uma fábrica desse tipo produz resíduos tóxicos e requer cuidados especiais. A CETESB, portanto, agiu corretamente, porém se a cidade tivesse condições adequadas, esse tipo de empresa poderia, com todos os cuidados, se instalar aqui.Uma coisa está ligada à outra, saneamento, qualidade de vida e desenvolvimento econômico. Portanto, é urgente uma mudança cultural de todos, sociedade e poder público.


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