(artigo originalmente publicado no Jornal Impacto - autor: Carlos Orpham)
Estudo do Ipea (Instituto de Economia Aplicada) denominado Sustentabilidade Ambiental no Brasil: Biodiversidade, Economia e Bem-Estar Humano, publicado nesta semana, constata que setores da indústria brasileira gastam cada vez mais energia sem necessariamente aumentar a produção. O setor de siderurgia, por exemplo, aumentou em 40% o seu consumo de energia. Significa dizer que o setor diminui sua eficiência energética e aumenta seu impacto ambiental, já que aumenta a queima de carvão vegetal. Vale lembrar que o setor residencial, ao contrário, vem apresentando redução no consumo de energia em virtude de programas governamentais, que estimulam a fabricação de aparelhos domésticos mais econômicos.
Fator determinante para o descompasso entre a quantidade de energia utilizada e a produção de riquezas no Brasil, conforme o estudo do Ipea, é a utilização em nosso parque industrial de equipamentos obsoletos como caldeiras, que além de consumirem muita energia ainda produzem grande quantidade de gases de efeito estufa.
Uma das propostas apresentadas na tentativa de se reverter esse quadro é a de que o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) só financie projetos com energia sustentável. É bastante razoável exigir mudanças de comportamento no setor produtivo que beneficiem a sociedade como um todo, na medida em que seus projetos são financiados com recursos públicos. Porém, a briga aí é política. Vários são os interesses em jogo. Por isso, é que as pessoas precisam cobrar mais. Exigir que tais medidas sejam tomadas. E que o país invista mais na produção de biocombustíveis, energia eólica e solar, porque, apesar do potencial brasileiro no tocante a produção de energia de matriz limpa, reconhecido pelo próprio Ministério de Minas e Energia, na matriz brasileira ainda tem ganhado espaço as fontes de energia não renováveis.
O Poder Público em geral não tem dado a devida importância para as questões ambientais. Haja vista a proposta da nossa prefeitura de se transformar em residencial uma área de preservação de mananciais no setor sul da cidade. E há rumores de que nessa mesma área se pretende estabelecer uma fábrica de alumínios. Desenvolvimento econômico é importante, porém de maneira sustentável. Que preserve a vida, o maior bem que possuímos.
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