(artigo originalmente publicado no Jornal Impacto - autor: Carlos Orpham)
Apesar da crise financeira internacional, agravada a partir de setembro do ano passado, as negociações salariais da maioria dos trabalhadores com data-base no primeiro semestre deste ano, não chegaram a ser afetadas.
Segundo levantamento feito pelo DIEESE, com 245 categorias profissionais, 93% das correções salariais igualaram-se ao INPC/IBGE, ou ficaram acima dele. O percentual foi superior aos 87% de 2008. No conjunto analisado, 77% das negociações resultaram em ganhos maiores do que o INPC, contra 72% no ano passado.
As correções feitas apenas a título de reposição inflacionária foram dadas a 15,9% das categorias ante 14,7%, no ano passado.
Apenas 7,3%, ou 18 categorias, mantiveram-se com salários abaixo do INPC. Ainda assim, o quadro indica melhora nas condições, porque, em 2008, eram 13,1%, atingindo 32 categorias.
A situação mais desfavorável constatada pelo estudo foi na indústria, área mais afetada pela crise financeira internacional. Nesse caso, aumentou a parcela de trabalhadores com reajustes salariais abaixo da inflação, passando de 6,2% para 9,3%. Mesmo assim, a maioria de um total de 98 segmentos da indústria, 78,6%, obteve ganhos acima da inflação.
No comércio, o estudo verificou que em 31 documentos firmados por entidades sindicais representativas dos trabalhadores apenas um não conseguiu repor as perdas inflacionárias. Em 14 desses sindicatos (praticamente a metade) foi conquistado aumento real de salário.
No setor de serviços, 72% das negociações realizadas por 116 sindicatos resultaram em incorporação de aumentos reais.
Esse quadro aponta para a necessidade de os trabalhadores continuarem lutando para conquistar aumentos reais de salários e garantia de emprego, além de ambientes mais saudáveis nos locais de trabalho. As categorias com data-base nesse segundo semestre passaram a ter uma referência positiva nas primeiras negociações desse ano e devem trilhar pelo mesmo caminho.
A inversão na lógica de atuação dos bancos públicos, que passaram a trabalhar com taxas de juros menores e o aumento significativo de suas carteiras de crédito, e o crescimento de setores importantes, como o comércio varejista ampliado, que cresceu 10,2% em relação a junho do ano passado, sugerem a recuperação do crescimento econômico.
Nesse cenário, é plenamente possível a formação de um círculo virtuoso, com crescimento econômico, mais salários e melhor distribuição de renda. Os sindicatos têm, nesse processo, um papel decisivo. Portanto, bom trabalho a todos!
e-mail: carlos.orpham@yahoo.com.br
Apesar da crise financeira internacional, agravada a partir de setembro do ano passado, as negociações salariais da maioria dos trabalhadores com data-base no primeiro semestre deste ano, não chegaram a ser afetadas.
Segundo levantamento feito pelo DIEESE, com 245 categorias profissionais, 93% das correções salariais igualaram-se ao INPC/IBGE, ou ficaram acima dele. O percentual foi superior aos 87% de 2008. No conjunto analisado, 77% das negociações resultaram em ganhos maiores do que o INPC, contra 72% no ano passado.
As correções feitas apenas a título de reposição inflacionária foram dadas a 15,9% das categorias ante 14,7%, no ano passado.
Apenas 7,3%, ou 18 categorias, mantiveram-se com salários abaixo do INPC. Ainda assim, o quadro indica melhora nas condições, porque, em 2008, eram 13,1%, atingindo 32 categorias.
A situação mais desfavorável constatada pelo estudo foi na indústria, área mais afetada pela crise financeira internacional. Nesse caso, aumentou a parcela de trabalhadores com reajustes salariais abaixo da inflação, passando de 6,2% para 9,3%. Mesmo assim, a maioria de um total de 98 segmentos da indústria, 78,6%, obteve ganhos acima da inflação.
No comércio, o estudo verificou que em 31 documentos firmados por entidades sindicais representativas dos trabalhadores apenas um não conseguiu repor as perdas inflacionárias. Em 14 desses sindicatos (praticamente a metade) foi conquistado aumento real de salário.
No setor de serviços, 72% das negociações realizadas por 116 sindicatos resultaram em incorporação de aumentos reais.
Esse quadro aponta para a necessidade de os trabalhadores continuarem lutando para conquistar aumentos reais de salários e garantia de emprego, além de ambientes mais saudáveis nos locais de trabalho. As categorias com data-base nesse segundo semestre passaram a ter uma referência positiva nas primeiras negociações desse ano e devem trilhar pelo mesmo caminho.
A inversão na lógica de atuação dos bancos públicos, que passaram a trabalhar com taxas de juros menores e o aumento significativo de suas carteiras de crédito, e o crescimento de setores importantes, como o comércio varejista ampliado, que cresceu 10,2% em relação a junho do ano passado, sugerem a recuperação do crescimento econômico.
Nesse cenário, é plenamente possível a formação de um círculo virtuoso, com crescimento econômico, mais salários e melhor distribuição de renda. Os sindicatos têm, nesse processo, um papel decisivo. Portanto, bom trabalho a todos!
e-mail: carlos.orpham@yahoo.com.br
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