(artigo originalmente publicado no Jornal Impacto - autor: Carlos Orpham)
Sábado, 29/08, pela manhã, levantei, fiz o café (para agradar minha esposa, pois isso não é muito comum, não! Confesso!) e fui alimentar minha cadela vira lata, a Bela. De cara percebi que ela não estava muito bem. Foi só eu virar as costas, depois de colocar água e ração nos potes, que ela começou a ter convulsões. Foi uma atrás da outra. Levei-a ao veterinário, mas não foi possível evitar o óbito.
Morreu a bela! Uma cadelinha vira lata de apenas dois anos de idade. Que pena!
Já era quase treze horas quando saí, carregando os despojos da pobrezinha, do hospital veterinário, onde me foi informado que eu poderia levá-los ao recinto da Feccib nova, onde funciona a vigilância sanitária, que lá haveria um contêiner utilizado para recolher animais mortos para depois encaminha-los à incineração. Coloquei a querida Bela no carro e fui lá. Não deu certo. A vigilância sanitária estava fechada. Apenas a Guarda Municipal, cujo quartel também é no mesmo recinto, fazia plantão, e me informou que ali não havia recolhimento de animal morto.
Desci para a Feccib velha, pois poderia ter-me enganado. Talvez o tal contêiner ficasse lá. Que nada! Procurei o encarregado pelo recinto e ele me disse que não era ali. Que era, de fato, na feccib nova e que, provavelmente, não me atenderam por ser final de semana. E agora? O que é que eu faço com os restos mortais da minha querida Bela? Perguntei-me, em voz baixa. Voltei para casa! Levando o corpo inerte daquele serzinho que alegrou um pouco mais a minha casa durante dois anos.
Não tive alternativa. Por volta das dezesseis horas, depois de pensar o que fazer, tomei um enxadão emprestado, abri uma cova e enterrei o querido animalzinho. Obviamente, não poderia deixá-lo insepulto até segunda-feira, quando o serviço público estaria reaberto.
Em 2006, a prefeitura municipal introduziu a cobrança pelo serviço de coleta e destinação adequada do lixo hospitalar, que inclui carcaças de animais mortos. À época, uma empresa de Taquaritinga faria a coleta, incineração, autoclave e demais procedimentos pertinentes. Aos usuários caberia o pagamento de uma taxa de acordo com a quantidade de lixo produzido. O que eu imaginava é que tudo isso estivesse funcionando. Jamais poderia supor que a coleta de carcaças de animais mortos não estivesse sendo feita nos finais de semana. Afinal, animais morrem todos os dias, seja feriado, final de semana ou não.
Passei o resto do dia pensando: Bebedouro tem mesmo muitos problemas ambientais. Faltam o tratamento do esgoto e do lixo; tem o problema das matas que deveriam ser preservadas e que foram queimadas recentemente na área do futuro distrito industrial; temos áreas de mananciais sendo ameaçadas; e outros. Mas, o mais triste é ver que não temos respostas nem para problemas mais simples. Era só manter a coleta de animais mortos no fim de semana, que um deles estaria resolvido.
e-mail: carlos.orpham@yahoo.com.br
Sábado, 29/08, pela manhã, levantei, fiz o café (para agradar minha esposa, pois isso não é muito comum, não! Confesso!) e fui alimentar minha cadela vira lata, a Bela. De cara percebi que ela não estava muito bem. Foi só eu virar as costas, depois de colocar água e ração nos potes, que ela começou a ter convulsões. Foi uma atrás da outra. Levei-a ao veterinário, mas não foi possível evitar o óbito.
Morreu a bela! Uma cadelinha vira lata de apenas dois anos de idade. Que pena!
Já era quase treze horas quando saí, carregando os despojos da pobrezinha, do hospital veterinário, onde me foi informado que eu poderia levá-los ao recinto da Feccib nova, onde funciona a vigilância sanitária, que lá haveria um contêiner utilizado para recolher animais mortos para depois encaminha-los à incineração. Coloquei a querida Bela no carro e fui lá. Não deu certo. A vigilância sanitária estava fechada. Apenas a Guarda Municipal, cujo quartel também é no mesmo recinto, fazia plantão, e me informou que ali não havia recolhimento de animal morto.
Desci para a Feccib velha, pois poderia ter-me enganado. Talvez o tal contêiner ficasse lá. Que nada! Procurei o encarregado pelo recinto e ele me disse que não era ali. Que era, de fato, na feccib nova e que, provavelmente, não me atenderam por ser final de semana. E agora? O que é que eu faço com os restos mortais da minha querida Bela? Perguntei-me, em voz baixa. Voltei para casa! Levando o corpo inerte daquele serzinho que alegrou um pouco mais a minha casa durante dois anos.
Não tive alternativa. Por volta das dezesseis horas, depois de pensar o que fazer, tomei um enxadão emprestado, abri uma cova e enterrei o querido animalzinho. Obviamente, não poderia deixá-lo insepulto até segunda-feira, quando o serviço público estaria reaberto.
