(artigo originalmente publicado no Jornal Impacto - autor: Carlos Orpham)
Todo dia é dia para se fazer reflexões por igualdade entre homens e mulheres na vida e no trabalho. Porém, o dia 8 de março, por ser o Dia Internacional da Mulher, é o mais utilizado para isso. Para a CUT- Central única dos Trabalhadores, essa data que marca o dia da morte de mais de uma centena de trabalhadoras queimadas de uma fábrica têxtil em luta por melhores condições de trabalho nos Estados Unidos é o centro de um calendário que deverá transcorrer durante todo mês de março.
O calendário é composto de atividades que trabalham os seguintes eixos: Mulheres em Todos os Cargos, Profissões e com Igualdade Salarial; Política de valorização permanente do salário mínimo; garantia de creches e escolas públicas em tempo integral; e fim da violência contra as mulheres.
Se considerarmos a condição feminina há algumas décadas não dá para negar os avanços conquistados, mas ainda, em pleno século XXI, as mulheres, por exemplo, recebem salários menores do que os homens. Vários estudos confirmam isso. O mais recente, da Fundação Seade e do Dieese - Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos, na região metropolitana de São Paulo, elas ganham 75,7% do valor pago aos homens para o desempenho das mesmas funções, mesmo apresentando grau de instrução superior ao do universo masculino.
A diferença salarial entre os gêneros é ainda maior nos cargos mais altos que exigem formação universitária. Nesses casos as mulheres recebem 63,8% do valor pago aos homens para as mesmas funções. Aqui tivemos um retrocesso. Em 2000 esse percentual era de 65,2%.
A escolaridade das mulheres melhorou na última década, com 17,1% das profissionais apresentando ensino superior completo. Em 2000, esse percentual era de 12,9%. Entre os homens, apenas 13% apresentam nível superior completo, embora também tenha havido um avanço frente aos 10,8% do início da década passada.
A participação feminina no mercado de trabalho, segundo o estudo Seade/DIEESE, entre 2009 e 2010, subiu de 55,9% para 56,2%, enquanto para os homens, o indicador ficou estável, passando de 71,5% para 71,6%.
Se é verdade que vários avanços foram conquistados em relação a essa temática, também é verdade que ainda falta muita coisa para se fazer, muito pré-conceito para se vencer. E isso se faz com muita luta. Por aqui, o Sindicato dos Bancários provocou esse debate com os trabalhadores e trabalhadoras através de um jornal específico abordando esse tema e entregando a cada um deles um pão de mel coberto com chocolate. Afinal, ninguém é de ferro e como diria o velho guerrilheiro “é preciso ser duro, porém sem jamais perder a ternura”.
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