(artigo publicado originalmente no Jornal Impacto - autor: Carlos Orpham)
Dona Amália, minha avó paterna, completa 100 anos de idade no dia 27 de setembro. É o que ela diz! Porque, pela segunda via de sua certidão de casamento ela teria nascido em 1908, não em 1909. Então ela faria agora 101 anos. Mas ela jura de pé junto que são apenas 100. Obviamente, ninguém ousa duvidar.
Há três anos atrás, no dia do seu aniversário, eu disse a ela: - Nossa, vó! A senhora já tem quase um século! E ela me respondeu: - Que é isso, menino! Tenho apenas 97! Essa é Dona Amália, uma centenária de não mais que um metro e meio de altura, porém de uma estatura moral que fita métrica não consegue medir.
Descendente de portugueses, veio de Campinas para Bebedouro ainda menina. Casou-se, ainda como tal, e teve 15 filhos com meu avô, João, que a deixou viúva muito cedo. Já enterrou 8 filhos, três quando crianças e cinco já depois de adultos. Nunca a ouvi reclamar da vida, nem falar mal de quem quer que seja. Pelo contrário, quando alguém inicia algum comentário maledicente ela logo muda o rumo da conversa. Mulher de fibra inigualável, nunca a tinha visto chorar, até uns 8 anos atrás, quando de lá pra cá ocorreram as mortes de seu neto mais velho e de alguns de seus filhos.
Meu relacionamento com ela não foi muito intenso, nem quando criança, nem depois de adulto, apesar de ter sido minha madrinha de casamento. Sabe aquelas coisas que acontecem com todo mundo? Por vários motivos o relacionamento torna-se mais forte com uma avó do que com a outra. Para mim, a presença maior em minha vida foi da minha avó materna, a Dona Joana, que já faleceu. Isso porque morou na casa de meus pais durante alguns anos, antes de partir para o plano espiritual.
Mesmo assim, mesmo não tendo um relacionamento intenso com Dona Amália, a referência que tenho dela é de uma mulher guerreira, respeitada e querida por todos que a conheceram desde jovem. Há pessoas que residem hoje em outras cidades, que quando vem a Bebedouro, não deixam de visitá-la para lhe dar um abraço e relembrar o passado. Normalmente são septuagenários como meu pai e meus tios, que quando crianças brincavam no grande quintal de sua humilde casa situada na Rua Vicente Paschoal.
Aos leitores quero dizer que esse texto não tem nenhuma outra pretensão senão a de prestar uma homenagem à minha avó, que completa um século de existência. Sei que, talvez, para quem está acostumado a ler meus textos, isso pode não ter grande importância e até mesmo parecer auto elogio. Mesmo assim resolvi correr esse risco. Homenagear alguém que completa cem anos já é justo. Quando esse alguém é Dona Amália Bispo Corrêa, é muito mais! Modéstia a parte! Grande beijo, vó!
Dona Amália, minha avó paterna, completa 100 anos de idade no dia 27 de setembro. É o que ela diz! Porque, pela segunda via de sua certidão de casamento ela teria nascido em 1908, não em 1909. Então ela faria agora 101 anos. Mas ela jura de pé junto que são apenas 100. Obviamente, ninguém ousa duvidar.
Há três anos atrás, no dia do seu aniversário, eu disse a ela: - Nossa, vó! A senhora já tem quase um século! E ela me respondeu: - Que é isso, menino! Tenho apenas 97! Essa é Dona Amália, uma centenária de não mais que um metro e meio de altura, porém de uma estatura moral que fita métrica não consegue medir.
Descendente de portugueses, veio de Campinas para Bebedouro ainda menina. Casou-se, ainda como tal, e teve 15 filhos com meu avô, João, que a deixou viúva muito cedo. Já enterrou 8 filhos, três quando crianças e cinco já depois de adultos. Nunca a ouvi reclamar da vida, nem falar mal de quem quer que seja. Pelo contrário, quando alguém inicia algum comentário maledicente ela logo muda o rumo da conversa. Mulher de fibra inigualável, nunca a tinha visto chorar, até uns 8 anos atrás, quando de lá pra cá ocorreram as mortes de seu neto mais velho e de alguns de seus filhos.
Meu relacionamento com ela não foi muito intenso, nem quando criança, nem depois de adulto, apesar de ter sido minha madrinha de casamento. Sabe aquelas coisas que acontecem com todo mundo? Por vários motivos o relacionamento torna-se mais forte com uma avó do que com a outra. Para mim, a presença maior em minha vida foi da minha avó materna, a Dona Joana, que já faleceu. Isso porque morou na casa de meus pais durante alguns anos, antes de partir para o plano espiritual.
Mesmo assim, mesmo não tendo um relacionamento intenso com Dona Amália, a referência que tenho dela é de uma mulher guerreira, respeitada e querida por todos que a conheceram desde jovem. Há pessoas que residem hoje em outras cidades, que quando vem a Bebedouro, não deixam de visitá-la para lhe dar um abraço e relembrar o passado. Normalmente são septuagenários como meu pai e meus tios, que quando crianças brincavam no grande quintal de sua humilde casa situada na Rua Vicente Paschoal.
Aos leitores quero dizer que esse texto não tem nenhuma outra pretensão senão a de prestar uma homenagem à minha avó, que completa um século de existência. Sei que, talvez, para quem está acostumado a ler meus textos, isso pode não ter grande importância e até mesmo parecer auto elogio. Mesmo assim resolvi correr esse risco. Homenagear alguém que completa cem anos já é justo. Quando esse alguém é Dona Amália Bispo Corrêa, é muito mais! Modéstia a parte! Grande beijo, vó!
Nenhum comentário:
Postar um comentário