Em 2006, a prefeitura municipal introduziu a cobrança pelo serviço de coleta e destinação adequada do lixo hospitalar, que inclui carcaças de animais mortos. À época, uma empresa de Taquaritinga faria a coleta, incineração, autoclave e demais procedimentos pertinentes. Aos usuários caberia o pagamento de uma taxa de acordo com a quantidade de lixo produzido. O que eu imaginava é que tudo isso estivesse funcionando. Jamais poderia supor que a coleta de carcaças de animais mortos não estivesse sendo feita nos finais de semana. Afinal, animais morrem todos os dias, seja feriado, final de semana ou não.
Passei o resto do dia pensando: Bebedouro tem mesmo muitos problemas ambientais. Faltam o tratamento do esgoto e do lixo; tem o problema das matas que deveriam ser preservadas e que foram queimadas recentemente na área do futuro distrito industrial; temos áreas de mananciais sendo ameaçadas; e outros. Mas, o mais triste é ver que não temos respostas nem para problemas mais simples. Era só manter a coleta de animais mortos no fim de semana, que um deles estaria resolvido.
e-mail: carlos.orpham@yahoo.com.br
concordo com o descaso do meio ambiente em bebedouro e no mundo tenho vergonha dos meus governantes que não dispoem da realidade,finji não ver o que prescisamos para sobreviver...
ResponderExcluirComentário sobre Amorte da Bela e as questões ambientais: ORPHAM, Carlos, lamento pela Bela!!!
ResponderExcluircom relação as questões ambientais de Bebedouro, posso dizer e afirmar com autoridade e embasado no CRBio01 e na ABNT, que esta cidade, assim como nosso pais só esta nessa condição deproravel pq nós barsileiros temos os governantes que merecemos, ou seja, a politica ambiental não é tratada e nem mesmo executada como deveria, houvi-se dizer muito em sustentabilidade, mas poucos que sabem trabalhar com exatidão dentro da área ambiental, são profissionais que muitas vezes são humilhados, desacriditados, e não levados a sério como é o caso do Biólogo, nesse pais, que é o unico profissional capaz para sanar esses problemas, que vemos cotidianamente tais como: desmatamento, casa e mantimento de animais em cativeiro, saneamento etc... É complicado, porque também ou não tem e qdo tem fiscalização ambiental "POLICIA M. AMBIENTAL e IBAMA", ou eles não fiscalizam e qdo fiscalizam fazem vista grossa, como no caso dos Usineiros de Cana, e Madeireiras... Certa vez, houvi da boca de uma Secretaria do Meio Ambiente de Bebedouro, que Biólogo, não é profissão e que Biólogo, não tem campo para atuar, só que Eng. Agronomos, Médicos, Biomédicos e outros tem cada vez mais e mais, mostrado que não tem competencia para atuar nessa área, tanto é que os rios, a biodiversidade, e todo contexto ambinetal, já esta em déficit... Esse é um comentário de um Biólogo.
Atenciosamente.
Dr. Ricardo Alexandre Barboza
Biólogo CRBio: 43571\01-D
CPF: 178.630.738-39
E-Mail: biologorick@uol.com.br
Pois é,
ResponderExcluirEstranhamente o atual prefeito é do Partido verde.
Sabe Lúcia, é realmente muito estranho, já que esse povo aparece em tempos, em tempos, dizendo q se preocupam e q fazem e acontecem, mas na hora H, nos mostram q estão nessa por estatus e poder
ResponderExcluirCaro Orpham...sua crônica me lembrou a morte da cachorra Baleia..."Vidas secas", lembra? Embora confesse que não goste de cachorros! E a sua cidade não é o sertão, mas tem problemas de monte ao que parece. Pressione !
ResponderExcluirAcompanhando o blog...sempre muito bom...
Roberto Rodrigues - Jundiaí
Puxa vida...nesta semana surgiu aqui na rua um vira-latinha a...a criançada q mora aqui logo adotaram ele...um deu coleira ...outro deu roupinha...outro deu ração...e ele permaceu aqui e ali...dormindo enfrente de nossas casas...eu como tenho coração mole...acordei e noite e percebi q estava frio...fui buscar o coitadinho lá na rua...ele estava dormindo no canteiro de flores da vizinha...arrumei um espaço para ele...fiz só provisóriamente pois já tenho 4 pinthers...uma vizinha de cima comentou sobre esse lugar na feccib...mas agora lendo seu artigo não vou nem procurar...ainda mais q descobrimos q ele tem crises convulsivas e tem q ser medicado diaramente...resultado de tudo isso ...ele está definitivo aqui em casa...fica atrás da Laura o tempo todo...
ResponderExcluirQuanto aos descaso com relação ao ambiente...isso é um absurdo...onde vamnos parar???Me digam!!!!!Se com os cães são assim imagine com nós daqui alguns anos!!!!!!!
abraços à todos