(artigo publicado originalmente no Jornal Impacto - autor: Carlos Orpham)
O dia 12 de outubro é mesmo uma data especial. Dia das crianças; de Nossa Senhora Aparecida, a padroeira do Brasil; do descobrimento da América por Cristóvão Colombo; da fundação do Banco do Brasil; e agora, o Dia Nacional da Leitura. E como é feriado, dia de descansar e pensar na vida.
Nesse último, segunda-feira passada, o temporal que se formou perto de Bebedouro e atingiu algumas cidades da região me fez refletir ainda mais sobre as mudanças climáticas provocadas pelo aquecimento global e a responsabilidade do homem sobre isso. Mas não é esse o foco desse texto. Quero falar mesmo é sobre o dia da leitura.
Minha filha Ana Clara, de oito anos, certa feita me disse que queria conhecer a biblioteca municipal. Ela queria ir até lá para pegar um livro emprestado, como costuma fazer na de sua escola. Fiquei emocionado e envaidecido, pois não é muito comum uma menina com menos de oito anos (na ocasião ela tinha sete) pedir ao pai que a leve numa biblioteca. Não é verdade?
Bem, a primeira coisa que disse a ela foi que naquele dia não dava porque era final de semana e a biblioteca estava fechada. – “Ah, pai, mas em dia de semana fica difícil; você e a mamãe trabalham e eu tenho que ir à escola”, disse-me ela desapontada.
Quem, sem saber, me ajudou muito nisso foi meu amigo Zé Antônio Breviglieri. Naquele mesmo dia o encontrei no Shopping onde fora, inclusive, para comprar livros para meus filhos (o pequeno, o Gabriel, como sempre, também quis o mesmo que a irmã) e ele me convidou para a abertura de sua exposição de quadros que seria exatamente na biblioteca municipal e num dia de semana, salvo engano numa terça-feira à tarde. Olha aí a oportunidade para levar minha filha. Fiz exatamente isso. Participei da abertura da exposição dos belos trabalhos do amigo Brevi e levei comigo minha filha, que tomou um livro emprestado e ficou muito feliz. Eu também!
Naquela ocasião já havia pensado nisso, mas nesse feriado, dia nacional da leitura, dia 12 de outubro, essas cenas reavivaram-se na minha cabeça e me pus a pensar no assunto. Todos nós queremos incentivar a leitura em nossas crianças, mas não tomamos alguns cuidados que são simples e fundamentais. Dentre eles, evitar o fechamento de uma biblioteca municipal nos finais de semana e feriados. Está aí um grande desafio: mudar nossos paradigmas. Repensar nossas ações no setor privado e as políticas públicas. Quem sabe, com a instituição do Dia Nacional da Leitura, as coisas comecem a mudar. Tomara!
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