(artigo originalmente publicado no Jornal Impacto - autor: Carlos Orpham)
O Dia da Consciência Negra rememora a morte do líder Zumbi dos Palmares e é feriado em centenas de cidades brasileiras. É celebrado desde 1971, quando os movimentos sociais do Brasil iniciaram uma onda de manifestações de rua para enterrar o dia 13 de Maio, data da abolição da escravatura, comemoração rejeitada pelo movimento negro por passar a idéia de uma falsa generosidade da princesa Isabel em detrimento da realidade histórica mundial, onde a escravidão já se esgotava pela luta do próprio negro.
A data de 20 de novembro foi escolhida por ser o dia da morte de Zumbi, em 1695, um dos principais representantes da resistência negra à escravidão na época do Brasil Colônia.
Entre os trabalhadores o mês da consciência negra foi oficialmente aberto no dia 6 desse mês, com um evento na sede nacional da CUT, em São Paulo, que contou com a participação de lideranças tanto do movimento sindical quanto racial. Uma das principais definições do encontro foi a agenda de atividades com o objetivo de pressionar o Senado pela aprovação do projeto de lei 6.264, o Estatuto da Igualdade Racial, de autoria do senador Paulo Paim (PT-RS), já aprovado em setembro pela Câmara dos Deputados.
Entre os pontos mais importantes do estatuto estão a questão das cotas, das terras das comunidades remanescentes de quilombos, a definição do direito à liberdade de consciência e crença e de políticas de inclusão do negro no mercado de trabalho.
Em relação a este último ponto, nós dos sindicatos de bancários de todo o país temos insistido há vários anos com os banqueiros, que é preciso garantir o acesso do negro e da negra no mercado de trabalho no setor financeiro. É raro encontrarmos um deles dentro das agências bancárias, por exemplo. Seja do setor público, seja do setor privado.
Todo ano, em nossa pauta de reivindicações por ocasião da renovação do Acordo Coletivo, colocamos em debate nossa visão de que é necessário garantir a participação de trabalhadores negros e trabalhadoras negras no setor bancário, na mesma proporção com que participam da sociedade, por região.
Esse não é um debate fácil, pois enfrenta preconceitos e tabus quase petrificados entre nós. Porém é mais que necessário que o façamos. Não é só nos bancos que não encontramos negros e negras trabalhando, de diversos outros ambientes de trabalho os vemos excluídos. E a pergunta é: por quê? E as respostas, todas elas preconceituosas, não convencem mais ninguém.
Se queremos construir de fato uma sociedade mais justa e fraterna temos que começar a destruir nossos próprios tabus preconceituosos em relação não só a raça, mas também a gênero e orientação sexual. E esse mês de novembro, mês da consciência negra, é bastante propício para isso. Comecemos, então!
O Dia da Consciência Negra rememora a morte do líder Zumbi dos Palmares e é feriado em centenas de cidades brasileiras. É celebrado desde 1971, quando os movimentos sociais do Brasil iniciaram uma onda de manifestações de rua para enterrar o dia 13 de Maio, data da abolição da escravatura, comemoração rejeitada pelo movimento negro por passar a idéia de uma falsa generosidade da princesa Isabel em detrimento da realidade histórica mundial, onde a escravidão já se esgotava pela luta do próprio negro.
A data de 20 de novembro foi escolhida por ser o dia da morte de Zumbi, em 1695, um dos principais representantes da resistência negra à escravidão na época do Brasil Colônia.
Entre os trabalhadores o mês da consciência negra foi oficialmente aberto no dia 6 desse mês, com um evento na sede nacional da CUT, em São Paulo, que contou com a participação de lideranças tanto do movimento sindical quanto racial. Uma das principais definições do encontro foi a agenda de atividades com o objetivo de pressionar o Senado pela aprovação do projeto de lei 6.264, o Estatuto da Igualdade Racial, de autoria do senador Paulo Paim (PT-RS), já aprovado em setembro pela Câmara dos Deputados.
Entre os pontos mais importantes do estatuto estão a questão das cotas, das terras das comunidades remanescentes de quilombos, a definição do direito à liberdade de consciência e crença e de políticas de inclusão do negro no mercado de trabalho.
Em relação a este último ponto, nós dos sindicatos de bancários de todo o país temos insistido há vários anos com os banqueiros, que é preciso garantir o acesso do negro e da negra no mercado de trabalho no setor financeiro. É raro encontrarmos um deles dentro das agências bancárias, por exemplo. Seja do setor público, seja do setor privado.
Todo ano, em nossa pauta de reivindicações por ocasião da renovação do Acordo Coletivo, colocamos em debate nossa visão de que é necessário garantir a participação de trabalhadores negros e trabalhadoras negras no setor bancário, na mesma proporção com que participam da sociedade, por região.
Esse não é um debate fácil, pois enfrenta preconceitos e tabus quase petrificados entre nós. Porém é mais que necessário que o façamos. Não é só nos bancos que não encontramos negros e negras trabalhando, de diversos outros ambientes de trabalho os vemos excluídos. E a pergunta é: por quê? E as respostas, todas elas preconceituosas, não convencem mais ninguém.
Se queremos construir de fato uma sociedade mais justa e fraterna temos que começar a destruir nossos próprios tabus preconceituosos em relação não só a raça, mas também a gênero e orientação sexual. E esse mês de novembro, mês da consciência negra, é bastante propício para isso. Comecemos, então!
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